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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homens de Brasília

Dia desses recebi um email intitulado “Homens de Brasília”. Corri para abri-lo, afinal esse tema MUITO me interessa! Quando vi que foi escrito por uma mulher, entrei em êxtase! E foi aí que eu caí do cavalo... Pense numa decepção! A cada linha do email, meu peito doía, meu corpo se retorcia, minha garganta ardia! Eu queria encontrar a autora e assassiná-la a sangue frio! Mas resolvi me segurar, afinal sou nova demais para ir pra cadeia...

Fiquei surpresa por saber que a autora, que se acha expert sobre os homens de Brasília, não é daqui, apenas mora na cidade há quatro anos – nem eu que vivo aqui há 30 anos me acho gabaritada para teorizar sobre o assunto! Também não vi qualquer referência sobre ela ser PhD em homens e relacionamentos ou, pelo menos, ter algum poder de clarividência (o que já ajudaria muito).

Vamos por pontos:
1) Se um homem vier conversar com você na balada, pode ter certeza de que ele é de outro estado. Afinal, os de Brasília são covardes: só olham, não fazem nada, a não ser que estejam muito bêbados.

Já fui paquerada por vários homens de Brasília, NA balada, sóbrios. Até já namorei um deles – relação séria, durou dois anos – e sei de várias amigas com o mesmo “itinerário amoroso”. Talvez, você esteja frequentando os lugares errados – bar de beira de estrada? Casas de suingue? Locais com pole dance, luzes coloridas no chão e fumacinha de morango? Ahhh! Está explicado!

2) Os poucos que chegam querem saber seu currículo completo. Segundo ela, eles só topam pegar mulheres que vivem no Plano e detestam ter que dar carona.

Segundo você, se algum cara de Brasília chega é porque está bêbado. Você já devia saber, querida, que não devemos levar a sério o que os bêbados dizem – muito menos revelar onde você mora ou aceitar/pedir carona! Bebeu?

3) Se você sair com um cara e ele fizer questão de pagar a conta, não é de Brasília. Nem no 1º encontro eles são capazes de tal gentileza.

Primeiro erro: você sai com o cara SEM saber de onde ele é. Como assim? Não perguntou isso antes? Sabe ao menos o nome dele? Segundo erro: se os caras de Brasília que chegam são os bêbados, como assim você ainda topa sair com ele? É masoquista ou o simplesmente desesperada? E arriscaria dizer mais: ele não paga a conta porque, provavelmente, não sabe quem é você, o que estão fazendo ali e onde está a carteira dele!! Ele precisa de ajuda médica, não de um piti em praça pública!

4) Os caras de Brasília não têm iniciativa e se assustam com as mulheres independentes.

Isso vale para os HOMENS, em geral. Em Brasília, no Acre, em Las Vegas, no Afeganistão. Homem tem medo de mulher independente. Ponto. As pessoas independentes são mais exigentes, sabem melhor o que querem e se dão ao luxo de não se contentarem com pouco. Até EU me assusto!

5) Eles não beijam no 1º encontro e, alguns, nem no 2º.

Querida, se o cara não te beija nos primeiros encontros, talvez seja interessante averiguar se ele curte MULHER in general. Porque, normalmente, eles não aguentam esperar nem cinco minutos na balada, enquanto você decide se ele vale o beijo! Quanto mais esperar dois encontros! Vai ver você é chegada em gays ou então é feia bagarái... Nesse caso, eles saem com você porque te acham legal, engraçada, e não porque querem te comer.

6) Eles te mandam mensagem bem tarde da noite pra te encontrar; alguns deixam pra te ligar um mês depois que te pegam.

Mensagens tarde da noite são popularmente conhecidas como booty call, técnica inventada na Antiguidade, junto com o nascimento da escrita, para comer o máximo de mulheres possível! Claro que, naquela época, os convites eram feitos em argila, pedra ou papiro – e não por SMSs. Não se sinta especial, só porque isso rolou contigo. Aliás, fica aqui um conselho: não responda tais mensagens! Ele que te ligue sóbrio, num horário razoável, com uma proposta decente! Ah, e se o cara deixa para te ligar um mês depois que ficou contigo, é porque você não causou impacto – e ele te mantém na agenda para eventuais pegas, quando não há nada mais interessante rolando.

7) Eles são previsíveis. Só topam programas-rotina.

Não sei o que quis dizer com “previsíveis”. Jantar fora é previsível? Cinema é? E tomar um vinho? Confesso que prefiro o previsível ao inusitado. Eu honestamente teria medo de um cara que me chamasse para comer rato frito na Candangolândia, roubar brinquedos velhos em uma creche ou pisar em brasas para entrar em contato com o meu eu espiritual.

8) Eles dão valor mesmo para marcas e grifes.

Parece meio ridículo responder, mas as pessoas que mais dão valor a marcas e grifes são as MULHERES! Homens são notoriamente conhecidos como largados, desprendidos, desligados. Exceto se o tema for tecnologia!

9) E querem saber todo o background da garota. Pedem Orkut e MSN antes do seu número de telefone.

Saber o background de uma pessoa é essencial nos dias de hoje! A gente mal conhece nosso vizinho, quanto mais um cara que apareceu do nada no meio do Gates! E vale qualquer ferramenta para descobrir mais informações. Eu prefiro perguntar para a pessoa, claro, mas cada um tem seu método! E, honestamente, abusar da tecnologia para conhecer melhor uma pessoa não é exclusividade de Brasília! Caso contrário, nós seríamos reconhecidos como vanguarda!

Fica a dica: escolha melhor suas baladas, fuja dos bêbados e saiba sempre o nome e o background das pessoas com as quais sai. Se quiser mesmo cair na gandaia, lembre-se de que as pessoas estão lá para pegação – não para encontrar a alma gêmea. Ah, e antes de dormir, desligue o celular. Pior do que responder mensagens de booty call é comparecer para ser comida.

By Mari Abreu

13 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!

Anônimo disse...

Mari, estou quase mijando de rir! Adorei este post. Demais! (Luciano, amigo da Aninha)

Jacqueline Bogdezevicius disse...

Sensacional!!!! Adorei!!! Passou um filminho na minha cabeça ao ler esse post. Sei de taaaaantas histórias assim, kkkkkk. Eu tinha certeza que meu namorado não seria de Bsb. Tenho pavor de gente covarde. Bjos!! Jac

Carlo Barcelos disse...

Eu, também em nome de outros homens que residimos em Brasília, agradeço a defesa e a compreensão.
Os posts do "Perdeu, playboy" são muito educativos ;-)
Beijos
Carlo

Anônimo disse...

Estou adorando seu blog, me divirto muito! Principalmente agora, com dois filhos pequenos e a terceira a caminho. Por enquanto nada de balada...Só pra contribuir, meu marido é nascido e criado em Brasília e não foi nem um pouco covarde.
Beijos, parabéns!
Tatiana Lins

Anônimo disse...

Não procure pelo amor, ele te encontrará.

Anônimo disse...

TER OU NÃO TER NAMORADO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA. Artur da Távola

filipy parente disse...

hahahahaah!! Que baranga perdida, hein?!! !! Só fiquei chateado com a história do booty call!! Isso é legal!!!

Anônimo disse...

Mari, nota 10!! Que mulher mal amada! Vai pôr a culpa em outro!

Anônimo disse...

Concordo plenamente a autora “Homens de Brasília”, só quem é cega que não ver o quantos os homens daqui são desse tipinho. Infelizmente em Brasília são raras exceções de homens que realmente prestem. E outra coisa ter opinião de quem é de fora da Cidade não quer dizer que a pessoa seja mal amada e sim que ela tem uma visão melhor de quem mora a muitos anos . Fui!!!

Mari Abreu disse...

Anônimo último, graças a Deus cada um pensa de uma forma, mas tá aí o que acho! De uma maneira bem exagerada e, em tese, divertida! Beijos e obrigada pela leitura!

Unknown disse...

Sou de Brasília e achei um pouco agressiva a forma como vc respondeu essa menina. Acho que essa foi a visão dela sobre os homens daí. Essa situação não cabe juízo de valor...Tb acho que infelizmente não podemos julgar por aparência, origem ou localidade. Mas essa foi a experiência que ela viveu, e tem o direito de se expressar. Sou bonita, corpão...fui a lugares tops em BSB e confesso que após meses fiquei com um carioca incrível....nem sei se é coinscidência....mas nem eu conheci todos os "homens de Brasília" e nem ela. Por isso, antes de (como uma boa Brasiliense tb tenho óoooodio de quem fala de onde eu nasci)falar sobre o assunto...talvez fosse legal uma enquete...será que não existe um pouquinho de verdade? Enfim....ficaadica....afinal...não sou a dona da verdade,ne???

Mari Abreu disse...

Alessandra, obrigada pelo comentário! Então, ninguém é dono da verdade. Foi exatamente essa constatação que me levou a rebater o e-mail da tal moça. E, claro, aproveitar pra provocar um pouco!!

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