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terça-feira, 22 de abril de 2014

Errar é preciso

É dureza admitir, mas devo dizer que sou cabeça-dura.

Quando bato o pé a respeito de alguma coisa, ninguém me faz mudar de ideia. Ninguém mesmo.

Eu sempre fui daquelas pessoas que tinham respostas para tudo.

Adorava as regras (e "exigia" que todos as cumprissem).

Era o moralismo em pessoa.

Graças a tanta dureza, deixei para trás amizades valiosíssimas.

É verdade que a pessoa errou (e feio) comigo. Vacilou muito.

Mas hoje vejo que a mágoa pelo fim da amizade é maior do que a dor que senti no momento.

Também me lembro, com o peito apertado, de colegas que foram alvo dos meus ataques moralistas.

Quantas amigas já não ouviram sermões quilométricos sobre o absurdo que é trair o namorado (ou virar amante)!

Tudo bem. Queria protegê-las. Evitar futuros sofrimentos. Cuidar.

Mas em nenhum momento eu parei de verdade para ouvir o que estava por trás daquilo.

Por que elas procuraram consolo em outros braços.

Era mais fácil julgar.

E o tanto que ridicularizei pessoas que terminavam um namoro, queimavam o filme do cara, pra depois voltarem às boas, na primeira oportunidade?

Ou então as que davam um ultimato, o cara fugia corrido e ainda assim elas aceitavam o "pouco" que ele tinha a oferecer?

Já desprezei colegas de trabalho que falaram mal de mim pelas costas.

Verdadeira decepção, eu sei, descobrir uma coisa dessas.

Mas quem aqui não sabe que o mundo é competitivo? Que as pessoas são, às vezes, canalhas? Que a inveja sempre existiu e vai continuar existindo?

Tudo bem! Ninguém quer ser alvo de nada parecido, mas passar o resto da vida de mal ou alimentar dentro de si um ódio crescente não dá.

E o que dizer de ficar brava porque aquele namorado que te jurou amor eterno conheceu alguém e mudou de ideia?

É verdade. It hurts like hell! Mas as pessoas são assim! Mudam! Como culpar alguém por isso?

A grande merd... é que, no fim das contas, quem sofre é você. Quem carrega esse ressentimento insuportável no peito é você. Não quem te magoou.

Ainda bem que a vida é por demais esperta (sabe de nada, inocente!).

Você, mais dia, menos dia, acaba pagando a língua - e faz exatamente as mesmas coisas que um dia condenou.

Não sei se foi por isso que mudei.

Que deixei pra trás tanto radicalismo.

Que comecei a rever minhas posturas.

Só sei que hoje sou outra (espero!).

Tudo bem. Ainda posso ser muito inflexível, mas penso duas vezes antes de condenar alguém (a não ser que no dia em que meu espírito ariano está com tudo! Aí, sai de baixo!).

E nem é porque um dia posso fazer igual e não vou querer ser repreendida.

É porque não vale a pena levar tudo a ferro e fogo.

A dor que fica é grande demais.

Conheço histórias maravilhosas de pessoas que souberam dar a volta por cima em situações difíceis e que são extremamente felizes, realizadas.

Isso só acontece porque não há regras.

O que funciona com um pode não funcionar com outro.

E a gente só aprende isso vivendo.

Caindo e se levantando.

Pode ser que uma traição coloque um ponto final em um relacionamento.

Mas pode ser também que tire o casal da rotina e o "force" a repensar a relação, a melhorar as coisas, a dar mais valor um ao outro.

Pode parecer insano tratar com educação alguém que te passou a perna no trabalho.

Mas, ao fazer isso, você não só fica livre daquele ódio que corrói, como mostra ao outro quem é que sabe dar a volta por cima.

E é por isso que hoje eu erro sem tanto peso na consciência.

domingo, 13 de abril de 2014

Um sonho de liberdade

Sonho com o dia em que vou ser livre.

Não livre metaforicamente falando, mas VERDADEIRAMENTE livre.

Livre não só para viver minha vida.

Mas para vivê-la sem interferências. Sem cobranças. Sem pressões.

Eu sinto que tenho uma vida maravilhosa.

Realizei muitos sonhos (muitos deles bem cedo).

E minhas conquistas me fazem sentir abençoada. Privilegiada até.

Tenho a vida que pedi a Deus.

Acontece que nada disso parece importar.

Porque, apesar de tudo o que conquistei, de todos os obstáculos que venci, estou solteira.

E sabe como é.

Não importa o que você tem, quem é ou o que alcançou.

O que importa é estar casada - ainda que seja um casamento de fachada ou fracassado.

Mulher solteira, infelizmente, é sinônimo de mulher infeliz, mulher amarga, mulher sofrida.

Não que isso seja surpresa.

O Ipea mostrou, recentemente, que muita gente acha que mulher que anda de roupa curta merece ser estuprada.

Ou ainda que há mulher para casar e mulher para comer.

Então, nada mais "natural" do que achar que mulher tem que ter algum (qualquer) homem do lado para ser alguém. Para estar completa. Para ser respeitada, aceita.

O pior é que, a cada ano que passa, a pressão cresce.

E aí não é apenas a pressão pelo casamento. Soma-se a isso a pressão pelos filhos.

De repente, sem você se dar conta, você vira o assunto (e a preocupação) de todo mundo.

Em casa, no trabalho, na academia, no curso de mestrado ou na aula de costura, não importa, você é o grande assunto.

A sensação que dá é que a vida das pessoas é tão entendiante, frustrante ou triste que só resta se meter nos assuntos alheios - e transferir para mais alguém o peso do próprio fracasso.

Só que eu cansei.

Cansei de ser pressionada, cobrada.

Não tem o que fazer?

Vai ler um livro, plantar uma árvore ou aprender um ofício novo.

Ou, quem sabe, cuidar do SEU casamento? Se aproximar dos SEUS filhos?

Não estou aqui para servir de ponto de descarrego.

Se quiser ser minha amiga, torça por mim.

Torça pela minha felicidade.

Reze por mim. Mande boas vibrações.

E ofereça seu ombro quando eu estiver sofrendo ou até brigue comigo quando eu aprontar.

Só não me transforme mais no seu alvo.

Chega de bullying.

Ele só me magoa. Ele só me machuca. Ele só nos afasta.

Por isso, este ano, o presente de aniversário que mais desejo é que eu deixe de ser o tópico da sua preocupação e possa ser livre para viver.

Viver e continuar sendo feliz.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Eu não quero me casar!

Sim.

É isso mesmo que você leu.

Eu não quero me casar.

O quê?

Chocado?

Bem que eu imaginei.

Já sei. Você vai me lembrar que EU vivo falando sobre o assunto.

Externando meu desejo em formar uma família.

Sinto decepcioná-lo, mas você entendeu tudo errado.

Eu não quero me casar.

Quero, sim, me apaixonar.

Quero viver nas nuvens.

Quero sonhar acordada e rir sem motivo.

Quero me emocionar com o nascer e o pôr do sol.

Quero ver graça em casais de mãos dadas.

Quero sentir o estômago revirar às vésperas de cada encontro.

Quero colo e carinho.

Quero companheirismo, parceria.

Quero fazer planos, grandes ou pequenos.

Quero enxergar o brilho mesmo nas coisas mais diminutas.

Quero dançar em casa, sozinha, de pura felicidade.

Quero dormir abraçada.

E acordar saciada.

E, se for de nosso interesse e se assim a vida permitir, trilhar juntos um caminho.

Qual a diferença?

Toda.

Afinal, não estou falando de alcançar um objetivo. De concretizar um plano. De cumprir uma meta.

Casar, em si, não é o MEU fim.

Ser feliz é.