tag:blogger.com,1999:blog-7312527246396923872024-02-21T01:47:16.110-03:00Perdeu, PlayboyMari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.comBlogger180125tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-8687071482176949652016-04-10T19:10:00.002-03:002016-04-10T19:10:44.165-03:00De solteironas a solteiraçasVocê precisa casar. Ter um marido que a sustente, que cuide de você. Ter um lar (ou, ao menos, um teto onde morar). Precisa ter filhos (quem sabe uns três ou quatro?) e cumprir o papel designado à mulher desde que os tempos são tempos. Ser fiel a essa missão arquitetada por Deus ou pela genética.<br />
<br />
Precisa cuidar da casa, limpar, lavar e passar a roupa. Precisa cozinhar pratos balanceados e saudáveis para alimentar sua nova família e educar bem os meninos.<br />
<br />
Precisa também se cuidar, mas sem gastar muito - que o marido reclama. Depile em casa, faça a própria unha (não sabe? Aprenda), arrume seu cabelo - ainda que, para isso, seja preciso correr risco de vida ao passar o ferro quente na cabeleira só para deixá-lo como o seu homem gosta.<br />
<br />
Também precisa comer pouco e ficar sempre de olho na balança. É fundamental manter a cintura fina e as malditas celulites sob controle.<br />
<br />
Precisa ser sensual, sem ser safada; atraente, sem ser vulgar ou chamar muito a atenção; estar sempre disposta para receber com um sorriso qualquer investida do seu marido - ninguém aguenta mais esse papinho de dor de cabeça.<br />
<br />
Precisa ser simpática na medida, extrovertida com moderação, paciente à beça e compreensiva, muito compreensiva - não vê que atazanar o marido só porque ele chega tarde vários dias da semana é coisa de mulher cri cri? Não faça perguntas.<br />
<br />
Mais importante, você precisa saber perdoar.<br />
<br />
Como assim, você não quer esse mar de rosas? O quê? Prefere ficar sozinha? Coitada. Então vá. Seja uma solteirona. Encalhada. Mal amada. Frígida. Fresca, chata, reclamona. Vire alvo de críticas, acostume-se com os dedos apontando em sua direção - nem adianta esbravejar; os dedos em riste virão.<br />
<br />
Acostume-se também a ouvir de conhecidos (e de completos estranhos) discursos ensaiados sobre como agora você sobrou, de que só com muita sorte alguém vai escolhê-la. O que será da sua vida sem filhos? Como serão seus domingos sem um marido ao lado? Que pena, pena de você.<br />
<br />
...<br />
<br />
Você pode não casar. Não ter um marido para chamar de seu. Não fazer o impensável só para conseguir aquela aliança dourada no dedo anelar da mão esquerda. E pode até não ter filhos. Isso, nenhum filho. Zero.<br />
<br />
Pode sair com as amigas para paquerar. Demonstrar interesse pelo gatinho da balada. Ou chamar aquele colega de trabalho para sair - pode até mesmo ficar com aquela menina do outro setor.<br />
<br />
Pode viajar o mundo (sozinha). Pode viver experiências inesquecíveis. Pode morar fora, fazer curso de polonês, gastar seis meses num mochilão pela Ásia.<br />
<br />
Pode encher a cara de vinho em plena segunda-feira ou se divertir sozinha em casa, no sábado à noite, vendo filmes eróticos.<br />
<br />
Pode decidir amar seu corpo como é. Gordinha ou magrinha. Durinha ou flácida. Pode rir de seus seios caídos, resultado da idade, e ainda assim decidir que quer ficar com eles - nada de cirurgia. Pode fotografar na memória suas rugas e curtir as marcas do tempo.<br />
<br />
Pode levar para a cama quantos homens quiser. Ou negar a eles acesso ao seu território sagrado.<br />
<br />
Pode desejar um companheiro ou permanecer sozinha. Afinal, você não quer qualquer um. Quer alguém especial. Quer um relacionamento de verdade. Detesta relações protocolares. De qualquer espécie.<br />
<br />
Pode até ter filhos sozinha. Um, dois, quantos você quiser. E pode ensinar a eles que rosa e azul são apenas duas das muitas cores à disposição deles.<br />
<br />
Tudo bem. Não quer dizer que, se fizer isso aí, vai ser recebida com aplausos. Muitos vão julgá-la, olhar torto para você, criticar duramente suas decisões. Vão falar de você pelas costas e rir do seu aparente desespero.<br />
<br />
Vão querer apresentá-la para qualquer amigo - maconheiro, machista, preconceituoso. E vão fazer de tudo para enquadrá-la naquela velha história mencionada lá no início.<br />
<br />
Estar sozinha (e não ter filhos, por exemplo) ainda deixa muita gente desconfortável. E é certeza de apuros para quem assume essa posição.<br />
<br />
Mas, ah, estar sozinha é também uma oportunidade incrível. De se conhecer a fundo, cada rincão, cada pensamento. Você passa a entender cada riso, cada lágrima. Aprende a se respeitar e a exigir respeito - ainda que, às vezes, você mesma falhe nessa missão.<br />
<br />
Você se abre para a vida. Liberta-se de preconceitos e renova as lentes com que vê o mundo.<br />
<br />
Aprende, aprende muito.<br />
<br />
Por exemplo, entende que a felicidade está aí, na nossa cara, esperando ser encontrada e desfrutada, e que não é preciso marido ou filho para que ela dê as caras. Aprende que o sorriso vem mais fácil do que se imagina e que o amor está em toda parte - na família, nos sobrinhos, entre amigos.<br />
<br />
Não ligue para quem diz que estar sozinha é o mesmo que detestar os homens. Ou que estar sozinha é sinônimo de amargura. Estar sozinha nada mais é do que se dar prioridade e se permitir sonhar e conquistar tudo o que quiser - sem precisar ceder a velhas regras impostas.<br />
<br />
Que solteirona, que nada! Quem está sozinha por decisão é uma bela duma <i>solteiraça </i>- com direito a todos os superlativos positivos imagináveis.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-9614095644780254362016-01-29T17:04:00.004-02:002016-01-29T17:04:42.340-02:00SelvageriaSério. Sinto-me em um safari nível avançado, mesmo estando em Brasília, a um mar da África do Sul.<br />
<br />
Por algum motivo que desconheço, aqui os "animais" não se comportam como deveriam. Por exemplo, não caçam apenas quando têm fome e não descansam quando saciados. Eles estão em guerra não declarada (ou eu que não fui avisada). É um vale tudo.<br />
<br />
Sentem-se constantemente famintos, raivosos, mal-humorados. Usam táticas baixas e sorrateiras, atacam na surdina e não aceitam perder batalha alguma.<br />
<br />
E você, de repente, descobre que é "caça", do tipo mais ralé, bagulho, quase mixaria.<br />
<br />
Pelo menos, é o que parece.<br />
<br />
Falta respeito. Noção. Educação.<br />
<br />
Não digo que todos os caras são assim, longe de mim, mas o nível de grosseria é tão grande, às vezes, que você fica com medo de sair da toca.<br />
<br />
Eu sei que esse papo nostálgico é chato até, mas, honestamente, não me lembro desse nível de selvageria quando era mais nova, lá pelos meus 18, 20 anos.<br />
<br />
Será que esses caras foram maltratados pelos pais? Será que foram abandonados por quem mais amavam? Traídos, alvos de chacota? Sei lá, acho que nem isso justifica.<br />
<br />
Explico-me.<br />
<br />
Rolou um convite para um jantar. A pessoa parecia bacana, decente. Tinha referências, amigos em comum. Fui.<br />
<br />
A noite estava joia; o papo, legal; a comida, divina (o vinho também). Rolaram risadas. Espontâneas. E eu fui relaxando.<br />
<br />
Já na garagem, a caminho do carro, uma "observação" pré-bomba: Sabia que acho lindo meninas branquinhas?<br />
<br />
Bom, entendi que era um elogio, afinal, sou branca.<br />
<br />
Não quis parecer metida, nem nada, então falei: Sério? Normalmente, os brasileiros acham mais bonito menina com a pele bronzeada...<br />
<br />
Aí, o ataque.<br />
<br />
"Ah, adoro chupar um peitinho branco."<br />
<br />
Diz aí o que você faria, porque eu quase desmaiei.<br />
<br />
E então veio a raiva e a vontade de ter respondido algo baixo e horrível, à altura. Ou de dar uma voadora na cara dele.<br />
<br />
Por último, a vontade de chorar. Que pessoa é essa? Que agressividade, desrespeito! Que falta de trato e noção. Que medo.<br />
<br />
E eu me esforçando para me desarmar...Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-43504862449905009352015-12-15T17:19:00.002-02:002015-12-16T08:16:20.166-02:00Pelo direito de ser quem se éParece meio óbvio esse título, né? Defender que toda e qualquer pessoa tenha o direito de ser como é, de verdade, sem ter que fingir coisa alguma. Mas, na prática, é tão, tão difícil. Por que, hein?<br />
<br />
Antes de ser quem eu sou (botar para jogo meu eu verdadeiro), levei um tempão só para <i>descobrir</i> quem sou. Do que gosto, o que quero, com o que sonho, o que repudio. Quais são meus piores defeitos? E quais as melhores qualidades, aquelas que dão orgulho? Quais meus limites? O que topo e o que não topo de maneira alguma? O quanto estou disposta a sacrificar para conquistar certas coisas? Enfim, todas as milhões de perguntas que nos fazemos, ao longo da vida, simplesmente para nos conhecer melhor.<br />
<br />
Aí, vem a parte mais difícil, que é colocar tudo isso em prática. E foi então que eu vi como custa bancar quem se é.<br />
<br />
Primeiro, existe a autossabotagem. Você promete para si mesma que vai agir de tal maneira em determinada situação, mas, na hora, por medo, insegurança ou sabe-se lá por qual motivo, deixa a coisa degringolar. Já passei por isso inúmeras vezes. Perdi as contas de quantas vezes chorei ou lamentei por não ter respeitado um limite que era tão sagrado para mim.<br />
<br />
Por exemplo, digamos que você tem uma amiga que vive pegando suas roupas emprestado - e nunca as devolve ou as devolve em condições deterioradas. No início, você surta por dentro, mas fica calada. Afinal, não quer desagradar a amiga (pior: sente que <i>precisa</i> dela, desse afeto). Depois, promete, na frente do espelho, que nunca mais vai emprestar nada. Só que ela se faz de vítima e você cede. E cede tanto, mas tanto, que no final nem tem mais forças para reagir - e, quando sente raiva ao ver as roupas puídas, pune-se por ser tão egoísta.<br />
<br />
Há ainda os casos mais graves. A esposa que apanha do marido. E que vive prometendo deixá-lo, denunciá-lo ou outra coisa semelhante, mas nunca faz nada. Sujeita-se apenas. Quase se conforma. E com isso vai se matando aos pouquinhos por dentro (pode ser que exploda e revide; pode ser que fique doente. Só sei que alguma consequência tem. Claro! São dias, meses, anos atropelando seus sentimentos. Um dia a coisa entorna mesmo.).<br />
<br />
E não tem jeito mesmo. Você aprende errando.<br />
<br />
Em alguns casos, voltei atrás na minha palavra duas, três, dez vezes, até que a coisa chegasse a um grau tão estressante que fui obrigada, por motivos de sanidade mental, a respeitar meu limite - coisa que queria fazer desde o início, mas não sabia como me impor.<br />
<br />
Segundo, existe a sabotagem alheia, que, na minha opinião, é a pior de todas. Você deixa de ser como é por conta dos outros. Porque quer tanto ser amada, respeitada, valorizada, elogiada que passa por cima do que for preciso por um afago. É aquele desespero para ser aceita.<br />
<br />
Só que isso, minha amiga, é um buraco sem fundo. Não existe isso de "boa o suficiente". As pessoas sempre querem mais.<br />
<br />
Elas estão lá, cheias de defeitos, mas o que importa é o quanto os outros precisam melhorar, precisam mudar. O que vale é apontar o dedo na cara do outro e fazê-lo sentir que aquilo que ele é não é bom o suficiente. E aí você junta suas próprias inseguranças com as críticas de terceiros e tem a combinação perfeita para o fracasso e para abandonar tudo em que acredita - até mesmo para desistir de ser quem você verdadeiramente é.<br />
<br />
Eu tenho toneladas de defeitos. Poderia passar os próximos dias, meses e, quem sabe, anos, listando-os. Pode até ser que, feita uma pesquisa, fique comprovado por A + B que minha lista é bem mais longa do que a média - ou que meus defeitos são bem mais graves do que os dos demais. Não importa.<br />
<br />
O que importa é que essa sou eu. Ou que essa <i>estou </i>eu (já que estamos sempre mudando). E eu tenho orgulho de ser quem sou, pacote completo. O que não quer dizer que não faço um trabalho diário para atenuar meus defeitos. Por exemplo, ser mais paciente, menos reativa, menos agressiva. Há muitos, muitos anos, luto contra certas posturas que me são naturais. Que brotam espontaneamente. Mas é uma luta - e como toda luta, há dias piores e dias melhores.<br />
<br />
Acho o máximo quem não se mete em briga, quem sempre se mantém sereno frente a toda e qualquer situação, quem não discute por política, não chora quando o time sofre uma goleada, não perde a linha com uma cantada ofensiva. Só que essa pessoa não sou eu.<br />
<br />
Eu sou única, complexa, caótica. Como talvez todos sejam. E eu quero aprender a me aceitar, exatamente como sou.<br />
<br />
Estou cansada de ver dedos apontados para mim me dizendo como eu deveria ser. O que preciso mudar. De que maneira devo me comportar. Afinal, eu, mais do que ninguém, conheço meus defeitos. Mas a vontade de mudar deve partir de dentro da gente - e não vir de fora, tipo receita de bolo. Caso contrário, não produz resultado algum.<br />
<br />
Cada qual sabe melhor o que traz felicidade e o que traz dor. Cada um sabe o preço a pagar por determinados comportamentos - e, se não sabe, a vida ensina.<br />
<br />
Tenho certeza de que não vim a este mundo para ser a filha que a minha mãe espera; ou a companheira que minhas irmãs desejam; ou a parceira que minhas amigas sonham ter ao lado. Eu vim para me desvendar, me revirar do avesso - e a partir daí crescer, melhorar, mudar, aperfeiçoar, evoluir. Gostaria muito, nesta jornada, de ter caminhando comigo pessoas que me apoiam, que acreditam em mim, que respeitam/toleram o meu eu - e quero distância de quem me faz sentir pequena, pior, incapaz.<br />
<br />
Mas, por mim, preciso prometer que não vou pagar qualquer preço por esse afeto. O que os outros pensam de mim não pode ser maior do que o que eu penso sobre a minha pessoa. Não quero aquele amor que diminui, aquele amor que julga, aquele amor que despreza.<br />
<br />
Hoje, para mim, a grande lição da vida é aprender a me amar (e me respeitar) do jeitinho que sou. Não é me amar <i>apesar </i>dos defeitos, mas sim <i>pelos </i>defeitos. Que são meus, que representam uma parte importante desse incrível quebra-cabeças que sou eu. Quero ter orgulho de mim mesma e não mais sentir vergonha das minhas falhas.<br />
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Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-18792326694979555352015-10-05T20:53:00.001-03:002015-10-05T20:53:08.666-03:00Primeiro encontroNão estou aqui para ensiná-lo a se comportar no primeiro encontro. Ser mais ou menos extrovertido, abrir ou não a porta do carro, falar ou não de relacionamentos passados, abordar logo de cara temas indelicados (tipo: "sou estéril, sabia?")... Isso cabe a você decidir como proceder. E também não existe fórmula mágica de qual a melhor forma de agir, o que pode dar mais certo. Difícil saber o que cada mulher prefere ouvir, que cara ela espera encontrar por trás daquelas roupas, daquelas máscaras, daqueles medos...<br />
<br />
Particularmente, acho sempre mais interessante quando um cara se comporta como ele é, porque aí não tem aquela coisa de cair do cavalo depois ao descobrir, por exemplo, que ele é machista, preguiçoso ou grosseiro.<br />
<br />
Só tem uma coisa que pra mim é cláusula pétrea nos primeiros encontros: o homem pagar a conta.<br />
<br />
Beleza, pode soltar os cachorros e me chamar de machista. Pode dizer que isso não faz diferença se a garota realmente curtir você. Que o mundo mudou e que as mulheres ganham às vezes mais do que os homens. Que faz parte do seu ser não pagar uma conta sequer e quem quiser que o ature.<br />
<br />
Engole o choro, a desculpa esfarrapada, a filosofia barata e, velho, paga a primeira conta!<br />
<br />
Está quebrado? Leva a gata para comer pastel. Foi ela na verdade quem o convidou para saírem juntos? Pague a conta. Ela já trabalha e você está na faculdade, tipo Eduardo e Mônica? Dane-se. Ainda assim você deve pagar a conta.<br />
<br />
Não é obrigação sem fundamento. Não é papo machista. Não é pra dar o golpe e comer de graça. Não é coisa de gente folgada.<br />
<br />
De uma vez por todas, entenda o seguinte: é delicadeza. É gentileza. Um ato fofo e admirável. Mostra cuidado, carinho, preocupação, cavalheirismo.<br />
<br />
O encontro pode ter sido um fracasso, mas esse gesto certamente arrancará suspiros - ou, pelo menos, ela vai dar o braço a torcer de que você não é tão mau assim. Ele não passará em branco, acredite.<br />
<br />
Sei lá. Vivemos uma vida toda policiada. O que é certo e o que é errado. Como cada um deve se comportar. O que esperar do outro. O que cada um quer ouvir. Como impressionar. Como fazer o outro se apaixonar por você. Tantas regras que perdemos a espontaneidade. Por trás de tantos discursos, tantas mudanças, do politicamente correto, ali estão um homem e uma mulher.<br />
<br />
Isso me faz lembrar daquele filme <i>Notting Hill</i>. Tem uma cena em que a Julia Roberts, uma atriz podre de famosa, vai atrás do Hugh Grant, dono de uma livraria especializada em guias de viagem. Ela quer uma segunda chance. Ele resiste. Já se machucou antes. Dá para entender o cara e se solidarizar até. E aí ela diz: Lembre-se... Sou só uma garota, aqui diante de um garoto, pedindo para ser amada.<br />
<br />
É isso. No fundo, somos garotas e garotos querendo ser amados. E pagar o primeiro jantar é um jeito lindo de derrubar as defesas do outro e de se abrir para o amor.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-62143568771032772412015-04-01T17:33:00.001-03:002015-04-01T17:33:06.131-03:00Não é charme. É desinteresse.Ele mal ficou solteiro e já se diz farto das possíveis presas.<br />
<br />
Superficiais. Feias. Interesseiras. Loucas.<br />
<br />
Nenhuma é boa o suficiente.<br />
<br />
A liberdade recém-adquirida ganha gosto de punição, de tragédia anunciada.<br />
<br />
"Desse jeito, vou acabar voltando para a minha ex", desabafa.<br />
<br />
A amiga dá colo e pede calma.<br />
<br />
"Tem gente legal por aí. Minhas amigas, por exemplo".<br />
<br />
Ele se anima.<br />
<br />
Mas, desconfiado como é, logo acha que o discurso é fogo de palha.<br />
<br />
Só que o estresse que resulta da solteirice é maior, e ele resolve dar uma chance às tais amigas.<br />
<br />
Conhece uma delas.<br />
<br />
E gosta.<br />
<br />
No dia seguinte, parte para o ataque.<br />
<br />
Pelo celular, manda um oi.<br />
<br />
Vem a resposta.<br />
<br />
O bate-papo dura uns três minutos.<br />
<br />
(Silêncio)<br />
<br />
Tchau. Até mais.<br />
<br />
No dia seguinte, ela não entra em contato.<br />
<br />
Ele acha estranho, afinal é um cara bonito, interessante, disputado.<br />
<br />
E não consegue entender como alguém não cai de amores por ele instantaneamente.<br />
<br />
Tudo bem.<br />
<br />
Vai ver é tímida.<br />
<br />
Oi, tudo bem?<br />
<br />
Tudo. E você?<br />
<br />
Tudo.<br />
<br />
(Silêncio)<br />
<br />
Beijo. Tchau.<br />
<br />
A raiva toma conta dele.<br />
<br />
"Mas quem ela pensa que é? Metida. Patricinha. Esnobe. Tá pensando que dá as cartas? Não comigo. Vai ter troco."<br />
<br />
Ele some.<br />
<br />
Uma semana se passa e nada dela.<br />
<br />
"Vai ver morreu...", pensa.<br />
<br />
Oi. Tudo bem?<br />
<br />
Oi. Tudo. E você?<br />
<br />
Tudo.<br />
<br />
...<br />
<br />
(É, morrer não morreu).<br />
<br />
(Que vaca. Ela simplesmente não está correndo atrás de mim).<br />
<br />
Então, vamos sair?<br />
<br />
Não posso.<br />
<br />
Você é muito ocupada. Eu diria que é seu principal defeito.<br />
<br />
Nós mal nos conhecemos.<br />
<br />
Não importa. É seu pior defeito e ponto final. E mais. Fiz uma lista com todas as suas falhas. É sempre bom conhecer o que os outros pensam da gente. Vou te passar a lista. Para que você seja uma pessoa melhor.<br />
<br />
Que arrogante da sua parte.<br />
<br />
...<br />
<br />
Alguns dias depois...<br />
<br />
(É a última chance dela. Já chega dessa palhaçada).<br />
<br />
E aí? Vamos sair?<br />
<br />
Não dá.<br />
<br />
Você é muito chata.<br />
<br />
Chata? Por quê?<br />
<br />
Porque sim. Nunca tem tempo e sempre sou eu quem tem que entrar em contato.<br />
<br />
...<br />
<br />
Eu não vou ficar correndo atrás de você, entendeu? Sou um cara disputado!<br />
<br />
Ok.<br />
<br />
...<br />
<br />
<br />
Mais alguns dias se passam...<br />
<br />
Oi. Me diz uma coisa. Você quer arrumar um namorado?<br />
<br />
Claro. Acho que todo mundo quer amar e se sentir amado.<br />
<br />
Sei. Não parece. Você acha que vai encontrar alguém saindo para essas baladas mequetrefes que você frequenta?<br />
<br />
Eu saio para dançar e aproveitar a vida. Não para arrumar namorado.<br />
<br />
Pois você está fazendo tudo errado.<br />
<br />
Certo.<br />
<br />
E eu, como homem que sou, escolado, posso te ensinar como agir corretamente e arrumar alguém.<br />
<br />
Sei.<br />
<br />
Então... Quer namorar comigo?Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-29134053320084097162015-03-19T09:00:00.001-03:002015-03-19T09:00:10.170-03:00A noite é para os fortesOi. Seu nome, por acaso, é Bárbara?<br />
<br />
Não.<br />
<br />
Joana?<br />
<br />
Não.<br />
<br />
Tem certeza?<br />
<br />
... (Sério. Nessas horas, a vontade é dar uma resposta MUITO tosca.)<br />
<br />
E você é ruiva?<br />
<br />
Sim.<br />
<br />
Parece a Joana d'Arc.<br />
<br />
...<br />
<br />
Então, meu nome é Marcelo. E o seu?<br />
<br />
Flávia.<br />
<br />
Tá bom, Flávia. Se precisar de alguma coisa, eu e meus amigos estamos ali. Tchau.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-34681384078882785252015-02-28T10:08:00.002-03:002015-02-28T10:08:29.257-03:00Procura-se um amigoA vida é feita de muitas fases.<br />
<br />
E, no início da vida, parece que passamos por boa parte delas juntos.<br />
<br />
Lembra das festinhas de quinze anos?<br />
<br />
Então.<br />
<br />
Como a gente costuma se relacionar com pessoas da mesma idade, de repente todo fim de semana tinha alguém comemorando a data.<br />
<br />
E aí você passou um ou dois anos só indo a baladinhas assim.<br />
<br />
Foi o mesmo com as formaturas no colégio.<br />
<br />
A aprovação no vestibular.<br />
<br />
Os dezoito anos, a carteira de motorista e o primeiro passo rumo à independência...<br />
<br />
Só que, com o tempo, essas etapas da vida foram deixando de ser vividas coletivamente.<br />
<br />
Isso ficou claro quando começaram a pipocar os primeiros casamentos.<br />
<br />
Verdade que há uma época mais "florida", quando parece que todo mundo anda juntando os trapos.<br />
<br />
Ainda assim, tem gente que casa com 23 anos; outros, com 40.<br />
<br />
Com os filhos, o processo é ainda mais disperso.<br />
<br />
E aí, de repente, você se dá conta de que aquele amigo com quem cresceu junto, comemorou aniversários, compartilhou os melhores e piores momentos, seguiu outro caminho.<br />
<br />
O que não quer dizer que vocês deixaram de se falar.<br />
<br />
Podem até ser mais próximos ou íntimos que antes.<br />
<br />
Mas, como as experiências vão ficando cada dia mais individuais, em algum ponto vocês se distanciaram (nem que seja no tanto de tempo que têm pra vocês).<br />
<br />
Eu me sinto assim.<br />
<br />
Tenho amigos maravilhosos, mas quase nenhum vive o mesmo momento que eu.<br />
<br />
Sou uma das poucas (nos vários grupos do qual faço parte) que ainda não casou e teve filhos.<br />
<br />
Então, tenho muito tempo livre, para fazer o que quiser.<br />
<br />
O que é mesmo ótimo, por um tempo.<br />
<br />
Depois, vira um problemão - algo com o que você TEM que aprender a lidar (haja terapia).<br />
<br />
Como sou um ser muito social, na falta de um companheiro e de um filho (ou sete), exijo mais dos amigos.<br />
<br />
Ou exigiria.<br />
<br />
Só que todo mundo está aí, vivendo sua vida.<br />
<br />
E então você aprende a se virar (a não ser quando o assunto é sair para comer. Aí, não falta parceria).<br />
<br />
Hoje, vou ao cinema sozinha sem pestanejar.<br />
<br />
Encaro de boa um passeio de bicicleta na companhia do meu mp3.<br />
<br />
Faço aula de dança com um monte de estranhos.<br />
<br />
Aproveito a piscina do meu prédio (ou da casa dos meus pais) mesmo quando ninguém se junta a mim.<br />
<br />
E até já viajei <i>alone</i> (mas foi difícil, confesso).<br />
<br />
Mas e quando bate vontade de dançar? Fazer SUP? Sair pra paquerar? Tomar café da manhã naquele lugar recém-inaugurado?<br />
<br />
Espero a vontade passar (ou o sono chegar. O que vier primeiro), com grande pesar no coração.<br />
<br />
Aprendi a conviver com o fato de que Deus ainda não acha que está na hora de eu conhecer meu amor, mas não ter outro tipo de companhia para aproveitar certas coisas da vida que me fazem MUITO feliz parece cruel demais.<br />
<br />
Já tentei novos amigos, novos grupos. Não funcionou.<br />
<br />
Amizade ou empatia é uma coisa que acontece - não se força.<br />
<br />
Resultado?<br />
<br />
Tenho todo o tempo do mundo para fazer um monte de coisas incríveis, mas não tenho com quem viver várias dessas experiências maravilhosas.<br />
<br />
<i>Isn't it ironic?</i><br />
<br />
Nada contra você, Alanis, mas não quero mais que sua música seja a trilha sonora dos meus dias.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-78593246640999693652014-10-14T20:23:00.001-03:002014-10-14T20:23:31.992-03:00A mulher por trás da fachada de concretoVocê acha que aprendeu muito.<br />
<br />
Afinal, são mais de três décadas de convivência diária.<br />
<br />
Claro que me conheço. Sim, sei bem quem sou e, principalmente, o que quero.<br />
<br />
Jura?<br />
<br />
Hoje, me olho no espelho e vejo dois reflexos: quem eu sou e quem as pessoas acham que sou.<br />
<br />
O problema é que não gosto da imagem que têm de mim - e não dou um jeito de o meu verdadeiro eu assumir o controle.<br />
<br />
Mas sei que sou única e exclusivamente responsável por isso.<br />
<br />
É o medo que mora aqui dentro que construiu essa imagem que hoje me persegue.<br />
<br />
Quando vejo, lá está ela dando as caras.<br />
<br />
Toda folgada.<br />
<br />
Até tento remediar.<br />
<br />
O que que tem de mal? É só um jeitão descarado, espalhafatoso, mas completamente inofensivo.<br />
<br />
Só que não é.<br />
<br />
Caso contrário, não haveria ressaca no dia seguinte.<br />
<br />
Choro contido.<br />
<br />
Dor no estômago.<br />
<br />
Coração em pedaços.<br />
<br />
Uso o lado "ruim" para esconder minha fragilidade, mas aí me sinto ainda mais insegura, machucada.<br />
<br />
Tenho medo de assumir meu verdadeiro eu (que vive soterrado aqui dentro).<br />
<br />
De não ser amada por isso.<br />
<br />
De "perder" certas oportunidades, amizades.<br />
<br />
Mas que diabos de fingimento é esse que só traz falsos momentos de felicidade?<br />
<br />
Que no fim fere, fere e fere?<br />
<br />
O meu coração dá todos os sinais. Diz quando é hora de parar, insistentemente.<br />
<br />
Mas eu não paro.<br />
<br />
Me violo por medo de jogar a real comigo e com os outros.<br />
<br />
Não sou tão engraçada. Não sou tão durona. Não sou tão desprendida e bem resolvida.<br />
<br />
Sou frágil. Romântica. Brega. Carente. Sonhadora. Sincera demais.<br />
<br />
Pre-ci-so assumir isso.<br />
<br />
Pra ontem.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-29617042530598733512014-08-11T20:20:00.001-03:002014-08-11T20:20:03.267-03:00As fracas não têm vezO vestido é a vácuo. Tão, mas tão justo que não há a menor chance de comer usando ele. Ou beber. Qualquer coisa.<br />
<br />
Ele também é tomara que caia. Mas não é qualquer tomara que caia. É aquele que deixa metade do peito de fora (começa na altura exata do bico).<br />
<br />
A parte de trás é um corpete, com aquelas tiras entrelaçadas (o que antes era considerado roupa íntima para se usar em ocasiões especiais).<br />
<br />
Não acabou.<br />
<br />
Na parte de cima do vestido, ainda há um pedaço de renda, que deixa o máximo possível de carne à mostra. Em alguns casos, a renda fica entre os seios, deixando apenas 1/4 do peito encoberto. Ah. E ainda tem brilho marcando todo o trajeto do decote em V.<br />
<br />
A parte de baixo é minúscula. Por isso, sentar está fora de cogitação. Quer dizer, até respirar fundo está fora de cogitação (só vale respiração cachorrinho, entrecortada).<br />
<br />
Além do mais, a “saia” é torada. Mais do que colada ao corpo. E costuma ser branca – afinal, transparência nunca é demais.<br />
<br />
Também tem renda, rasgos, aberturas.<br />
<br />
São todas as “tendências” em uma roupa só.<br />
<br />
É o famoso #tudojuntoagoramesmo.<br />
<br />
Como se o visual das garotas também tivesse entrado na onda de "viver cada dia intensamente, como se fosse o último".<br />
<br />
De dar tudo. Mostrar tudo. Revelar tudo.<br />
<br />
Esse costumava ser o <i>look</i> da piriguete (mais ousada, confiante).<br />
<br />
Hoje, ele toma conta da noite.<br />
<br />
Virou chique. <i>Must</i>.<br />
<br />
Os homens, claro, adoram.<br />
<br />
É.<br />
<br />
O mundo não é para as fracas.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-71047305013611969322014-08-01T12:56:00.000-03:002014-08-01T14:05:17.728-03:00Lei do mínimo esforçoO objetivo é um só: manter as portas abertas.<br />
<br />
Para quando eles quiserem voltar. Pra quando quiserem entrar.<br />
<br />
E eles, normalmente, querem – ainda que de passagem.<br />
<br />
E nós, normalmente, deixamos – mesmo ao saber que é de passagem.<br />
<br />
Queria entender o porquê. Por que somos tão pacientes, compreensivas (e, por que não, bobas)? Por que damos tanto e aceitamos tão pouco em troca? Por que nos sujeitamos a certas situações?<br />
<br />
Acho que tem a ver com essa coisa chamada sentimento (falta de amor próprio também é o caso. Ou medo de ficar pra titia).<br />
<br />
É irremediável. Quando a gente gosta de um cara, aceitamos pouco. Muitas vezes, aceitamos quase nada. Pior. Muitas vezes aceitamos quase nada de um cara de que gostamos muito pouco.<br />
<br />
Como pode isso?<br />
<br />
Mesmo sem notícia alguma do ser, continuamos ali, firmes e fortes, disponíveis, intransponíveis. À espera de um <i>whatsapp</i>. De uma mensagem no <i>face</i>. De uma curtida no <i>Instagram</i>.<br />
<br />
Aceitamos qualquer sinal. Qual-quer.<br />
<br />
E mesmo quando a ficha cai e vemos que fomos enganadas (enroladas por dias, semanas, meses, à espera de algo que já se sabia que não viria), cometemos exatamente o mesmo erro com outro(s) – <i>over and over</i>.<br />
<br />
Parece que nascemos para carregar essa cruz: perdoar quantas vezes for preciso os caras que nos enrolam (é, porque com os bonzinhos temos pavio curto).<br />
<br />
Mas também devo dizer: esses caras são uns sacanas.<br />
<br />
Pô, somos frágeis e demoramos a cair fora (por isso, por favor, diga com todas as letras que não quer mais, para que possamos dar continuidade às nossas vidas. E pare de ligar. Ou mandar mensagens quando está bêbado. Às três da madrugada).<br />
<br />
E se aproveitar da fragilidade alheia é (deveria ser) crime.<br />
<br />
A Fátima Bernardes abordou o tema em um dos seus programas. Colocou os convidados (homens) para listar as frases de efeito e outros “truques” usados para manter a mulherada à disposição deles. Eles contaram tudo. Às gargalhadas (aposto que não conseguem entender como caímos todas as vezes e não os mandamos pra aquele lugar).<br />
<br />
Parece que ouvir a coisa assim, tão escancarada, dói mais. Sentimo-nos um tanto imbecis por acreditar no que dizem. Mas, fazer o quê? O que passou, passou. O negócio é não cair mais nessas armadilhas – e, quem sabe, rir da situação (ajuda muito, mas requer prática).<br />
<br />
Por isso, montei uma lista com as “tentativas” mais preguiçosas de se manter uma mulher por perto (elas são tão ridículas que nem dá pra chamar de tentativa. Afinal, não há praticamente nenhum esforço envolvido, mas, enfim...).<br />
<br />
O terceiro lugar do <i>ranking </i>do menor esforço vai para a mensagem: ‘Saudades’. É isso. O cara some, passa dias sem entrar em contato (às vezes, semanas, meses!) e, do nada, manda um ‘Saudades’. Ele não gastou nem três segundos para digitar essas letras e nem vai mandar mais nada (aposto que ele só copia e cola o termo de uma destinatária para outra). E você aí, se achando. Não deixe o coração se derreter por tão pouco. Se ele estiver mesmo com saudades, vai dar um jeito de provar.<br />
<br />
O segundo lugar do <i>ranking </i>vai para a cutucada no <i>Facebook</i>. Sério. O cara nem se dispôs a digitar UMA PALAVRA SEQUER. Ele simplesmente deu um clique em um botão pré-existente. Mais fácil que coçar o saco. Que soltar um arroto. E você, bobinha, sentiu borboletas na barriga. É por isso que eu apoio a criação de um sistema real que dê uma tacada de bete na cabeça (pode ser no saco também) dos malandros cada vez que usarem o botão.<br />
<br />
O primeiríssimo lugar vai para uma novidade. Nunca antes na história da humanidade eu tinha ouvido falar nessa “estratégia”. O cara manda um <i>whatsapp</i>. Mas não é uma mensagem de texto. Ele não sentou e bolou uma coisa legal pra dizer a você depois de 12 dias de sumiço – ainda sem explicação. Ele manda uma foto. Não dele. Nem de vocês juntos. Ele manda uma foto tosca, sem foco, sem filtro e mal enquadrada de um sanduíche. É, você leu direito. Sanduíche. Logo em seguida, chega um texto. Mas não é uma declaração. Nem um pedido de desculpas. Nem nada remotamente normal e razoável. Apenas a palavra ‘Chivito’. Ele perdeu tempo escrevendo o TIPO do sanduíche e não algo que pudesse interessar qualquer mulher com atividade cerebral minimamente regular.<br />
<br />
E ainda dizem que NÓS, mulheres, somos exigentes.<br />
<br />
<i>* Nota de último minuto: o inútil do Chivito acabou de mandar um balão.</i>Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-30922877259152808342014-07-01T20:31:00.002-03:002014-07-01T20:31:38.502-03:00Poupe-meCara Mariliz Pereira Jorge,<br />
<br />
Permita-me discordar de ABSOLUTAMENTE TUDO o que você escreveu em <a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2014/06/1476515-a-incrivel-geracao-das-mulheres-chatas.shtml"><i>A incrível geração das mulheres chatas</i></a>.<br />
<br />
Infelizmente, seu texto preconceituoso e limitado não fez outra coisa a não ser debochar da mulher que diz que está só porque os homens têm medo das independentes.<br />
<br />
Interessante. Só que não.<br />
<br />
Antes de mais nada, devo dizer que adorei o seu "uma ova".<br />
<br />
Afinal, você, sei lá, tem uns 5 mil anos de idade, já viveu em todas as partes do Brasil e do mundo (no Oriente Médio, principalmente) e seguramente conhece de cor todos os motivos pelos quais uma mulher estaria solteira.<br />
<br />
E ser independente, meu Deus, não é um deles.<br />
<br />
Você diz que a cada minuto que a tal chata gasta reclamando, outra mulher passa na frente e se dá bem na dança do acasalamento.<br />
<br />
Outra vez, adorei.<br />
<br />
Entre tantas expressões, tantas possibilidades, você escolheu 'dança do acasalamento'.<br />
<br />
Algo que lembra sexo para fins reprodutivos... E eu achando que você falaria de amor.<br />
<br />
Tolinha.<br />
<br />
E isso sem falar que, pra você, encontrar alguém especial virou competição. Corre e agarra o seu porque senão vem outra e deixa você comendo poeira.<br />
<br />
Massa.<br />
<br />
Só um parênteses. Depois, por favor, escreve outro texto pra me explicar por que é ridículo sair com as amigas (de bolsas caras ou não) e reclamar dos homens.<br />
<br />
Porque, que eu saiba, nós fazemos isso há gerações.<br />
<br />
Quem sabe, desde que aprendemos a falar.<br />
<br />
Faz parte de quem somos. Desabafar, fofocar, compartilhar, dividir. O bom e o ruim.<br />
<br />
Não sei quando isso virou sinônimo de otária (e claramente isso não é uma particularidade da nova mulher).<br />
<br />
Fecha parênteses.<br />
<br />
Então, segundo você, a vida mudou para as mulheres, mas os homens não ficaram pra trás.<br />
<br />
Eles viram toda a movimentação. Sacaram o lance desde o início.<br />
<br />
E se adaptaram, como uma luva, à nova mulher (quer dizer, faltam <i>alguns </i>ajustes, você admite).<br />
<br />
Trogloditas que esperam se casar com dona Baratinha?<br />
<br />
Jamé.<br />
<br />
Engraçado.<br />
<br />
Devo ser lunática. Ou viver em um mundo paralelo.<br />
<br />
Homem que reclama de mulher que trabalha fora? Que absurdo!!!<br />
<br />
Homem que espera que a mulher cozinhe, lave a roupa, passe, arrume a casa, lave o banheiro? Indecente!!!<br />
<br />
Homem que acha ruim a esposa ganhar mais do que ele? Sem noção!!!<br />
<br />
Aí você conta a história da sua família.<br />
<br />
Para provar sua tese.<br />
<br />
Como se ela fosse representativa, sequer, do que acontece no seu bairro. O que dirá da população brasileira.<br />
<br />
Grandes coisas.<br />
<br />
As mulheres mudaram e está cheio de homem por aí com medo dessa nova mulher (eu não falei que todos têm medo. Nem que a maioria tem).<br />
<br />
Já ouvi, centenas de vezes, que "mulher minha não chega mais tarde do trabalho, não viaja sozinha, tem que saber cozinhar".<br />
<br />
Já ouvi também que minha independência os assusta, que não é qualquer um que aguenta mulher assim.<br />
<br />
Meu tio querido sempre me diz: "quem mandou estudar tanto? Falar vários idiomas? Conhecer meio mundo? Não tem homem que dê conta. Vai terminar sozinha" (by the way, eu moro em Brasília, não no Líbano).<br />
<br />
Mas talvez seja culpa da cera no meu ouvido. Vai ver fantasiei essas conversas.<br />
<br />
Que bom que todos os seus namorados gostavam de você exatamente como foi criada pra ser.<br />
<br />
Que massa que tem um cara na sua cozinha preparando o jantar, enquanto você escreve e bebe.<br />
<br />
Que torce por você. Que está contigo pro que der e vier.<br />
<br />
Acho que você não tem noção da sorte que tem. De quantas pessoas dariam tudo para ter o que você tem. De quantas pessoas estão casadas, juntadas, e não têm isso.<br />
<br />
Posso sugerir uma coisa? Lembre-se de ajoelhar no milho e agradecer diariamente.<br />
<br />
Mas é muita viagem sua achar que é assim com todo mundo.<br />
<br />
Eu pensei em citar a realidade de toneladas de mulheres no Oriente Médio que ainda são tratadas como cidadãs de segunda classe e sofrem todo tipo de abuso (o que é ser independente mesmo?).<br />
<br />
Pra quê?<br />
<br />
O Brasil está cheio de gente assim. De histórias tristes. De relações doentias. De pessoas podres.<br />
<br />
Em todas as classes, há mulheres sendo agredidas, desrespeitadas, humilhadas, traídas, enganadas.<br />
<br />
Mas, claro, como você achou um cara e ele a ama como você é, quem não está na mesma só pode ser chata. Cri cri.<br />
<br />
Seus pais nunca perguntaram quando você iria se casar ou ter filhos. Nunca a fizeram pensar que ser bem sucedida significaria ser mal amada.<br />
<br />
Sorte sua outra vez.<br />
<br />
Eu sou constantemente cobrada. Por que ainda não se casou? Qual o SEU problema? Que bom que você é bem sucedida, mas e o marido? De que adianta tudo o que conquistou se vai ficar pra titia?<br />
<br />
Por acaso já falei que moro em Brasília e não no Líbano?<br />
<br />
E olha que me considero uma pessoa privilegiada.<br />
<br />
Posso só imaginar o que outras mulheres independentes ouvem por aí de pais, amigos ou jornalistas não tão legais.<br />
<br />
Pra me desmoralizar e mostrar que nem TUDO o que você fala é um absurdo, você diz: "Todo mundo quer um chinelo velho pro seu pé cansado". Verdade. Ponto pra você.<br />
<br />
Pena que seu disco está riscado. Seu encerramento é péssimo.<br />
<br />
Então, pra você, se uma mulher acredita que está sozinha porque é independente e diz que os homens não sabem lidar com isso, ela só pode ser chata.<br />
<br />
Você já pensou que, talvez, só talvez, ela tenha tido azar e conhecido caras (paqueras, pai, tios, colegas, professores, chefes) que passaram anos repetindo isso a ela? E que ela, insegura, acreditou? Afinal, se continua solteira, só pode ser por isso.<br />
<br />
Talvez ela só precise de um pouco de sorte.<br />
<br />
Sorte de conhecer alguém legal que goste dela como ela é.<br />
<br />
E que mostre a ela que suas escolhas não foram equivocadas.<br />
<br />
Que ela é uma grande mulher.<br />
<br />
Que inteligência não assusta e que não há pecado em viver à base de miojo e cerveja.<br />
<br />
Sabe o que é chato de verdade?<br />
<br />
Chato é quem rotula. Quem aponta o dedo. Quem julga sem conhecer.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-65029194384655177192014-06-25T08:01:00.001-03:002014-06-25T08:01:31.267-03:00Aqui também bate um coraçãoEu sei.<br />
<br />
Tenho um blog que se chama Perdeu, Playboy.<br />
<br />
Um blog que adora malhar os homens (principalmente os sacanas, mentirosos, picaretas, babacas).<br />
<br />
Sei também que minhas histórias são ácidas e que meu tom é de desdém.<br />
<br />
E você aí, que me lê, imagina que por trás desse site está uma mulher forte, durona - e, quem sabe, chata, amarga, mal resolvida.<br />
<br />
Acho que essa é a imagem que passo - e não só pra quem lê o blog.<br />
<br />
Eu sempre fiz questão de me sacanear, antes que me sacaneassem.<br />
<br />
Sempre passei essa imagem de alguém que não leva desaforo pra casa, de alguém inabalável.<br />
<br />
Uma forma de me blindar das críticas, dos ataques, dos golpes baixos.<br />
<br />
Uma forma de me preparar, na esperança de o tombo ser menor.<br />
<br />
No fundo, nada disso resolve. Não muda a realidade.<br />
<br />
Não muda o fato de que tenho um coração mole. Muito mole.<br />
<br />
Choro com novelas, comerciais, gibis.<br />
<br />
Me emociono com as cenas mais banais, mais comuns, mais batidas - um beijo, um abraço, um olhar.<br />
<br />
Sou uma criança: sonhadora, ingênua, sempre disposta a acreditar nas pessoas.<br />
<br />
E, se isso tem um lado muito legal (de enxergar brilho nas coisas), tem também um lado muito difícil.<br />
<br />
Quando um cara some, finjo que não estou nem aí. Dou uma desculpa qualquer pra mim mesma. Parto pra outra. Mas o meu coração, tadinho, tá lá, caído no ringue.<br />
<br />
Mesmo quando o cara não some. Quando apenas nos damos conta de que dali não vai sair nada, me derreto.<br />
<br />
Mais uma frustração. Mais uma cicatriz. Ou apenas o medo de ficar sozinha. De não ser amada.<br />
<br />
Às vezes, acho que, por causa da idade, estou safa.<br />
<br />
Já vi de tudo um pouco. Nada mais (nem ninguém) pode me surpreender.<br />
<br />
E aí acontece alguma coisa que me faz ver: continuo absolutamente suscetível.<br />
<br />
Culpa desse coração mole, ingênuo, sensível, esperançoso...<br />
<br />
Se me fosse dado o direito de riscar apenas UMA experiência do meu caderninho, aquela coisa pela qual nunca mais gostaria de passar, seriam as falsas promessas.<br />
<br />
Pra que, meu Deus, encher alguém de esperança e depois sumir ou esquecer o que se disse?<br />
<br />
Sabe. Você tá lá na sua. Já sabe que a coisa não vai engatar. Que é um rolo.<br />
<br />
E vai tocando do jeito que dá.<br />
<br />
O que a pessoa lhe oferece é pouco, mas você se agarra àquilo com todas as forças.<br />
<br />
Tudo em troca de alguns bons momentos.<br />
<br />
De alguma forma, você se adapta. E se blinda.<br />
<br />
Consegue tirar dali um tantinho de felicidade.<br />
<br />
Enquanto sonha com algo maior, algo verdadeiro.<br />
<br />
E aí, de repente, a pessoa "se declara".<br />
<br />
Quero você. Quero muito. Chega desse lenga-lenga. Vou levar você a sério.<br />
<br />
E você, que sempre se protegeu direitinho, vai cedendo, vai baixando a guarda.<br />
<br />
Permite-se acreditar e, ai meu Deus, quem sabe ser feliz!<br />
<br />
Viver. Tentar. Se jogar.<br />
<br />
Mas a alegria dura pouco.<br />
<br />
No dia seguinte, ele não se lembra do que disse.<br />
<br />
E ri, nervoso, preocupado com o que andou prometendo.<br />
<br />
Sabe?<br />
<br />
Se liga.<br />
<br />
Já chega de machucar este alguém aqui.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-70310993250572861122014-06-16T07:52:00.003-03:002014-06-16T07:52:57.964-03:00Rapidinha- E aí, já jantou?<br />
<br />
- Não.<br />
<br />
- Bora sair pra comer alguma coisa?<br />
<br />
- Sabe o que é? Estou tão cansada ... (ou seja, não gosto de você)<br />
<br />
- Ufa! Ainda bem que você disse não. Eu convidei só por convidar. Pra mim também não dava! Tá vendo como a gente combina?<br />
<br />
- (cri, cri, cri)...Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-4949742736943265302014-04-22T17:18:00.000-03:002014-04-22T17:18:50.187-03:00Errar é precisoÉ dureza admitir, mas devo dizer que sou cabeça-dura.<br />
<br />
Quando bato o pé a respeito de alguma coisa, ninguém me faz mudar de ideia. Ninguém mesmo.<br />
<br />
Eu sempre fui daquelas pessoas que tinham respostas para tudo.<br />
<br />
Adorava as regras (e "exigia" que todos as cumprissem).<br />
<br />
Era o moralismo em pessoa.<br />
<br />
Graças a tanta dureza, deixei para trás amizades valiosíssimas.<br />
<br />
É verdade que a pessoa errou (e feio) comigo. Vacilou muito.<br />
<br />
Mas hoje vejo que a mágoa pelo fim da amizade é maior do que a dor que senti no momento.<br />
<br />
Também me lembro, com o peito apertado, de colegas que foram alvo dos meus ataques moralistas.<br />
<br />
Quantas amigas já não ouviram sermões quilométricos sobre o absurdo que é trair o namorado (ou virar amante)!<br />
<br />
Tudo bem. Queria protegê-las. Evitar futuros sofrimentos. Cuidar.<br />
<br />
Mas em nenhum momento eu parei de verdade para ouvir o que estava por trás daquilo.<br />
<br />
Por que elas procuraram consolo em outros braços.<br />
<br />
Era mais fácil julgar.<br />
<br />
E o tanto que ridicularizei pessoas que terminavam um namoro, queimavam o filme do cara, pra depois voltarem às boas, na primeira oportunidade?<br />
<br />
Ou então as que davam um ultimato, o cara fugia corrido e ainda assim elas aceitavam o "pouco" que ele tinha a oferecer?<br />
<br />
Já desprezei colegas de trabalho que falaram mal de mim pelas costas.<br />
<br />
Verdadeira decepção, eu sei, descobrir uma coisa dessas.<br />
<br />
Mas quem aqui não sabe que o mundo é competitivo? Que as pessoas são, às vezes, canalhas? Que a inveja sempre existiu e vai continuar existindo?<br />
<br />
Tudo bem! Ninguém quer ser alvo de nada parecido, mas passar o resto da vida de mal ou alimentar dentro de si um ódio crescente não dá.<br />
<br />
E o que dizer de ficar brava porque aquele namorado que te jurou amor eterno conheceu alguém e mudou de ideia?<br />
<br />
É verdade. <i>It hurts like hell</i>! Mas as pessoas são assim! Mudam! Como culpar alguém por isso?<br />
<br />
A grande merd... é que, no fim das contas, quem sofre é você. Quem carrega esse ressentimento insuportável no peito é você. Não quem te magoou.<br />
<br />
Ainda bem que a vida é por demais esperta (sabe de nada, <i>inocente</i>!).<br />
<br />
Você, mais dia, menos dia, acaba pagando a língua - e faz exatamente as mesmas coisas que um dia condenou.<br />
<br />
Não sei se foi por isso que mudei.<br />
<br />
Que deixei pra trás tanto radicalismo.<br />
<br />
Que comecei a rever minhas posturas.<br />
<br />
Só sei que hoje sou outra (espero!).<br />
<br />
Tudo bem. Ainda posso ser muito inflexível, mas penso duas vezes antes de condenar alguém (a não ser que no dia em que meu espírito ariano está com tudo! Aí, sai de baixo!).<br />
<br />
E nem é porque um dia posso fazer igual e não vou querer ser repreendida.<br />
<br />
É porque não vale a pena levar tudo a ferro e fogo.<br />
<br />
A dor que fica é grande demais.<br />
<br />
Conheço histórias maravilhosas de pessoas que souberam dar a volta por cima em situações difíceis e que são extremamente felizes, realizadas.<br />
<br />
Isso só acontece porque não há regras.<br />
<br />
O que funciona com um pode não funcionar com outro.<br />
<br />
E a gente só aprende isso vivendo.<br />
<br />
Caindo e se levantando.<br />
<br />
Pode ser que uma traição coloque um ponto final em um relacionamento.<br />
<br />
Mas pode ser também que tire o casal da rotina e o "force" a repensar a relação, a melhorar as coisas, a dar mais valor um ao outro.<br />
<br />
Pode parecer insano tratar com educação alguém que te passou a perna no trabalho.<br />
<br />
Mas, ao fazer isso, você não só fica livre daquele ódio que corrói, como mostra ao outro quem é que sabe dar a volta por cima.<br />
<br />
E é por isso que hoje eu erro sem tanto peso na consciência.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-48967206257031479782014-04-13T15:09:00.000-03:002014-04-13T15:09:20.899-03:00Um sonho de liberdadeSonho com o dia em que vou ser livre.<br />
<br />
Não livre metaforicamente falando, mas VERDADEIRAMENTE livre.<br />
<br />
Livre não só para viver minha vida.<br />
<br />
Mas para vivê-la sem interferências. Sem cobranças. Sem pressões.<br />
<br />
Eu sinto que tenho uma vida maravilhosa.<br />
<br />
Realizei muitos sonhos (muitos deles bem cedo).<br />
<br />
E minhas conquistas me fazem sentir abençoada. Privilegiada até.<br />
<br />
Tenho a vida que pedi a Deus.<br />
<br />
Acontece que nada disso parece importar.<br />
<br />
Porque, apesar de tudo o que conquistei, de todos os obstáculos que venci, estou solteira.<br />
<br />
E sabe como é.<br />
<br />
Não importa o que você tem, quem é ou o que alcançou.<br />
<br />
O que importa é estar casada - ainda que seja um casamento de fachada ou fracassado.<br />
<br />
Mulher solteira, infelizmente, é sinônimo de mulher infeliz, mulher amarga, mulher sofrida.<br />
<br />
Não que isso seja surpresa.<br />
<br />
O Ipea mostrou, recentemente, que muita gente acha que mulher que anda de roupa curta merece ser estuprada.<br />
<br />
Ou ainda que há mulher para casar e mulher para comer.<br />
<br />
Então, nada mais "natural" do que achar que mulher tem que ter algum (qualquer) homem do lado para ser alguém. Para estar completa. Para ser respeitada, aceita.<br />
<br />
O pior é que, a cada ano que passa, a pressão cresce.<br />
<br />
E aí não é apenas a pressão pelo casamento. Soma-se a isso a pressão pelos filhos.<br />
<br />
De repente, sem você se dar conta, você vira o assunto (e a preocupação) de todo mundo.<br />
<br />
Em casa, no trabalho, na academia, no curso de mestrado ou na aula de costura, não importa, você é o grande assunto.<br />
<br />
A sensação que dá é que a vida das pessoas é tão entendiante, frustrante ou triste que só resta se meter nos assuntos alheios - e transferir para mais alguém o peso do próprio fracasso.<br />
<br />
Só que eu cansei.<br />
<br />
Cansei de ser pressionada, cobrada.<br />
<br />
Não tem o que fazer?<br />
<br />
Vai ler um livro, plantar uma árvore ou aprender um ofício novo.<br />
<br />
Ou, quem sabe, cuidar do SEU casamento? Se aproximar dos SEUS filhos?<br />
<br />
Não estou aqui para servir de ponto de descarrego.<br />
<br />
Se quiser ser minha amiga, torça por mim.<br />
<br />
Torça pela minha felicidade.<br />
<br />
Reze por mim. Mande boas vibrações.<br />
<br />
E ofereça seu ombro quando eu estiver sofrendo ou até brigue comigo quando eu aprontar.<br />
<br />
Só não me transforme mais no seu alvo.<br />
<br />
Chega de <i>bullying</i>.<br />
<br />
Ele só me magoa. Ele só me machuca. Ele só nos afasta.<br />
<br />
Por isso, este ano, o presente de aniversário que mais desejo é que eu deixe de ser o tópico da sua preocupação e possa ser livre para viver.<br />
<br />
Viver e continuar sendo feliz.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-40291446878112968842014-04-10T08:10:00.001-03:002014-04-10T08:10:15.755-03:00Eu não quero me casar!Sim.<br />
<br />
É isso mesmo que você leu.<br />
<br />
Eu não quero me casar.<br />
<br />
O quê?<br />
<br />
Chocado?<br />
<br />
Bem que eu imaginei.<br />
<br />
Já sei. Você vai me lembrar que EU vivo falando sobre o assunto.<br />
<br />
Externando meu desejo em formar uma família.<br />
<br />
Sinto decepcioná-lo, mas você entendeu tudo errado.<br />
<br />
Eu não quero me casar.<br />
<br />
Quero, sim, me apaixonar.<br />
<br />
Quero viver nas nuvens.<br />
<br />
Quero sonhar acordada e rir sem motivo.<br />
<br />
Quero me emocionar com o nascer e o pôr do sol.<br />
<br />
Quero ver graça em casais de mãos dadas.<br />
<br />
Quero sentir o estômago revirar às vésperas de cada encontro.<br />
<br />
Quero colo e carinho.<br />
<br />
Quero companheirismo, parceria.<br />
<br />
Quero fazer planos, grandes ou pequenos.<br />
<br />
Quero enxergar o brilho mesmo nas coisas mais diminutas.<br />
<br />
Quero dançar em casa, sozinha, de pura felicidade.<br />
<br />
Quero dormir abraçada.<br />
<br />
E acordar saciada.<br />
<br />
E, se for de nosso interesse e se assim a vida permitir, trilhar juntos um caminho.<br />
<br />
Qual a diferença?<br />
<br />
Toda.<br />
<br />
Afinal, não estou falando de alcançar um objetivo. De concretizar um plano. De cumprir uma meta.<br />
<br />
Casar, em si, não é o MEU fim.<br />
<br />
Ser feliz é.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-49528305164164126732014-03-26T10:35:00.001-03:002014-03-26T10:36:19.008-03:00Cresça e apareçaVocê me quer e já deixou isso claro. Eu me sinto muito lisonjeada, acredite. Mas, sabe, nunca menti para você. E isso deveria ser levado em consideração.<br />
<br />
Já disse que somos muito diferentes. Estamos em estágios diferentes da vida. Enxergamos muitas situações praticamente de maneira oposta.<br />
<br />
Queria que você entendesse que não estou sendo grossa. Que não estou com medo de viver essa experiência. Que não tenho preconceito com relação à sua idade. E que não me preocupo com o que os outros vão pensar.<br />
<br />
Eu simplesmente não me sinto atraída por você.<br />
<br />
E, sim, é uma merd... ter que te dizer isso assim, tão claramente, na cara. Mas você provocou. Pediu. Cobrou. Insistiu. Fez cena.<br />
<br />
Eu tentei dar indiretas e ser discreta. Mas, como vi que você não entendeu o recado, mudei o approach.<br />
<br />
E a sua reação? Lamentável, mas não posso dizer que estou surpresa.<br />
<br />
Impressionante como homem vira moleque assim que ouve um não. Não cumprimenta, vira a cara, olha torto, desvia o caminho.<br />
<br />
Tá, eu também não vou continuar ligando para alguém que me disse não, mas eu também não dou piti.<br />
<br />
Sabe, o não faz parte da vida (não acredito que ninguém te ensinou isso). E pode estar certo de que você (e eu, minha vizinha, seu cachorro de estimação e o mundo todo) ainda vai ouvir muitos nãos. Em casa, no trabalho, no amor. Hoje, amanhã e sempre.<br />
<br />
E se toda vez que você receber um não você pirar, meu amigo, prepare-se pra viver estressado. Prepare-se para virar o mal humorado, o chato, o pessimista, o reclamão.<br />
<br />
Porque os nãos virão. Certeza.<br />
<br />
E também nem adianta me fazer sentir mal por como lidei com a situação.<br />
<br />
É bem verdade que eu sinto falta de poder conversar com você, de ao menos cumprimentá-lo, mas não vou dividir essa carga pesada que você carrega. Simplesmente porque não me arrependo de ter sido direta e sincera.<br />
<br />
O tempo passa e as coisas mudam. Mas, honestamente? Não espere o amanhã chegar para rever seu comportamento. Mude hoje. Já passou da hora de você crescer.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-68959477834453431812014-01-30T14:48:00.001-02:002014-01-30T14:49:25.094-02:00TolinhoNossos olhares se encontraram em meio a uma multidão feliz e embriagada.<br />
<br />
Poucos segundos depois, eu já sentia a respiração quente dele no meu cangote.<br />
<br />
Nem preciso dizer o que veio a seguir.<br />
<br />
Mas a tentativa de beijo falhou.<br />
<br />
Esquivei-me (dessa grande e imperdível oportunidade).<br />
<br />
Foi a primeira vez que ele tentou me beijar.<br />
<br />
Mas não foi a primeira vez em que se “interessou” por mim.<br />
<br />
Ele riu.<br />
<br />
“Você sabia que eu fui obcecado por você? Nossa. Como fui. Durante uma semana, tudo o que fiz foi pensar em você, dia e noite. Aliás, qual é mesmo o seu nome?”<br />
<br />
Aqui, uma pausa para reflexão.<br />
<br />
Sério? O cara quer beijar a garota e a primeira coisa que ele diz, em meio à vastidão infinita de possibilidades, é que o interesse dele por você durou uma (pífia) semana e que ele nem se lembra do seu nome. Quão especial.<br />
<br />
(Continuando...)<br />
<br />
Você ri, por delicadeza. Diz seu nome.<br />
<br />
Ele te elogia. “Nossa, você está linda! Ainda mais linda.” Admite que é possível (não vá ficar toda animadinha. Não há garantias) que role uma nova obsessão, como a daquela semana hoje distante.<br />
<br />
Tudo para conseguir um beijo.<br />
<br />
Mas o beijo não vem.<br />
<br />
Ao todo, são cinco minutos de insistência.<br />
<br />
Cansado do “esforço” hercúleo para me conquistar, ele vaza.<br />
<br />
Beijo, tchau.<br />
<br />
Dias depois, vem o pedido de amizade no Facebook.<br />
<br />
Já amigos, a janela de bate-papo começa a piscar.<br />
<br />
O papo segue o mesmo rumo do dia em que nos encontramos.<br />
<br />
Agora, a cantada não é sobre sua mais nova (antiga) obsessão.<br />
<br />
É diferente.<br />
<br />
Ele parte com tudo pra cima.<br />
<br />
E solta o que acredita ser uma proposta irresistível.<br />
<br />
“Que tal nós dois na sua casa? Você cozinha. Eu tomo uma cerveja gelada, enquanto vejo jogo. A gente janta. E faz amor.”<br />
<br />
Não, obrigada.<br />
<br />
Pensa bem. Ele quer ficar comigo e o máximo de esforço que está disposto a fazer é dirigir até a minha casa. Eu que cozinhe e o mime muito por ter uma chance tão incrível como essa.<br />
<br />
Deveria ter aceitado sem pestanejar. Afinal, não é sempre que um cara me propõe algo tão inacreditavelmente bom.<br />
<br />
Mas, sei lá. Ando chata. Seletiva. Coisa de feminista. Sabe como é.<br />
<br />
Daí ele parte pra outra estratégia: a coação.<br />
<br />
Ele diz que conhece bem meu <i>tipinho </i>(começou bem). Essas mulheres que adoram bater papo e conhecer o cara antes da coisa rolar. Já saiu com algumas assim (viu, meninas? Somos uma espécie em extinção).<br />
<br />
E acha tudo isso muito ridículo. Patético até.<br />
<br />
Para ele, toda pessoa sabe, imediatamente, ao colocar os olhos no outro, se a coisa rola ou não. Não há nenhuma possibilidade de a conquista, o tempo ou a convivência despertarem seu interesse. Fora de cogitação.<br />
<br />
Ou seja, qualquer lenga-lenga ou adiamento é frescura. E merece troco.<br />
<br />
“Sabe o que faço com mulheres frescas como você? Levo para jantar nos melhores restaurantes. Duas, três vezes. Até você se sentir à vontade e deixar a coisa rolar. Então, te levo pra cama e nunca mais apareço.”<br />
<br />
Jura?<br />
<br />
O bom é que o cara se revela todo, rapidinho. Você nem precisa cavar informação para saber se ele presta ou não.<br />
<br />
E ele ainda achou que, ao me contar essa deliciosa história de amor, eu ia entrar em pânico e, como não, abrir as pernas.<br />
<br />
Ai, os homens... Sempre nos surpreendendo (ainda que negativamente).Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-62463013825472208692013-12-29T17:30:00.001-02:002013-12-29T17:32:48.511-02:00Por um 2014 menos matemáticoEu sempre fui racional.<br />
<br />
Quer dizer, sou só coração (neste momento, você deve estar pensando o quão louca eu sou, já que acabei de negar palavra por palavra a primeira frase).<br />
<br />
Mas é verdade. Sou muito emotiva.<br />
<br />
Choro demais, me emociono com as coisas mais banais, me entrego de primeira...<br />
<br />
É meu jeitão, desde criança.<br />
<br />
Mas, em meio a tudo isso, sempre tive uma pitada de racionalidade.<br />
<br />
Eu me entrego, me jogo, mas, quando vejo que tem alguma coisa errada, desconfio e ponho a racionalidade pra funcionar.<br />
<br />
Serve pra colocar o pé no freio quando a coisa não cheira bem.<br />
<br />
De resto, emoção pura.<br />
<br />
Com o tempo, isso foi mudando.<br />
<br />
Acho que as pancadas da vida acionaram meu lado racional - e ele começou a ficar muito mais alerta.<br />
<br />
Cheguei até, há poucos anos, a viver uma experiência em que o amor nasceu com o tempo, com o carinho, com a admiração - e não fruto de uma paixão.<br />
<br />
É estranho. Fazer o caminho inverso, digo.<br />
<br />
Mas é bom.<br />
<br />
É bom saber que nem sempre a coisa segue aquele caminho tradicional. Da paixão ao amor (e também aumenta as chances de conhecer alguém).<br />
<br />
Mas é ruim.<br />
<br />
É ruim porque não consigo imaginar coisa melhor do que aquelas borboletas no estômago, revirando tudo, de um lado pro outro, até você ficar sem força, sem sentido, tonta de desejo.<br />
<br />
Por isso, decidi que é isso que eu quero pra 2014.<br />
<br />
Tudo bem que a racionalidade é importante. Ninguém quer se machucar à toa.<br />
<br />
Muito menos eu. Aos 33 anos.<br />
<br />
Mas já chega de pôr o pé no freio.<br />
<br />
Quero me jogar.<br />
<br />
Quero me apaixonar. Lou-ca-men-te.<br />
<br />
Pensar o dia todo no outro.<br />
<br />
Sonhar com o encontro - e o reencontro.<br />
<br />
Sentir as borboletas revirarem o estômago de prazer.<br />
<br />
Ficar nervosa com a proximidade do beijo. Do primeiro, do segundo, do milésimo...<br />
<br />
Quero beijos longos, molhados, em público.<br />
<br />
Aqueles beijos adolescentes, profundos, intensos. Tão intensos que você suspira entre uma investida e outra.<br />
<br />
Quero mãos dadas. Desejo à flor da pele.<br />
<br />
Olhos brilhando e um sorriso que não sai do canto da boca.<br />
<br />
Dormir de conchinha e acordar entrelaçada.<br />
<br />
Se amar tanto ao ponto de perder a vontade de tomar café.<br />
<br />
Mas, se vier a hora de tomar o café, tomar agarradinhos, toda hora se tocando, se pegando, se olhando - contando os minutos para o café acabar.<br />
<br />
Quero acordar e dormir nas nuvens.<br />
<br />
Quero flerte, arrepios, olhos marejados.<br />
<br />
Sempre fui intensa. Com o tempo - e as dores da vida, fui mudando.<br />
<br />
Mas não quero mais. Não quero ser madura - não nesse caso.<br />
<br />
Quero ser menina, malandra, moleca.<br />
<br />
Quero tudo. Ontem, hoje e amanhã.<br />
<br />
Por isso, meu pedido na virada do dia 31 é por um ano menos matemático e mais passional.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-34917630638023610662013-11-09T21:37:00.001-02:002013-11-09T21:37:42.325-02:00Por mais respeitoEle passou a noite toda conversando com ela.<br />
<br />
Só com ela.<br />
<br />
Demonstrou interesse logo assim que a viu. E manteve os olhos grudados nela a noite toda.<br />
<br />
Mas não ficaram. Não trocaram telefone.<br />
<br />
Uma semana depois se encontraram novamente.<br />
<br />
E, mais uma vez, passaram a noite colados.<br />
<br />
Até que veio o beijo. O grude. O amasso.<br />
<br />
E a natural troca de telefones.<br />
<br />
Ela ficou feliz. Gostou dele (e é bem verdade que também ajudou a tirar a cabeça do ex).<br />
<br />
Além da troca de telefones, eles combinaram de sair juntos durante a semana.<br />
<br />
No dia seguinte, sem notícias, ela decidiu tomar a iniciativa.<br />
<br />
Mandou mensagem para saber onde ele estava.<br />
<br />
Quem sabe não podiam tomar um drinque?<br />
<br />
Nenhuma resposta veio.<br />
<br />
Tudo bem. Ele pode estar ocupado. Estar com a filha.<br />
<br />
E os dias foram passando. E nada de notícias.<br />
<br />
Mal sabia ela que aquilo era um prenúncio de quem ele verdadeiramente era.<br />
<br />
Até que veio a confirmação do jantar.<br />
<br />
Oba! Agora vai!<br />
<br />
Então tá.<br />
<br />
Veio o momento de pensar na roupa. No cabelo. Na maquiagem.<br />
<br />
Veio o momento de sonhar. Suspirar fundo. Rir sozinha em frente ao espelho. E fazer aquela dancinha destrambelhada que toda mulher feliz conhece de cor.<br />
<br />
No dia do jantar, o coração dela estava inquieto. Borboletas teimavam em dançar salsa em seu estômago.<br />
<br />
E a noite veio.<br />
<br />
E lá se foi ela. Linda. Feliz. Otimista.<br />
<br />
Pegou mesa. Se ajeitou na cadeira. Conferiu o hálito.<br />
<br />
Dez minutos depois, olhou o celular.<br />
<br />
Ainda nada dele.<br />
<br />
Até que ela sacou.<br />
<br />
Ele não compareceria.<br />
<br />
Apesar da confirmação no meio da semana, ele furou.<br />
<br />
Furou sem mandar mensagem pedindo desculpa pela desistência.<br />
<br />
Furou e deixou o telefone desligado.<br />
<br />
Assim. Desse jeito.<br />
<br />
Por favor, alguém me diz que mundo é esse? Que jeito é esse de (des)tratar as pessoas? Como alguém pode ser tão cruel, malvado e desrespeitoso? Como alguém simplesmente destrói a esperança, os sonhos e o amor próprio de alguém?<br />
<br />
E depois esse tipo de homem não entende porque as mulheres andam tão feridas, fechadas, traumatizadas.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-63938793724663760972013-10-09T13:47:00.003-03:002013-10-09T13:47:42.296-03:00Armadilhas da vidaEncontrar um cara legal é difícil.<br />
<br />
Às vezes, encontrar qualquer cara (mesmo os não legais) é difícil.<br />
<br />
O Noé sabe do que eu estou falando.<br />
<br />
Ele enfrentou a mesma dificuldade para encontrar uma menina legal.<br />
<br />
Né, Noé?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuBEp8JHOrBapdygNypier9wqYFGJSoHY9-SLx4gLYJDGemGqopmEqwLvso0AjekDBrjQNFxbiJFyL5EvHbn0BoaiDkd93cYN_1Gw7TSigeGca5YU_Qj8DYoVg5ewswF2TF3xxcrJuOLw/s1600/647.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuBEp8JHOrBapdygNypier9wqYFGJSoHY9-SLx4gLYJDGemGqopmEqwLvso0AjekDBrjQNFxbiJFyL5EvHbn0BoaiDkd93cYN_1Gw7TSigeGca5YU_Qj8DYoVg5ewswF2TF3xxcrJuOLw/s320/647.jpg" /></a></div>(<i>Do blog <a href="http://www.umsabadoqualquer.com/">Um Sábado Qualquer</a></i>)Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-46908914739299838262013-10-04T19:25:00.000-03:002013-10-04T19:42:37.723-03:00Por cantadas de respeitoCantada é legal e pode até render boas risadas.<br />
<br />
Pode ser um jeito de quebrar o gelo e começar o papo.<br />
<br />
O melhor é que seja uma cantada boa, mas mesmo aquela mais ou menos é capaz de dar uma mãozinha.<br />
<br />
Eu sei. Nós mulheres andamos muito compreensíveis.<br />
<br />
Por isso, um conselho. Não mande uma cantada a não ser que tenha certeza absoluta de que ela não é ultrajante.<br />
<br />
Veja bem. Nem estou sugerindo que a cantada seja boa.<br />
<br />
Mas, por favor, livrem-nos de qualquer frase feita maldita.<br />
<br />
Pior do que cantada ruim é ouvir a mesma cantada ruim três vezes. Do mesmo cara. Que não se lembra que já usou a mesma cantada ruim repetidas vezes com VOCÊ nos últimos seis meses.<br />
<br />
Sim. Fui premiada pela loteria das cantadas lixo.<br />
<br />
Para piorar, o cara sequer se lembra de ter me cantado antes (o que me preocupa. Muito. Primeiro, porque é a segunda vez que um cara não se lembra de já ter dado em cima de mim. Segundo, porque não que eu queira ser uma mulher inesquecível, mas também não quero cair na vala de "nada memorável").<br />
<br />
Enfim.<br />
<br />
Lá vem ele falar comigo.<br />
<br />
Parece uma metralhadora com defeito.<br />
<br />
"Nossa, que cor de cabelo é essa? Aposto que foi escolhida a dedo por Deus! E essa pele alva? Por acaso você é nórdica? E esses dentes brancos? Como podem ser tão brancos? Seu pai por acaso é dentista? Caramba, seu sorriso merece um prêmio! Você é deslumbrante! Estou sem ar! Qual é mesmo seu signo? Uau! Estou apaixonado! Eu sou jornalista frustrado, formado em Direito, escritor de três livros e poeta. Toco violão muito bem, posso te fazer um luau e vou te fazer feliz como ninguém nunca fez."<br />
<br />
Caralérrimo!<br />
<br />
E isso é só o que lembro.<br />
<br />
Foram cinco minutos de bombardeio. Eu não articulei uma palavra. Fiquei só olhando com cara de pânico para a figura, que, ainda por cima, me mantinha em "cativeiro", me segurando com força pelo braço.<br />
<br />
Impressionante a sequência de elogios. Impressionante o excesso de elogios artificiais. Impressionante a confiança intocada.<br />
<br />
Assim que deu, corri.<br />
<br />
Na segunda vez, a mesma coisa. Acho que a língua dele funciona na velocidade cinco do créu. Só pode.<br />
<br />
Fugi tão rápido quanto pude.<br />
<br />
Da última vez, não acreditei ao vê-lo se aproximar.<br />
<br />
Sério. Só pode ser perseguição.<br />
<br />
O que mais esse demônio da Tasmânia tem para me dizer?<br />
<br />
E rapidamente me arrependi de ter feito mentalmente essa pergunta.<br />
<br />
Além do discurso básico, decorado, e da memória de alface, ele soltou: "Você é caverna do dragão, deusa grega, musa do RPG".<br />
<br />
Cuma????????<br />
<br />
Deusa grega tudo bem. Forçado, mas é um elogio.<br />
<br />
Agora, o que ele quis dizer com "caverna do dragão"????<br />
<br />
<i>Putis qui parilis</i>!<br />
<br />
E musa do RPG? Gente, algum viciado no jogo <i>peloamordeDeus</i> me explica o que poderia ser isso?<br />
<br />
A cantada dele é tão cansativa que me esgota em questão de segundos.<br />
<br />
E essa última foi, definitivamente, a pior de todas.<br />
<br />
Sofri como nunca. Corri como sempre.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-78400937744180905772013-08-30T20:37:00.000-03:002013-08-30T20:39:13.610-03:00Agradeça por ele não ligarO mundo realmente não é mais o mesmo. E por mais que eu tenha visto muita coisa chocante, de cair o queixo, ainda assim ele não para de me surpreender.<br />
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Dia desses a Tati me deu (mais) uma notícia difícil de engolir.<br />
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Ela ouviu de dois amigos que a mulher deveria comemorar quando o cara não liga. Quê?<br />
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Achei que não tivesse ouvido direito. Mas a Tati fez questão de repetir. Para agravar minha depressão.<br />
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Segundo eles, deveríamos comemorar quando o cara não liga porque isso significa que você é uma mulher incrível. Tão incrível que ele morre de medo de ligar. Vai que ele faz (fala) besteira? Vai que não corresponde à expectativa?<br />
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O telefone que vai tocar é, por exemplo, o da mulher baixo astral, amoral e sem outros atrativos que não o físico. Porque, com esse tipo de mulher, eles sabem lidar. Mas se você é boa gente, bem sucedida, inteligente, adeus. Quem mandou caprichar tanto?<br />
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Essa notícia me acertou em cheio. Bem no coração, que deu duas estremecidas antes de se reerguer e voltar a bater no ritmo normal (por pura questão de sobrevivência).<br />
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Se isso for mesmo verdade, estou perdida.<br />
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E mesmo que nem todo homem seja assim, dói saber que a “regra” vale para alguns (muitos?). Isso já é, em parte, uma derrota.<br />
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Uma derrota para as mulheres que são verdadeiras heroínas e dão conta do trabalho, da casa, dos amigos e da academia, diariamente, sem perder a ternura.<br />
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Uma derrota para vocês, homens, que preferem ser felizes pela metade com medo de sonhar alto. Que se recusam a crescer, se reinventar e a apostar em que tem valor de verdade.<br />
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Uma derrota para o mundo, porque haverá menos amor verdadeiro e mais amor de fachada.<br />
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Por isso, fica o meu apelo. Se aí dentro ainda bate um coração, pense bem. Liga pra ela. Você só tem a ganhar.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-91770534016721283272013-07-15T19:13:00.001-03:002013-07-15T19:13:59.432-03:00O dia delesSou conhecida por ser azeda. Pelo menos aqui no blog. Tudo bem. Eu entendo. Quem não me conhece pessoalmente, só pode “apreciar” mesmo meu lado mais ousado, digamos. E, aí, não é qualquer um que aguenta o tranco.<br />
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Quando falo de relacionamentos e de baladas, peso a mão. Faz parte do estilo do blog. Faz parte do meu momento “graças a Deus não preciso escrever mais um texto político”. E, confesso, morro de rir só de imaginar os homens lendo minhas crônicas. Olhos arregalados, coração acelerado, cabelos em pé. Tudo por conta de algumas palavras ardidas.<br />
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A única parte ruim é que, por conta do texto, logo imaginam uma solteirona encalhada, amarga e mal amada. Imagina. Nós mulheres já mostramos que somos muito mais do que isso. É possível ter uma opinião diferente, levemente exagerada, algo engraçada e ainda sim ser um partidão (não que eu me considere um partidão. Mas também não sou essa temeridade caquética que pintam por aí).<br />
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De qualquer forma, o assunto do texto de hoje são vocês, meninos. Eu, que sempre dou um jeito de avacalhar o sexo oposto, hoje me rendo a tudo o que vocês têm de bom. Mas só porque é Dia Nacional do Homem. Amanhã volto ao normal.<br />
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<b>As coisas que eles têm que nos fazem bem</b><br />
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Pouca coisa supera o olhar de vocês, logo cedo, ainda na cama. Aquele olhar apaixonado, acompanhado de um sorriso discreto, de canto de boca, meio que dizendo, um tanto sem graça, o quanto somos especiais. Olhar que parece bobo, mas, para nós, é repleto de significados. Afinal, apesar de descabeladas, de cara limpa e com bafo matinal, somos dignas de amor genuíno. Ponto pra vocês.<br />
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Faltam palavras para descrever a delicadeza e a intensidade de um abraço quando tudo parece ir mal. Aquele corpo pesado, meio desengonçado, de repente se encaixa no nosso quase como quebra-cabeça e o que parecia tempestade vira chuva rápida de verão. Ponto pra vocês.<br />
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E o que dizer dos gestos inesperados de carinho? Um presente fora de data, uma flor para alegrar o dia, um <i>post it</i> improvisado, um ‘eu te amo’ por telefone, dito na frente dos colegas do escritório. Simples, mas especial. Ponto pra vocês.<br />
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Abrir a porta do carro. Trocar a lâmpada. Carregar as compras. Ceder o casaco. Brigar com aquele vendedor que te tratou mal. Coisas que, vindas de vocês, ganham um brilho particular. Mais pontos.<br />
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Melhor ainda é a objetividade masculina. O foco naquilo que importa.<br />
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E a capacidade de manter amizades muitas vezes mais sólidas do que as nossas? Raramente brigam por mulher. São parceiros até na guerra. Fogem de fofocas e aprendem que xingar o outro é sinal de <i>brodagem</i>.<br />
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Como esquecer o fogo de vocês? Uma chama (quase) sempre quente, que nos faz sentir dignas de capa de revista.<br />
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Só vocês entendem nossas manhas e aturam nosso mau humor – ainda que de mau humor vocês também. Só vocês atendem nossos caprichos. E, quando erram a mão, vão lá e fazem de novo, do nosso jeitinho.<br />
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As mulheres são melhores graças a vocês, bons homens. Feliz dia. E lembrem-se: está em vocês o poder de fazer uma mulher (muito) feliz.Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-731252724639692387.post-10689682875906051742013-06-27T18:14:00.001-03:002013-06-27T18:14:22.470-03:00DesmioladosNão é à toa que eu sempre digo que não dá para levar homem a sério. Ainda que eles gastem horas e mais horas de lábia levantando sua autoestima (com fins claríssimos, diga-se de passagem), posso garantir que é perda de tempo levar tanta lorota a sério. Você, óbvio, pode entrar no jogo dele e simplesmente fingir que acredita, afinal está mesmo a fim de dar uns beijos (ou algo mais) – mas isso não muda o fato de que todo aquele papo foi mesmo furado.<br />
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Até porque, vamos combinar, tudo o que eles dizem faz parte de uma lista de elogios que vem gravada no DNA masculino e é aprendida, absorvida e plenamente incorporada já na mais tenra infância. Mais tarde, ela é colocada em prática para pegar mulheres indiscriminadamente – o tanto de elogios varia conforme o interesse. Se eles quiserem muito, muito, muito transar com você, prepare-se para ser comparada à Grazi Massafera.<br />
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Ter o ouvido alugado durante toda uma noite até vai. Aprendemos a nos acostumar com isso – e até a nos divertir com tanta baboseira. O problema é quando o cara esquece que já deu mole para você e vem, pela segunda vez, tentar amolecer seu coração. É o fim da picada! Como assim o cara não se lembra da sua existência?<br />
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Não que você se ache assim tão marcante, mas o cara apela. Em um fim de semana, você é a mulher mais linda que ele já viu na vida. No sábado seguinte, ele dá em cima da sua amiga e você ali, na roda. Ele te olha, sorri (quer ganhar a simpatia das amigas, ué!) e em momento algum faz cara de constrangido!<br />
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Eu nunca acreditei que isso fosse apenas resultado da falta de miolos. Ninguém pode ser assim tão lesado. Mas, de uns tempos para cá, desenvolvi uma teoria para explicar esse fenômeno.<br />
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Para mim, no fundo, o cara se lembra de que a conheceu. Lembra-se muito bem de que gastou horas tentando conquistá-la – muitas vezes, a troco de nada. E, agora, ele simplesmente quer vingança. Nada pessoal.<br />
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É claro que não se trata daquela vingança barraqueira, cheia de alarde, porque aí ficaria mal para ele. Imagina só o cara tirando satisfação com você, na frente de todo mundo? Já parou para pensar nos comentários maldosos, principalmente dos <i>machos-alfa</i>?<br />
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Por isso é que eles apostam em um tipo distinto de vingança. É o “barraco” indiferente! O negócio é fazer você se sentir mal, nada especial, deixando bem claro que aquela cantada foi só por esporte – e que a coisa foi tão insignificante que ele nem se lembra mais de você. E, convenhamos, não há mulher mais fácil de ganhar do que aquela desdenhada, com baixa autoestima.<br />
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Ferida, indignada, você parte pra cima: “Como assim você não se lembra de mim?”. E aí, querida, <i>perdeu, playgirl</i>.<br />
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É por isso que digo: não dá para levar homem a sério!Mari Abreuhttp://www.blogger.com/profile/02025893967930370574noreply@blogger.com6