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domingo, 29 de dezembro de 2013

Por um 2014 menos matemático

Eu sempre fui racional.

Quer dizer, sou só coração (neste momento, você deve estar pensando o quão louca eu sou, já que acabei de negar palavra por palavra a primeira frase).

Mas é verdade. Sou muito emotiva.

Choro demais, me emociono com as coisas mais banais, me entrego de primeira...

É meu jeitão, desde criança.

Mas, em meio a tudo isso, sempre tive uma pitada de racionalidade.

Eu me entrego, me jogo, mas, quando vejo que tem alguma coisa errada, desconfio e ponho a racionalidade pra funcionar.

Serve pra colocar o pé no freio quando a coisa não cheira bem.

De resto, emoção pura.

Com o tempo, isso foi mudando.

Acho que as pancadas da vida acionaram meu lado racional - e ele começou a ficar muito mais alerta.

Cheguei até, há poucos anos, a viver uma experiência em que o amor nasceu com o tempo, com o carinho, com a admiração - e não fruto de uma paixão.

É estranho. Fazer o caminho inverso, digo.

Mas é bom.

É bom saber que nem sempre a coisa segue aquele caminho tradicional. Da paixão ao amor (e também aumenta as chances de conhecer alguém).

Mas é ruim.

É ruim porque não consigo imaginar coisa melhor do que aquelas borboletas no estômago, revirando tudo, de um lado pro outro, até você ficar sem força, sem sentido, tonta de desejo.

Por isso, decidi que é isso que eu quero pra 2014.

Tudo bem que a racionalidade é importante. Ninguém quer se machucar à toa.

Muito menos eu. Aos 33 anos.

Mas já chega de pôr o pé no freio.

Quero me jogar.

Quero me apaixonar. Lou-ca-men-te.

Pensar o dia todo no outro.

Sonhar com o encontro - e o reencontro.

Sentir as borboletas revirarem o estômago de prazer.

Ficar nervosa com a proximidade do beijo. Do primeiro, do segundo, do milésimo...

Quero beijos longos, molhados, em público.

Aqueles beijos adolescentes, profundos, intensos. Tão intensos que você suspira entre uma investida e outra.

Quero mãos dadas. Desejo à flor da pele.

Olhos brilhando e um sorriso que não sai do canto da boca.

Dormir de conchinha e acordar entrelaçada.

Se amar tanto ao ponto de perder a vontade de tomar café.

Mas, se vier a hora de tomar o café, tomar agarradinhos, toda hora se tocando, se pegando, se olhando - contando os minutos para o café acabar.

Quero acordar e dormir nas nuvens.

Quero flerte, arrepios, olhos marejados.

Sempre fui intensa. Com o tempo - e as dores da vida, fui mudando.

Mas não quero mais. Não quero ser madura - não nesse caso.

Quero ser menina, malandra, moleca.

Quero tudo. Ontem, hoje e amanhã.

Por isso, meu pedido na virada do dia 31 é por um ano menos matemático e mais passional.