Pesquisar este blog

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ficar com homem recém-separado é um perigo?

Por J. Antonio para Marie Claire

Ah, meninas. É.

É sim!

Homem separado há fresquíssimo tempo, ele é todo um calendário maia de péssimas previsões. Homem que é ex faz pouco é um 2012 de barbas, tristezas e insensibilidades.

Nada contra ele, mas nada muito a favor também.

Moças, curto e grosso: separação é uma dor. Machuca. Demora pra curar. Requer tempo. Pede paciência.

O NASCIMENTO DE UM INOCENTE CANALHA

Nos homens (e em muitas mulheres também), uma boa parte dessa cicatrização se dá na autoenganação. Ou seja, picando o drible na causa do problema. Ou seja mais ainda: para esquecer a antiga companheira, só lotando a cuca com muita curtição.

O cara que deixou um casório olha no dia seguinte o espelho. Ali, ele vê o reflexo de um guerreiro. Um soldado que voltou da guerra. Um veterano arranhado mas cheio de orgulho. Um gladiador brasileirinho, que não desiste nunca, que vai dar a volta por cima, com muito orgulho, com muito amor.

Nesse lindo processo de voltar ao combate, o homem é um especialista sem igual em fingir. Finge que não é dor a dor que deveras sente.

Viverá, então, dias de canalha.

Vai passar o rodo.

Daí que se você, garota, está a fim de uma aventura, se você está em busca só de tesão, ousadia e um pouquinho assim de drama, esse cara é o cara. Ficar com ele é uma beleza.

QUANDO VOCÊ ESTÁ DISPOSTA AO AMOR

O problema de tudo é que a gente, você e eu, somos uma raça complicada. Mulheres e homens estão fadados ao amor. É nosso destino. O amor taí, provando que não vale nada, que dá quase sempre em zebra. E ainda assim, se há uma fé inquebrantável da espécie humana, essa fé tem um santo chamado amor, um anjo chamado paixão.

Por mais que você entre num caso desses com o coração blindado e treinado, controlar a escola de samba que a gente leva debaixo do peito é coisa que ninguém sabe, ninguém consegue. E aí, meninas, a desgraça é que sempre, sempre mesmo, a gente corre o risco de se apaixonar.

Você pode se apaixonar…

OS PERIGOS DE SE APAIXONAR

O risco de sofrer com um cara assim é gordo, é obeso. Ele provavelmente será frio. Ele provavelmente será esquivo, arredio e insensível. Acima de tudo, ele será tudo isso com todas as desculpas internas do mundo pra ser assim.

Porque um cara nessa fase de dor diz a si mesmo que tudo é justificável. Quando encontra uma nova mulher, ele se sente leve. Sente que não há nenhuma pressão da parte dele. Ele pode sumir, ele pode não ligar, ele pode enrolar, ele pode nunca te assumir, ele pode aparecer só quando quer. E tudo isso estará certo, tudo isso será justo.

Se a nova garota reclamar, por dentro ele dirá: “mas, diabos, ela sabe que eu estou numa fase assim. Sabe que não estou preparado pra nada sério. Ela tá sofrendo porque quer. Não prometi nada…”.

Alguém lerá isso e, então, dirá: “Absurdo, João! Machismo, João! Não entendi nada, João! E ele? Ele não pode se apaixonar de novo? Por que fugir de um cara de quem estou a fim só porque ele terminou um romance? Nem todo cara é assim! Você generaliza”

Se alguém disser, eu direi de volta: calma, cocadinha. Calma. Como não generalizar? Como escrever um texto para cada humano. Seis bilhões de posts? Não posso. Preciso fazer vista grosíssima para o individual. Preciso ir pela média. E a média é assim.

Moças, não digo pra fugir de um cara assim. Digo para ter cuidado. Ter carinho. Ter doçura e pé atrás. Digo para ter paciência. Digo para fazer o que achar que deve fazer. Mas digo, acima de tudo, que voltar a amar é um processo. Que leva tempo. A quantidade de tempo, eu não sei dizer. Mas sei que leva tempo.

Ficar com um cara recém-separado é mesmo um perigo. Ele pode se apaixonar por você. Ele pode não se apaixonar por você. Mas, bem pensando, tudo é meio assim, não é?

Love hurts. Amor é um troço complicado. E sou a favor dos riscos. Quer arriscar, vai nessa.

Vai com um band-aid.

Mas vai.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Começo, meio e fim

Acredito que as coisas na vida seguem sempre as mesmas fases: tudo tem um começo, um meio e um fim. E diria que isso se mostra com mais força no caso dos relacionamentos, seja uma amizade, um namoro, um casamento... Quando digo fim, não necessariamente me refiro ao término da relação; o fim pode ser um distanciamento natural, projetos diferentes que levam a caminhos diferentes, a distância física entre as partes, as decepções e quebras de expectativas ou até mesmo, no mais grave dos casos, a morte de uma das partes. O que importa é que as coisas sempre têm um fim, cedo ou tarde.

E como não sou diferente de ninguém, já passei por vários desses términos. O mais recente colocou um fim em uma relação de longuíssima data. Infelizmente, foi um fim triste. Uma amizade marcada por tantos momentos divertidos terminou – e de maneira feia. E sempre que algo assim acontece, tento focar menos no motivo do rompimento e mais no resultado final. Ou seja, tocar a vida sabendo que você não tem mais aquela pessoa ao seu lado.

Não dá para dizer que é fácil. Pelo menos para mim, foi duro, afinal compartilhamos muitos, muitos anos juntas. Foi duro porque houve muita doação, daquela pura e verdadeira, durante toda a relação. E é ainda mais duro porque a partir do rompimento não tem mais carinho, amor, risos e ombro amigo, mas sim aquele nó na garganta, o coração apertado e um sufoco no peito – que, com o tempo, passam, é verdade.

Dizem que aprendemos com o sofrimento. É verdade que não é o método mais desejável ou ameno, mas ele realmente dá resultado, deixa lições importantíssimas e nos obriga a crescer, ainda que na marra – para mim, uma das partes mais difíceis de ser adulta é ter que lidar com as coisas que os humanos são capazes de fazer para “defender o que é seu”.

E, bem, todo esse processo deixa algumas coisas ainda mais evidentes: realmente, as pessoas passam por nossas vidas com um propósito – não importa se vocês se odeiam desde o início ou se começaram bem, mas terminaram brigando –; aquela relação a ensinou alguma coisa, deixou um “legado”, a obrigou a rever posições. Também fica claro quão pouco controle temos de nossas vidas – afinal, parece que as coisas têm um destino próprio e cedo ou tarde elas seguem seu caminho.

Não gosto de dizer que esses fins foram erros de decisão, de julgamento. Acho que tudo o que fazemos nos leva a algum lugar e você só é quem você é hoje graças às decisões que tomou e aos "erros" que cometeu. Portanto, os meus, os nossos erros foram decisivos para nos levar até onde estamos e como amo onde estou não dá para me arrepender do que aconteceu ao longo do caminho.

Só tem uma coisa ruim mesmo a respeito do fim: é impressionante – e triste – o quanto as pessoas se ofendem uma vez que a coisa termina; como, de repente, aquela pessoa que era tão especial vira um monstro e passa a falar mal de você, quando até pouco tempo atrás vocês eram unha e carne; ou como um amor tão verdadeiro termina em briga judicial por dinheiro, dinheiro, dinheiro.

Por isso, escolhi fazer parte de outro grupo. A amizade terminou? O amor secou? Então, já há motivos suficientes para lamentar. Basta. Não quero que haja mais nada de negativo entre nós, além do luto natural. A você que faz parte do meu passado, meu tudo de bom e que você, assim como eu, encontre a felicidade pelo novo caminho.

terça-feira, 13 de março de 2012

Tempo perdido

Acabei de me dar conta de que estou longe de ser a “mulher ideal”. Eu, que tanto estudei, que tanto me preparei, que tanto me disciplinei para ser uma pessoa melhor ao longo dos meus quase 32 anos, acabo de descobrir que nada mais sou do que a antítese da mulher dos sonhos, da mulher desejada, da mulher alfa.

Explico. Lendo uma matéria na Internet, deparei com a seguinte informação: a mulher ideal, segundos os livros de autoajuda, é magra como as francesas, não é nada boazinha e é de Vênus.

Minha primeira reação foi cair na gargalhada. Afinal, essa é a definição dos livros de autoajuda, não a dos homens, meu público alvo. E livros de autoajuda são, em sua maioria, risíveis.

Mas, então, me dei conta de que esses são os livros mais vendidos por aí, são os livros que em tese ajudam as pessoas a encontrar a luz, são eles os responsáveis por salvar casamentos e tirar dezenas de milhares de pessoas da forca todos os dias. E que as pessoas que os escrevem em tese sabem do que falam – ou, pelo menos, enganam muito bem, já que ganham toneladas de dólares ensinando otários a entrar na linha.

Foi aí que a coisa deu pra trás. Se os livros estão no caminho certo, eu estou perdida!

Primeiro, porque não sou “magra como as francesas”. Até porque aquilo ali não é magreza! Aquilo é anorexia congênita! O lance é tão escabroso que não existe em nenhum dicionário definição para tal condição desumana! Desconfio que vivam à base do cigarro e só quando a coisa fica preta é que comem um pedaço de queijo ou, no caso das mais ousadas, um naco de croissant. E eu, minha amiga, estou muito longe disso.

Adoro manteiga, tanto que sou capaz de comer meio tablete por dia – só não como puro porque as pessoas me olham aterrorizadas. Adoro massas, bolos, risotos. Creme de leite é meu parceiro. Nutella é minha vida. Chocolate é meu amante. Os queijos são meu vício. Só daí você já tira. Tudo bem que não sou gorda, mas tenho pneuzinhos cativos que me acompanham desde a Roma Antiga. Um a zero para os livros de autoajuda.

Segundo que, apesar de ariana, sou muito é boazinha. Afinal, sempre achei que isso era uma coisa legal. Ser boazinha sempre pareceu o certo – e como era a coisa certa a fazer, me aperfeiçoei de tal modo nisso que minha vida passou a girar em torno dos outros, não de mim. Confesso que é cansativo e, em alguns casos, me sinto um capacho humano, mas já faz parte do meu ser. E agora veem me dizer que o certo é ser má? O pior é que estou velha demais para mudar de time – mas não dá para negar que acho o máximo aquelas mulheres “más” que sempre conseguem o que querem, dizem não sem cerimônia e deixam todo e qualquer cara de quatro por elas. Dois a zero para os livros de autoajuda.

Por último, desconfio que também não sou de Vênus. Apesar de um desses livros dizer que as mulheres são de Vênus e os homens de Marte, acho que faço parte de um mundo paralelo. É que, segundo o livro, a mulher de Vênus é aquela que “aprende a fortalecer seu homem e a nunca tentar mudá-lo, para que ele possa ser e agir como seu ‘cavaleiro da armadura reluzente’”. PeloamordeDeus! Que mulher não tenta mudar seu homem? Aliás, tenho certeza de que a origem da palavra mulher é: espécie que tem como missão de vida mudar qualquer semelhante do sexo masculino que passar por sua vida! Três a zero para os livros de autoajuda.

Depois dessa triste constatação, só me resta torcer por um rebelde com causa que seja louco por um ET com pneus e cara meiga a la O Gato de Botas.