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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ele não quer namorar?

Queridos, enquanto não arrumo tempo para postar uma crônica minha, coloco aqui um texto bacana do Ivan Martins! Divirtam-se!

"O mundo parece estar cheio de homens que não querem namorar. Eles me contam isso, as mulheres que saem com eles dizem isso. Eu não entendo. Que o sujeito hesite em morar junto, casar, ter filhos, comprar apartamento pelo SFH – tudo isso me parece compreensível. Esses são grandes passos e nem todos estão prontos para o compromisso. Mas namorar, tanto quanto eu sei, não dói. Andar de mãos dadas, viajar no feriado, ir ao cinema no sábado à tarde são atos no campo do prazer, não do dever. Não deveriam constituir um problema. No entanto...

Pergunte às mulheres e ouça o que elas têm a dizer sobre o assunto. Essencialmente, vão contar que os caras só querem o bilhete de ida. Estão a fim de uma viagem única. Se gostar do sexo, do agarro, do beijo, o sujeito volta; ou não. Tudo é negociado um dia de cada vez. Não há laços, nem fins de semana assegurados, muito menos exclusividade. Esta situação, que antes seria considerada transitória, agora pode durar indefinidamente. Do ponto de vista de algumas mulheres com quem eu tenho conversado, os relacionamentos ficaram parecidos com empregos precários: não há contrato, não há garantias e aviso prévio não existe. Pode acabar a qualquer instante, já que oficialmente nunca começou. É o amor terceirizado.

Da parte dos caras, a queixa é outra. “Eu não me envolvo”, eles reclamam. Sai moça, entra moça, e fica o mesmo vazio. A mulher que parecia espetacular perde o brilho em poucos dias. A empolgação inicial não se sustenta. Tudo se resume a um desejo passageiro, que pula de uma dona para outra. Como nada ganha relevo, tudo é igual a tudo. Então se trata, simplesmente, de administrar uma agenda com vários nomes. Isso inclui Facebook, celular e muitas horas vazias e solidão. Um dia a Fulana, outro dia a Sicrana, amanhã, quem sabe, alguém capaz de fazer diferença. Em cada uma delas, novidade e prazer. Nos intervalos entre elas, ansiedade e tédio. Entre uma e outra, angústia.

Como eu já disse, não entendo muito bem essa dificuldade. Acho bom demais namorar. Melhor coisa do mundo, na verdade. Os primeiros meses de namoro são melhores que banho de cachoeira, melhor que pegar jacaré no fim de uma tarde de verão, melhor que ficar bebum em companhia de amigos queridos. No namoro a gente descobre (ou redescobre) que pode ser feliz, que o nosso romantismo não morreu, que existe dentro de nós um sujeito capaz de gestos arrebatados e pensamentos delicados, um cara que se lembra de comprar um presente inesperado e de mandar um poema no meio da tarde, pelo celular. Quem não gosta de sentir-se assim levanta a mão - e corre assim mesmo, de mão erguida, para o analista mais próximo!

Então, não acho que os homens tenham problemas com isso. Seria desumano. Minha impressão é que há dois tipos de situações, a simples e a complexa. A simples é realmente simples: ele não quer namorar você, mas não significa que não queira namorar em geral. As mulheres às vezes confundem. Criam fantasias sobre as dificuldades afetivas de um cara que apenas não está a fim delas, mas cai de quatro dias depois pela próxima mulher que entra na vida dele. Isso acontece o tempo todo. É do jogo. Levanta e vai à luta, menina.

Mas há outro tipo homem para quem namorar é realmente um problema. Entre ele e o oásis de ternura e erotismo chamado namoro caminha a besta vigilante da ansiedade. A fera peluda de olhos flamejantes impede o sujeito de se concentrar. Faz com que ele se disperse numa multidão de desejos conflitantes. Diante de tantas garotas, diante de tamanha possibilidade de prazer, o cara não consegue fixar sua atenção em ninguém. Quer tudo, deseja todas, e, por mais que obtenha, continua insatisfeito - porque há sempre mais ao redor. Sempre existe uma mulher mais bonita, mais sexy, mais interessante na próxima esquina. Se a bússola do coração está quebrada, seu dono nunca vai achar o Norte. É uma corrida sem linha de chegada. Mesmo sozinho e miserável, o sujeito seguirá esperando a resposta definitiva do universo às suas inatingíveis aspirações. Pode chamar isso de burrice, mas eu acho que é mesmo ansiedade e desassossego. Uma forma destrutiva de romantismo.

As mulheres se julgam as criaturas mais românticas do planeta, mas talvez não sejam. Olhe em volta: diante de um cara apaixonado, bacana, determinado a ficar com elas, boa parte das mulheres sossega. O cara pode não ser perfeito, mas se torna “o cara”. Há nisso um pragmatismo que muitos homens perderam. Enquanto as mulheres escolhem de maneira apaixonada, mas com os pés no chão, eles parecem viver nas nuvens, sonhando com a mulher perfeita. Como ela não aparece, o cara vai testando uma atrás da outra, como se levasse um sapatinho de cristal no bolso. O padrão de exigência é elevado, opressivo talvez. Muitas vezes baseado apenas em aparência. Tem homem adulto se apaixonando pela mulher da capa de revista, por atriz de filme pornô, por modelo americana. Homens de 30 anos, eu digo. Homens de 40. Não há limite de idade para o desvario. Uma legião de barbados de todas as classes e graus de instrução vive à mercê de fantasias que bloqueiam as construções afetivas verdadeira. Como o sujeito vai namorar se a mulher da vida dele pode aparecer do nada na semana que vem? Se você está apaixonada por um cara assim, talvez seja melhor dar um tempo e esperar ele pousar na Terra. Pode demorar uns aninhos.

O Alain de Botton, que virou meu guru nesses assuntos, lembra que ali pelos 40 anos o sujeito já começa a perceber que vai morrer, e isso acrescenta a tudo que ele faz uma tinta de urgência. Sobretudo no sexo. Antes de empacotar, antes de ficar broxa e caído, é preciso aproveitar a juventude – dos outros. Esse sentimento é forte. Se o jovem quer todas as mulheres do mundo porque está nadando em desejo e inexperiência, o mais velho sente o mesmo porque acha que está saindo de cena e tem fome de vida. O período de maturidade masculino, essa quimera científica, fica cada vez mais curto, espremido entre duas áreas de insensatez em expansão.

Claro, não há dois homens iguais. O roteiro que eu descrevo não vale para todos. Talvez valha só para uma minoria ruidosa. A maioria – quem tem essa estatística? – deve estar feliz agora mesmo, encomendando na internet o presente de Natal para a namorada. Ou planejando uma viagem romântica de Ano Novo com ela. Não sei. Olho pro mar e vejo apenas quem está se afogando – e são muitos. Se eu pudesse dizer alguma coisa para eles, diria “pare, respire, comece alguma coisa”. Escolha alguém que toque os seus sentimentos e se deixe ficar ao lado dela. As mulheres, quando querem, quando nós deixamos, têm um jeito gostoso de nos fazer felizes. Pode não ser para sempre, mas quem se importa? A vida é um dia de cada vez – e eles são melhores quando a gente está namorando."

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tirando onda

Homem tem sempre que estar por cima da carne seca, principalmente quando o assunto são as mulheres (e os relacionamentos). Não importa o preço a pagar. O que ele não pode é permitir que a mulher tenha qualquer espaço para se sentir segura, confiante, no comando (ainda mais quando a coisa está engatando, que é quando ele mais precisa mostrar que é fudêncio). Quando isso acontece, tem início a batalha masculina para recuperar o posto de “é você quem está na minha e não o contrário, baby”. E aí, colega, vale tudo. Até distorcer histórias.

O grande problema é que se você, homem, decidiu mentir para virar o jogo, pelo menos minta convincentemente – e jamais permita que a mulher descubra a verdade. Porque aí, cara, você estará para sempre desmoralizado. Não importa quão bom você seja no resto.

Eu, por exemplo, já fui alvo desse esquema. Um cara, aparentemente muito interessado, fazia planos mirabolantes para ficarmos juntos. O problema foi que ele resolveu tirar aquela onda com a minha cara, pra ver se eu ficava com medinho de perdê-lo e passava então a idolatrá-lo (até porque os caras acham mesmo que as mulheres com mais de 30 são escolhidas e não mais escolhem... Tolinhos...).

Enfim, ele soltou uma lorota sobre uma mulher que avançou nele no meio do expediente. E deu detalhes de como apenas foi educado, “por causa do trabalho, você sabe, né gata?”.

O pior foi que, horas após a tal história, ele logou no Facebook para me mostrar o rosto da tal “avançadinha”. E eu, que não sou boba, aproveitei para ler as mensagens que eles trocaram. Surpresa zero ao ver verdadeiramente como a história se desenrolou.

Foi ele quem adicionou a garota, puxou conversa, partiu pra cima. No mesmo minuto, ele viu que tinha perdido. Levantou todo irritado, calçou o sapato e saiu bufando sobre a minha infantilidade (minha? Hum...). Quis virar o jogo, colocar a culpa em mim.

“Ô, seu menino, perdeu?” Então, engole o choro e vaza com o resto de decência que lhe sobrou. Mas não vira e tenta me fazer sentir mal pelas suas mentiras. Como dois bons solteiros, tudo o que ele precisava ter feito era guardar a história pra si. Mas não. Quis tirar onda, vantagem. Como se não bastasse, ao sacar que me perdia, soltou a desculpa: “era só sexo”. Mereço?

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Aonde vamos parar?

Eu consigo até entender por que as pessoas traem. Desejo incontrolável, a emoção do proibido, concretizar uma conquista há muito sonhada, tédio no relacionamento e até mesmo aquela vontade desesperada de se sentir amada por alguém (já que o parceiro anda dormindo no ponto). Ainda assim, sou contra.

É que, apesar de entender o motivo da pessoa, não consigo concordar com nenhum deles. Traição é traição, como diriam os “poetas” do funk. E eu sou absolutamente contra qualquer tipo de traição, do selinho ao sexo consumado.

Aliás, sempre pensei assim. Eu acho que quando você decide ficar com alguém, topa entrar em um relacionamento, você está se comprometendo com aquela pessoa – a não ser que exista entre vocês um acordo explícito de que fidelidade não é importante. Ninguém é obrigado a ficar com ninguém; todos temos direito a continuar livres e soltos – e aproveitar como quiser as oportunidades que aparecerem pelo caminho! Agora, se você fez a escolha de ficar com alguém pra valer, encare essa escolha!

O que mais me desagrada na traição é a falta de respeito pelo parceiro. Sempre imagino a cena de um dos dois em casa, esperando pelo outro, enquanto a fuleragem rola solta... Coitado de quem ficou em casa, ouviu as desculpas do outro sobre o excesso de trabalho, as reuniões sem fim, e ainda recebeu o traidor de braços abertos, cheio de carinho pra dar. Ninguém merece passar por isso: se dedicar a um relacionamento, acreditando que toda renúncia vale a pena, enquanto o outro fica atrás do melhor dos dois mundos.

Ainda que abomine qualquer tipo de traição, com o passar dos anos aprendi a diferenciar os tipos de pulada de cerca – e acho que há umas mais justificáveis, entendíveis, e outras menos. Por exemplo, acho mais fácil aceitar a pessoa que busca “consolo” após se sentir totalmente largada, abandonada pelo parceiro – isso depois de várias tentativas de conversar e resolver os problemas. Ainda sou a favor de cair fora primeiro e só depois procurar outra pessoa, mas pelo menos consigo entender quem trai em uma situação dessas.

Agora, quem trai por esporte me mata. Acho um absurdo quem fica por ficar, só para não perder a prática ou só porque o instinto “pede”. Pior: quando a traição é pública, bem na cara de quem quiser ver. Sinceramente, por que não continuar solteiro e piriguetar loucamente em vez de deliberadamente optar por humilhar, desrespeitar e enganar aquela pessoa que está a seu lado? Honestamente, se é para isso que lutamos tanto, se é esse o tipo de “evolução” ou liberdade que as pessoas buscam, pode parar tudo porque quero descer.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Quebre suas próprias regras

É bom ter regras, criar certa disciplina na vida, ter certo direcionamento. Saber o que se quer, como se quer, quanto se quer. É bom lutar por uma meta, um ideal, um objetivo. É bom ser firme, defender seus pontos de vista. É bom conhecer o caminho que se quer trilhar e seguir em frente, com ânimo, ímpeto. Mas é verdade que também é uma delícia se permitir uma folga.

Sabe quando você faz uma coisa que ninguém esperaria e ainda assim sente-se bem, apesar de qualquer crítica? Pois é. É disso que estou falando. Talvez você nem seja criticada pelos outros, mas por aquela pessoa que mais teme: você mesma. Quantas vezes nos punimos por agir de uma forma “diferente”? Quantas vezes nos rebaixamos por nos permitir algo novo ou “proibido”? Quantas vezes nos sentimos culpadas e somos duras com a gente mesma? E a verdade é que não deveria ser assim. Afinal, quebrar as regras pode ser mesmo muito bom.

Por exemplo, no meu caso, ficar com alguém por ficar, só para dar um up na autoestima.

Sempre fui muito radical com esse negócio de ficar. Sempre tive pra mim que ficar por ficar é bobeira. A ficada, para mim, tem que ser uma coisa pensada, organizada, com fins claros. Ficar só mesmo com alguém por quem se tem um interesse genuíno ou com quem possa rolar um algo mais (ou seja, namoro), ainda que o cara não tivesse qualquer pretensão de algo mais sério (quero deixar claro que essa regra vale única e exclusivamente para mim. Jamais condenei uma amiga ou alguém por pensar diferente. Até porque eu ficaria quase sem amigas! Rs!).

Enfim. Carreguei essa regra comigo desde que os garotos começaram a se tornar uma realidade em minha vida. E, na maior parte das vezes, fui fiel à regra. Mas tive muito orgulho de quebrá-la.

Uma dessas vezes em que quebrei a regra e saí feliz da vida foi quando fiquei com um megagato. Rs! Eu sei que parece uma idiotice, mas, naquela noite, eu precisava de um boom na autoestima. Com tanta gente linda circulando, jamais achei que fosse sobrar um gato pra mim. E sobrou. E foi lindo! Eu me senti uma mulher poderosa, bonita, capaz, bacana, divertida... Tudo isso porque ele me abordou.

Engraçado como uma coisa tão boba pode afetar tanto o nosso psicológico, positivamente! Eu já sabia que aquela seria apenas uma ficada, sem pedido de telefone ou segundo round, mas, nossa, como me trouxe bons frutos!

Nessa noite, eu mudei. Mudei a forma como vinha me encarando nos últimos meses, coloquei uma tristeza chatinha de lado e me senti confiante. Confiante na vida, no futuro e até nos homens (veja só o que uns bons beijinhos podem fazer pela gente).

Não vou mentir. Tive que lutar contra o meu lado racional e minha regra eterna. Afinal, qual o motivo para aqueles beijos sem futuro? Aquilo me levaria aonde quero chegar? Não, não levaria. Mas, sem querer, eles trouxeram de volta a leveza de que precisava para continuar firme em meu caminho.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O equilíbrio

O último texto, Orgulho de ser mulher?, rendeu um comentário lindo da amiga Lyana! Ela me mandou por e-mail, mas resolvi compartilhar com vocês. Aproveitem!

Por Lyana Azevedo

“Essa é pra casar.” Quem não conhece essa frase? Nossas avós um dia foram “rotuladas” assim. Porque sabiam bem como se portar, como ser esposa e mãe, sem deixar de ser mulher. Aquela mulher que cozinhava, bordava e cuidava da casa como ninguém, mas que nem sempre tinha estudo, não podia trabalhar e nem votar. Sexo era assunto proibido e exercício com fins de reprodução. Sexo com prazer era exclusividade masculina.

Depois, as mulheres exigiram direitos: queriam votar, trabalhar, usar calça e cabelo curto. Queimaram sutiãs. E, pelas minhas contas, foi essa a curva errada da história. Porque junto com os direitos adquiridos, vieram os deveres. E, junto com os dois, o erro da conta: enquanto a intenção era valorizar a mulher como cidadã e profissional, o tiro saiu pela culatra e a mulher acabou se desvalorizando. Os homens até se opuseram no início, mas depois perceberam que não havia mal nenhum em ter mais um salário – desde que menor que o deles –, dividindo as contas, se eles não precisassem dividir a louça, a limpeza, a roupa suja ou o fogão. Perfeição, não?

E veio a nova revolução feminina: mulheres cidadãs e profissionais quiseram que seus maridos, namorados e irmãos dividissem com elas as tarefas domésticas. Foi onde muitos homens tomaram gosto pela cozinha, que passou a se chamar gastronomia, ou pela costura, que passou a estilismo. Até as máquinas de lavar acrescentaram a função secar para agradarem aos homens.

Hoje, as mulheres da nova geração são cidadãs, profissionais, eleitoras, formadoras de opinião, líderes. Têm em casa maridos que fazem compras do mês, namorados que cozinham melhor que elas, irmãos que entendem mais de moda. E isso inclui a geração de 30 e tantos, que começou isso sem perceber. O que mais faltava às mulheres revolucionar?

Mais uma vez na história a mulher inicia uma revolução: a revolução do corpo. De corpos expostos, malhados ou não, novos ou não, adornados com piercings até onde não se imagina um, esticados, lipados e preenchidos. Do lema “o corpo é meu e eu decido o que faço com ele”. O problema é que o tiro novamente saiu pela culatra. O culto ao corpo foi desvirtuado de geração saúde para geração seminua. A liberdade de expressão por meio da arte no corpo passou a arma de sedução quase sado-maso. E “o que fazer do corpo”, que expressava a opção do aborto, do direito a ter prazer e dar prazer quando achasse por bem, passou à condição de utensílio sexual descartável. Tem homem que, dependendo do meio onde vive, pode até usar a mesma camisinha duas vezes, mas não usa a mesma mulher.

E é claro que existem sobreviventes. Confesso que passei pelo processo: bebi demais, vesti roupa de menos, fiz muito mais que devia com gente que nem sabia o nome. Mas estou aqui, sóbria. Outras colegas de gênero talvez não tenham passado por isso, provavelmente crias de uma sobrevivente do período anterior. As piores são, sem dúvida, as que apelam à desvalorização para se satisfazer de certa forma, num processo parecido com “no pain, no gain”, onde dor é se vestir de adolescente, se comportar como cachorra – e chorar como criança no dia seguinte. E ganho é só se sentir emocionalmente saciada depois de umas mãos na bunda, uns amassos do canto da boate e, se der sorte, um sexo medíocre – mas só se ela se dispuser a pagar o motel.

Existe esperança? Hei de confessar que meus maiores prazeres hoje são caminhar “sem pressão e por saúde” e cozinhar pro meu namorado. Não deixo de estudar, de ser profissional reconhecida, de criticar e revolucionar. É um equilíbrio. Cada uma de nós há de achar o seu.

Muitos processos de ajuste se dão com a evolução e o exagero misturados, onde é preciso aparar arestas, avaliar e deletar, reestruturar o desestruturado. Espero que a próxima geração – e quem sabe as nossas filhas não estejam nessa – seja finalmente a que valoriza, de forma saudável e equilibrada, o que é ser mulher de verdade, mesmo que longe de perfeita.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Orgulho de ser mulher?

Já tive muito, muito orgulho de ser mulher. Nossa doçura, nossa delicadeza, nosso jeito de querer fazer do mundo um lugar melhor, nosso coração de mãe, nosso amor sem limites, nossa infindável fé nos homens, no futuro... Coisa de Deus, com certeza.

Hoje, infelizmente, já não posso dizer o mesmo. Meu orgulho está arranhado. Confesso que, com frequência, sinto-me envergonhada por ser garota. Esse sentimento de decepção ficou pior nos últimos dias. Uma simples festa me deixou traumatizada.

Ao chegar ao local da festa “junina”, meu queixo caiu. A começar pela vestimenta das mulheres. Em uma noite fria, imagina-se encontrar pessoas vestidas apropriadamente. Mas por lá tudo estava às avessas: vestidos não apenas justos, mas torados, não apenas curtos, mas minis (deixando entrever celulites, calcinhas e designs interiores), não apenas decotados, mas ínfimos, irrelevantes, suficientes para cobrir bicos...

Por que será que as coisas mudaram? Por que será que o importante hoje é se expor, se mostrar, como carne em açougue? Acho deprimente, degradante. Cadê a decência? Cadê o mistério, tão relevante para despertar o interesse? Cadê o respeito pelo próprio corpo? É o fim dos mundos sair de casa praticamente nua para conseguir chamar a atenção de quem quer que seja...

Será que essas mulheres já pararam para pensar no tipo de mensagem que passam? Baratas, fáceis, vulgares, para dizer o mínimo. Características que eram associadas às mulheres da vida, mas que hoje viraram lugar comum... Que pessoa admira alguém que se veste de forma tão degradante, tão exposta? Claro, os homens parecem adorar o novo estilo feminino, afinal, com isso, eles podem conseguir tudo o que sonham sem precisar se esforçar, sem precisar gastar lábia, sem precisar pagar...

Mas a coisa não para por aí. O problema não está só nas roupas. As atitudes também estão denegridas. As mulheres de hoje bebem demais, beijam qualquer um, transam rápido demais e acham que pegar uma pessoa por noite, imitando os homens, significa direitos iguais. Se pelo menos as mulheres imitassem os homens decentes, os homens educados... Não, foram logo copiar os depravados, canalhas, desrespeitosos... Para quê? Tudo bem. Queremos ter o direito de escolher com quem casar, queremos poder separar quando o casamento vai de mal a pior... Mas o que vemos hoje vai muito além disso.

O pior é que fica parecendo que todas são assim... Eu não sou mais respeitada pelos caras da balada porque centenas de piriguetes deixaram bem claro que não querem, nem precisam, ser respeitadas. Elas querem ser tratadas como iguais, querem só uma chance de mostrar que são tão "ousadas" quanto eles...

Outra coisa que me chocou foi a quantidade surpreendente de pessoas mais velhas nas baladas (curioso como o número de homens mais velhos é infinitamente menor). Nada contra o direito dessas mulheres de saírem de casa, dançarem, se divertirem, mas como é feio vê-las seminuas, avançando nos caras, quando, no fundo, deveriam ensinar bons modos às novas gerações.

Sinto MUITA falta da época em que os homens se aproximavam para conversar... Quando se aproximavam porque havia um desejo genuíno de conhecer você e não qualquer uma... De como gastavam uma balada inteira só conversando, trocando ideias, para então conseguir seu número de telefone e continuar a conquistá-la. Como se esforçavam para levar a mulher para jantar, como pagavam a conta, como abriam a porta do carro... E isso não faz tanto tempo assim. Uma década no máximo.

Hoje, o cara já chega agarrando você pela cintura, chamando de gostosa, tentando roubar um beijo após meio minuto de conversa e caso não consiga o que quer dá chilique, sai falando palavrão e ainda investe na sua melhor amiga, sem o menor peso na consciência (pior é quando a amiga fica com o cara...). E isso quando não inventa que tem que ir ao banheiro e aí some. Ridículo. E por que será que esse comportamento leviano, desrespeitoso veio para ficar? Depois de muito pensar, vi que a culpa está no sexo feminino.

Somos nós que freamos esses impulsos pegajosos, somos nós que ditamos o tempo e o ritmo dos homens, das paqueras, somos nós que permitimos ou não certos comportamentos, certas atitudes. Mas se resolvemos adotar uma postura moderninha e mostrar que topamos qualquer esquema, nada mais segura os homens...

Espero, honestamente, não ter que enfrentar outra situação como essa, de ver a degradação feminina; espero nunca ser confundida com os membros desse mundinho superficial; espero não me contaminar. Torço para que haja por aí não apenas mulheres que pensam como eu, mas também homens que valorizam as mulheres de antigamente, tradicionais, que não apoiam essa postura.

Nada contra uma mulher trabalhar. Nada contra ter mais direitos. Nada contra poder se aproximar de um homem e puxar um papo, sem ter que esperar que ele se aproxime. Mas tudo contra se perder na vida e se comportar como um ser barato, sem valor e descartável.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Addicted to love

Queria entender qual o nosso lance com o amor. Por que será que precisamos tanto de amor para viver? Por que ficamos tão fragilizadas quando não há amor por perto? Por que adoramos dizer ‘eu te amo’? Por que nos sujeitamos a tantos namoros loucos, solitários ou baixo astral só para ganhar um pouquinho de amor vez ou outra? Alguém deve ter uma boa explicação para tamanha dependência feminina...

Os homens não são nada como nós. Não que desprezem o amor. Mas é aquela coisa. Se ele acontecer, o momento for adequado e houver espaço na agenda, o amor até é bem-vindo. Já com a gente...

Parece que nascemos ocas, faltando um pedaço. Já saímos da barriga de nossas mães conscientes de que não estamos completas e de que necessitamos de alguma coisa ou alguém para nos sentirmos plenas – e poder viver feliz, em paz.

Sem amor, parece que não há nada. Sem amor, o sol não brilha, a noite é fria e a luz das estrelas é opaca. Sem amor, não há riso puro, não há troca verdadeira, não há felicidade espontânea. Sei lá, parece que as coisas perdem a graça e a gente passa apenas a empurrar a vida com a barriga, em vez de vivê-la em sua plenitude.

É por isso que sempre busco o amor onde estou, aonde vou, nas pessoas que convivem comigo. Submeto-me às videntes mais cascateiras só para ouvir que há muito amor no meu futuro, que o amor vai abrir muitas portas ou que o novo amor trará ‘ganhos’ (seja lá o que for que isso significa). E não importa o gabarito da vidente: se falar de amor, ela me dobra, me ganha.

Às vezes penso em como seria prático ser homem. Não namorar aquela mulher maravilhosa, por quem se está perdidamente apaixonado, só porque aquele não é o melhor momento (um dia ainda gostaria de entender esse negócio de ‘melhor momento’); não ligar para aquela menina bacana da balada porque pegar todas é muito mais simples e diversificado; não dizer ‘eu te amo’ e entrar de cabeça porque, enfim, vai que um dia a coisa termina – e aí é melhor se poupar de qualquer sofrimento.

Mas sempre que essa ideia louca aparece, eu faço questão de arremessá-la longe. Mesmo com todo o sofrimento, mesmo com toda a dor, mesmo com todas as decepções, amar ainda é a melhor coisa da vida. Não imagino minha vida sem amor. Não imagino meus dias sem esse brilho. Não imagino um futuro sem toneladas e toneladas transbordantes de amor, abalando constantemente (e para melhor) meu jeito, minhas teses, meus argumentos. Afinal, amar é ver o mundo com o melhor dos filtros.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos Namorados: ame-o ou deixe-o

Todo o ano, ele está aí. Para o bem ou para o mal. E dependendo de que grupo você faz parte, as reações são diametralmente opostas.

Quem está amando conta os dias para o 12 de junho chegar logo. Semanas antes, há quem já comece a pensar em todo o esquema: que presente comprar, o que escrever no cartão mais do que überespecial, onde jantar... As mais animadas compram lingerie nova – vai que a peça ajuda seu boy a redescobrir seu corpo e, por conseguinte, redescobrir o amor e assim dar aquele gás extra para bombar o relacionamento e engatar de vez forever para todo o sempre?

Tem também as mais práticas, que se preocupam mesmo em reservar com antecedência o quarto para a noite de São Valentim. Afinal, quem vacila enfrenta filas quilométricas de espera – e manter a libido a ponto de bala por horas a fio não é mole.

As mais românticas sonham que a data marque um momento ainda mais especial. Ou seja, o noivado. Aliás, isso não se restringe às mais românticas apenas, mas a todas nós. Deve ser por isso que caprichamos tanto nas comemorações do Dia dos Namorados. No fundo, queremos que nosso namorado se toque do quanto nos ama e que peça logo nossa mão em casamento para podermos ser felizes como nos contos de fada (damn it)!

Já quem não está amando outra pessoa, mas apenas se amando, passa por poucas e boas no dia 12. Primeiro, ao ter que aguentar o clima meloso, as lojas anunciando promoções para quem está enganchado, os corações batendo acelerados, as pessoas suspirando, os anjos soltando suas flechas, os sinos tocando... Fora as matérias na TV, as campanhas publicitárias e os filmes mela-cueca...

Como se não bastasse, as solteiras viram alvo da "piedade" alheia. Não há UMAZINHA que escape dos comentários maldosos. O mais odioso, a meu ver, é: “Você precisa parar de pensar no assunto ‘namorado’, querida. Só assim, quando você desligar, é que o homem da sua vida aparece! Entendeu? Tolinha...” Claro, porque essa teoria foi testada e comprovada por... quem mesmo? Queria saber quem inventou essa baboseira de que o amor só vem quando você para de pensar nele. E esse é só um dos comentários sem noção...

Tem ainda quem vire alvo de mães e amigas. De repente, começam a surgir nomes e nomes de caras bacanas, interessantérrimos, lindos, fofos, partidos nota mil que, por acaso, estão solteiros e que, também por acaso, parecem ser o seu número (Claro. Ninguém descobriu que eles estavam solteiros antes. Só há poucos dias do fatídico dia).

O empenho das mães para desencalhar as filhas é até compreensível, afinal é a reputação delas que está na reta. Estranho mesmo é o esforço hercúleo das amigas. Como acreditar que o tal amigo dela é assim tão sensacional? Se ele fosse mesmo, a tal amiga já o teria agarrado para si (quem é mulher entende do que estou falando)!

A data só é mais punk para as solteiras convictas, que aí sim viram alvo da caça às bruxas...

terça-feira, 29 de maio de 2012

A arte de pedir desculpas

Meu sonho era ter nascido meiga e light. Sabe aquelas pessoas que nunca perdem a paciência com ninguém/nada e são tão doces que você é incapaz de perceber quando estão bravas/desapontadas com alguém/alguma coisa? Pois é, queria ter nascido desse jeitinho.

Já passei centenas de dias imaginando as maravilhas de ser assim. Não brigar, não discutir, não me estressar, não perder um dia inflada de raiva... E mais: conseguir me poupar e não deixar que nada me afete. Sonho!

Só que além de ter nascido em uma família explosiva e estressada, ainda por cima sou ariana: impulsiva e brava por natureza (a cereja do bolo, eu sei)!

E aí que não apenas me irrito com as pessoas lerdas ou imprudentes no trânsito, com os seres que falam mal da gente pelas costas e com quem demora dez minutos pra dar o lead de uma história (ou seja, ir direto ao ponto!), como também sofro por me irritar com coisas tão pequenas e me acho idiota por sofrer tantas vezes de graça.

Por isso, precisei colocar em prática o Plano B. Sei que não é a mesma coisa que não se irritar e se poupar, mas já é alguma coisa. Se não sou capaz de controlar o gênio, preciso ser maravilhosa em pedir desculpas. E vi que isso eu sei fazer bem.

Como não sou orgulhosa, não é problema pedir desculpas (o buraco é mais embaixo: o problema é admitir que eu erro! Haha!). Brincadeiras à parte, sinto que encontrei um jeito de me livrar das saias-justas que minha impulsividade causa. Eu falo demais, mas pelo menos tenho coragem de me desculpar. Pode não ser a mesma coisa, mas ninguém é perfeito e foi essa a fórmula que descobri para “resolver” essa limitação.

Mas devo confessar que, apesar dessa mudança, sinto que, às vezes, a impulsividade é uma dádiva divina! Em tantos momentos ela é tão fundamental! Para se declarar a alguém, para ter coragem de dizer alguma coisa que ninguém se habilita a dizer, para entrar com tudo em um relacionamento, para arriscar e topar aquele emprego novo...

E quanto a ter boca grande e falar demais, preciso citar Clarice Linspector, que, com poucas palavras, é muito mais certeira do que eu. A frase dela vale muito no que diz respeito ao amor e às coisas do coração. Sabe quando você fala o que realmente sente e pensa e muitos a condenam por ter sido direta demais, por ter dito coisas que nunca devem ser ditas (por exemplo, te amo. Por exemplo, quero casar e ter filhos)?

Então, dá-lhe Clarice. “Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar, eu me perderei, e por me perder eu te perderia”.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Eu quero ser a Amélie Poulain

Foi amor à primeira vista. Identificação à primeira vista. Fascinação à primeira vista. O filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” me apresentou um mundo novo, lindo e mágico (sei que ele é velho, mas mesmo assim mexe comigo e rende crônica! Oras! Rs). Como não adorar uma moça que ajuda o destino a cumprir seu papel de fazer o mundo feliz?

O melhor é que ela opera em segredo e assim fica parecendo que foi mesmo Deus quem ouviu aquelas preces mais íntimas. Amélie ainda se diverte ao observar a reação de cada uma das pessoas com as “surpresas” organizadas por ela.

Além desse lado anjo da guarda, adoro como Amélie é feliz. Adoro as pequenas coisas que trazem prazer a ela, coisas que para muitos de nós parecem banais, pequenas, como, por exemplo, enfiar os dedos em um saco de grãos – e senti-los comprimir o indicador, escorregar pela mão, afundar com a pressão inesperada...

Talvez é por isso que me sinto tão bem ao assistir à Amélie. Ela me faz lembrar que a beleza da vida está nas pequenas coisas, nos pequenos gestos; que é preciso muito pouco para levar uma existência mais doce e amena; mas, principalmente, fica claro pelo filme que a diferença entre ser ou não feliz está em nossas mãos, depende apenas de nós.

E não há nada mais gratificante do que isso.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O casamento é para todos

Por João Pereira Coutinho

Tenho pensado ultimamente nas vantagens da poligamia. O amor exige fidelidade e exclusividade?

Admito que sim. E também admito que existe uma certa nobreza na velha ideia platônica de que somos seres incompletos, em busca da outra metade que nos falta. Os românticos não inventaram nada. Limitaram-se a ler "O Banquete".

Mas, por outro lado, não é justo, nem fácil, nem humanamente possível exigir de uma mulher que ela seja tudo e o seu contrário. Boa amante. Ótima confidente. Excelente dona de casa. Mãe aprumada. Parceira intelectual distinta. Enfermeira nas horas funestas.

A mulher perfeita não existe. Ou, melhor dizendo, ela existe, sim. Só que é composta por várias mulheres distintas.

Anos atrás, em viagem pelo Marrocos, visitei um amigo que me levou a conhecer as suas duas famílias: uma em Casablanca, a outra em Agadir.

A primeira mulher era a encarnação perfeita da sensualidade magrebina – olhos negros, cabelo idem, lábios generosos e carnudos. Cinco minutos bastaram para perceber a função daquela senhora na vida daquele homem feliz.

A segunda mulher era menos exuberante (digamos assim); mas fazia um cuscuz como só voltei a provar em viagem recente ao Nordeste do Brasil. Tão diferentes, mas tão complementares.

Fiquei convencido sobre as vantagens do arranjo. E antes que a leitora me acuse de machismo obscurantista, esclareço já: quem fala em poligamia fala em poliandria.

Nenhum homem pode ser tudo para uma só mulher. Por isso esperava um pouco mais das declarações de Barack Obama sobre o casamento gay – mais do que apenas "hélas" sobre o casamento gay.

O presidente americano, em gesto inédito para ano eleitoral, disse na televisão que "evoluiu" sobre o assunto. É agora favorável à união matrimonial de lésbicas e homossexuais, embora deixe para os Estados a decisão final sobre o assunto.

O raciocínio de Obama é conhecido: quem somos nós, a maioria heterossexual e opressora, para negar a felicidade a duas pessoas do mesmo sexo que querem se casar?

Eis, em resumo, a essência do pensamento progressista. Um pensamento que os filósofos Sherif Girgis, Robert P. George e Ryan T. Anderson analisaram no melhor ensaio que conheço sobre o tema: "What is Marriage?".

O casamento, para o pensamento progressista, é uma mera construção social, sem uma história ou um propósito distintos. O casamento deve apenas basear-se no afeto; e basta que exista afeto entre dois seres humanos adultos para que o Estado reconheça o vínculo matrimonial, distribuindo direitos e deveres pelos cônjuges.

O problema, escrevem os autores do ensaio, é que essa definição sentimental de casamento não pode se limitar a lésbicas e homossexuais.

Se o casamento pode ser tudo o que quisermos, não há nenhum motivo para recusar o privilégio a um homem que queira se unir a várias mulheres. Ou a uma mulher que queira se unir a vários homens.

O próprio Obama deveria saber disso: só nos Estados Unidos, é possível que existam mais de 500 mil relações poligâmicas, informava há tempos a revista "Newsweek", citada no ensaio. O número de homossexuais que desejam casar-se é superior a esse número?

Talvez. Mas falamos de um princípio, não de uma questão numérica: se 500 mil relações poligâmicas vivem à margem da lei, não devemos também respeitar a felicidade – no fundo, o "afeto" dessa vasta legião de apaixonados?

Por mim, ficaria encantado. Até porque as relações poligâmicas não vivem apenas à margem da lei. Elas são punidas pela lei. Eu invejo o meu amigo marroquino. Mas, se pretendesse imitar o seu modo de vida, casando-me com duas donzelas da minha preferência, a Justiça não perdoaria o crime.

Moral da história? O mundo não acaba com os direitos dos homossexuais. E não é possível defender o casamento gay sem defender também todas as outras formas de união conjugal. Abrir uma exceção é abrir todas as exceções. Negar isso é perpetuar a intolerância.

Espero que o presidente Obama continue a "evoluir" sobre o assunto e nos brinde em breve com a defesa apaixonada que a poligamia merece.

domingo, 13 de maio de 2012

Mães

Oi, queridos! Desculpem-me pelo sumiço. Ando sem inspiração para escrever sobre relacionamentos!

A verdade é que, uma vez fora do mundo das baladas, faltam histórias para preencher estas páginas! Pelo menos, de forma original e divertida!

Hoje, peço licença para fugir um pouco ao tema principal.

Dia das Mães é sempre uma data muito especial. Dia de agradecer imensamente àquelas que nos colocaram neste mundo, que nos ensinaram a rir e a chorar e que nos mostraram um caminho melhor para encontrar a felicidade. Sou muito grata à minha mãe por tudo que ela sempre fez por mim - e continua fazendo. Não acho que poderia ter sido abençoada com uma mãe "melhor". Ela é perfeita para o que preciso! E foi ela quem me mandou este texto (deveria ter sido o contrário, eu sei! Mas ela é assim). Que possamos nos inspirar nestas palavras para sermos também o melhor para nossos filhos! Um beijo e bom domingo!

"Lá vai minha filha...

A menina que estreou a mãe em mim. A menina que chegou trazendo todo um universo de novidades: emoções, medos, encantamentos e aprendizados.

Carne da minha carne, fruto do meu amor, sonho dos meus sonhos. Ela me expandia e eu a protegia. Ela me dava a mãe e eu todos os sumos. Ela me dava a eternidade e eu lhe dava asas.

Ela me alargava o coração coraçäo e eu lhe ensinava a caminhar sozinha. Ela me cobria de beijos e eu a cobria de bênçäos. Ela me pedia colo e eu lhe pedia sorrisos. Ela me traduzia e eu a decifrava. Ela me ensinava e eu lhe descortinava o mundo. Ela me apontava o novo e eu lhe ensinava liçöes aprendidas no passado.

Ela me falava de fadas e princesas e eu lhe falava de avós e gentes. Ela me emprestava seus olhos encantados e eu rezava por um mundo melhor. Ela me tirava o sono e eu cantava para ela dormir. Ela me alegrava a vida e eu vivia para ela.

Quando o filho nasce, começamos a nos despedir dele no mesmo instante. Nosso elo só é enquanto no ventre. Depois, somos seus abrigos, condutores, provedores, sem nunca esquecer que eles começam a ir embora no dia em que nascem. No começo, o tempo parece parar. A plenitude da maternidade e a dependência dos pequenos criam uma ilusäo de que será assim para sempre.

Mas näo, eles crescem inexoravelmente em direçäo à independência. Cumpre-se o ciclo da vida. Na hora que nasce o primeiro filho, a gente compreende a fragilidade da vida, a fugacidade das coisas e passa a ter medo de morrer. O fato dela precisar de mim me torna única e imprescindível. Eu não podia falhar. A partir dali, tudo mudou, meu espaço, meu papel, minha relaçäo com o mundo. Às vezes me pergunto se eu dei a ela tanto quanto recebi.

Sinceramente, acho que não. Desde o momento zero, ela transformou minha vida e, em um movimento contínuo, faz de mim uma pessoa melhor. Lá vai minha filha apaixonada e confiante. Ensaiando voos, escolhendo caminhos, encerrando ciclos. Eu, feliz, penso: cumpra-se!"

terça-feira, 3 de abril de 2012

No more lies

O Xico Sá diz que a mentira favorita dele é o orgasmo fingido, “porque o fingimento do gozo também pode ser uma prova de amor”. Também se diz “sempre a favor das que fingem com decência. Melhor que fingir a velha dor de cabeça. Contra a verossimilhança exagerada dos orgasmos com caras & bocas”. E pede, quase implora: “minta pra mim se for mulher! Aos diabos com estas tais mulheres sinceras”.

Devo admitir que concordo, em parte, com o Xico. Realmente é melhor alguém que finge com modos do que quem abusa dos gritos escandalosos e dos urros animalescos (#medo). Mas a verdade é que não há razão para fingimento.

Primeiro, porque nem toda relação sexual tem que terminar em orgasmo. Pelo menos, para a mulher. O orgasmo não é indicativo de sexo bom. O rala bem feito, mas sem um fim bombástico, pode ser muito melhor do que um sexo mais ou menos que termina com uma explosão. Não me entenda mal. Chegar lá é maravilhoso, mas não é tudo.

Segundo, porque já passou da época de fingirmos qualquer coisa em um relacionamento só para fazer o parceiro feliz. Por que não ser sincera? Os homens não aguentariam a verdade? Terapia existe para isso.

Se ele quer que você goze a todo custo, mesmo que seja só para provar que o membro dele é de ouro, ele merece saber que não conseguiu, que falhou. Merece saber que não conhece seu corpo tão bem assim. Merece saber que nem sempre sabe como enlouquecer uma mulher. Merece saber que cada uma de nós é diferente e é preciso tempo e paciência para desvendar nossos mais íntimos desejos. Merece saber que para muitas mulheres sexo bom tem que ter sentimento, envolvimento. Ou simplesmente merece ser lembrado de que nem sempre se goza, mesmo com ótimo sexo.

E é aí que quero chegar. São inúmeros os depoimentos femininos sobre o mau desempenho dos homens na cama (eles leem na internet sobre truques horrendos e saem por aí reproduzindo as acrobacias com todas que encontram pela frente, como se o que “aprenderam” funcionasse ou como se o sexo fosse matemático e todas gostássemos do mesmo). E parte da culpa é dessas pequenas mentiras que contamos ao longo da vida. Se, desde o início, a mulher se impusesse e dissesse “gosto disso, não gosto daquilo” – exatamente o que ELES fazem desde sempre, normalmente de forma tosca, é claro, sem se importar com o que vamos achar –, nossos homens seriam outros. Formaríamos uma aplaudida geração de caras bons de cama!

É claro que há exceções, que há representantes do sexo masculino verdadeiramente preocupados com a satisfação feminina (envolvendo ou não um bom orgasmo), mas eles ainda são minoria.

Se desde o início todos eles fossem ensinados a ter cautela na hora H e a ir com a mente aberta para aprender do que gosta cada mulher, todos seríamos mais felizes. Nós, satisfeitas; eles, convencidos – desta vez, com razão.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ficar com homem recém-separado é um perigo?

Por J. Antonio para Marie Claire

Ah, meninas. É.

É sim!

Homem separado há fresquíssimo tempo, ele é todo um calendário maia de péssimas previsões. Homem que é ex faz pouco é um 2012 de barbas, tristezas e insensibilidades.

Nada contra ele, mas nada muito a favor também.

Moças, curto e grosso: separação é uma dor. Machuca. Demora pra curar. Requer tempo. Pede paciência.

O NASCIMENTO DE UM INOCENTE CANALHA

Nos homens (e em muitas mulheres também), uma boa parte dessa cicatrização se dá na autoenganação. Ou seja, picando o drible na causa do problema. Ou seja mais ainda: para esquecer a antiga companheira, só lotando a cuca com muita curtição.

O cara que deixou um casório olha no dia seguinte o espelho. Ali, ele vê o reflexo de um guerreiro. Um soldado que voltou da guerra. Um veterano arranhado mas cheio de orgulho. Um gladiador brasileirinho, que não desiste nunca, que vai dar a volta por cima, com muito orgulho, com muito amor.

Nesse lindo processo de voltar ao combate, o homem é um especialista sem igual em fingir. Finge que não é dor a dor que deveras sente.

Viverá, então, dias de canalha.

Vai passar o rodo.

Daí que se você, garota, está a fim de uma aventura, se você está em busca só de tesão, ousadia e um pouquinho assim de drama, esse cara é o cara. Ficar com ele é uma beleza.

QUANDO VOCÊ ESTÁ DISPOSTA AO AMOR

O problema de tudo é que a gente, você e eu, somos uma raça complicada. Mulheres e homens estão fadados ao amor. É nosso destino. O amor taí, provando que não vale nada, que dá quase sempre em zebra. E ainda assim, se há uma fé inquebrantável da espécie humana, essa fé tem um santo chamado amor, um anjo chamado paixão.

Por mais que você entre num caso desses com o coração blindado e treinado, controlar a escola de samba que a gente leva debaixo do peito é coisa que ninguém sabe, ninguém consegue. E aí, meninas, a desgraça é que sempre, sempre mesmo, a gente corre o risco de se apaixonar.

Você pode se apaixonar…

OS PERIGOS DE SE APAIXONAR

O risco de sofrer com um cara assim é gordo, é obeso. Ele provavelmente será frio. Ele provavelmente será esquivo, arredio e insensível. Acima de tudo, ele será tudo isso com todas as desculpas internas do mundo pra ser assim.

Porque um cara nessa fase de dor diz a si mesmo que tudo é justificável. Quando encontra uma nova mulher, ele se sente leve. Sente que não há nenhuma pressão da parte dele. Ele pode sumir, ele pode não ligar, ele pode enrolar, ele pode nunca te assumir, ele pode aparecer só quando quer. E tudo isso estará certo, tudo isso será justo.

Se a nova garota reclamar, por dentro ele dirá: “mas, diabos, ela sabe que eu estou numa fase assim. Sabe que não estou preparado pra nada sério. Ela tá sofrendo porque quer. Não prometi nada…”.

Alguém lerá isso e, então, dirá: “Absurdo, João! Machismo, João! Não entendi nada, João! E ele? Ele não pode se apaixonar de novo? Por que fugir de um cara de quem estou a fim só porque ele terminou um romance? Nem todo cara é assim! Você generaliza”

Se alguém disser, eu direi de volta: calma, cocadinha. Calma. Como não generalizar? Como escrever um texto para cada humano. Seis bilhões de posts? Não posso. Preciso fazer vista grosíssima para o individual. Preciso ir pela média. E a média é assim.

Moças, não digo pra fugir de um cara assim. Digo para ter cuidado. Ter carinho. Ter doçura e pé atrás. Digo para ter paciência. Digo para fazer o que achar que deve fazer. Mas digo, acima de tudo, que voltar a amar é um processo. Que leva tempo. A quantidade de tempo, eu não sei dizer. Mas sei que leva tempo.

Ficar com um cara recém-separado é mesmo um perigo. Ele pode se apaixonar por você. Ele pode não se apaixonar por você. Mas, bem pensando, tudo é meio assim, não é?

Love hurts. Amor é um troço complicado. E sou a favor dos riscos. Quer arriscar, vai nessa.

Vai com um band-aid.

Mas vai.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Começo, meio e fim

Acredito que as coisas na vida seguem sempre as mesmas fases: tudo tem um começo, um meio e um fim. E diria que isso se mostra com mais força no caso dos relacionamentos, seja uma amizade, um namoro, um casamento... Quando digo fim, não necessariamente me refiro ao término da relação; o fim pode ser um distanciamento natural, projetos diferentes que levam a caminhos diferentes, a distância física entre as partes, as decepções e quebras de expectativas ou até mesmo, no mais grave dos casos, a morte de uma das partes. O que importa é que as coisas sempre têm um fim, cedo ou tarde.

E como não sou diferente de ninguém, já passei por vários desses términos. O mais recente colocou um fim em uma relação de longuíssima data. Infelizmente, foi um fim triste. Uma amizade marcada por tantos momentos divertidos terminou – e de maneira feia. E sempre que algo assim acontece, tento focar menos no motivo do rompimento e mais no resultado final. Ou seja, tocar a vida sabendo que você não tem mais aquela pessoa ao seu lado.

Não dá para dizer que é fácil. Pelo menos para mim, foi duro, afinal compartilhamos muitos, muitos anos juntas. Foi duro porque houve muita doação, daquela pura e verdadeira, durante toda a relação. E é ainda mais duro porque a partir do rompimento não tem mais carinho, amor, risos e ombro amigo, mas sim aquele nó na garganta, o coração apertado e um sufoco no peito – que, com o tempo, passam, é verdade.

Dizem que aprendemos com o sofrimento. É verdade que não é o método mais desejável ou ameno, mas ele realmente dá resultado, deixa lições importantíssimas e nos obriga a crescer, ainda que na marra – para mim, uma das partes mais difíceis de ser adulta é ter que lidar com as coisas que os humanos são capazes de fazer para “defender o que é seu”.

E, bem, todo esse processo deixa algumas coisas ainda mais evidentes: realmente, as pessoas passam por nossas vidas com um propósito – não importa se vocês se odeiam desde o início ou se começaram bem, mas terminaram brigando –; aquela relação a ensinou alguma coisa, deixou um “legado”, a obrigou a rever posições. Também fica claro quão pouco controle temos de nossas vidas – afinal, parece que as coisas têm um destino próprio e cedo ou tarde elas seguem seu caminho.

Não gosto de dizer que esses fins foram erros de decisão, de julgamento. Acho que tudo o que fazemos nos leva a algum lugar e você só é quem você é hoje graças às decisões que tomou e aos "erros" que cometeu. Portanto, os meus, os nossos erros foram decisivos para nos levar até onde estamos e como amo onde estou não dá para me arrepender do que aconteceu ao longo do caminho.

Só tem uma coisa ruim mesmo a respeito do fim: é impressionante – e triste – o quanto as pessoas se ofendem uma vez que a coisa termina; como, de repente, aquela pessoa que era tão especial vira um monstro e passa a falar mal de você, quando até pouco tempo atrás vocês eram unha e carne; ou como um amor tão verdadeiro termina em briga judicial por dinheiro, dinheiro, dinheiro.

Por isso, escolhi fazer parte de outro grupo. A amizade terminou? O amor secou? Então, já há motivos suficientes para lamentar. Basta. Não quero que haja mais nada de negativo entre nós, além do luto natural. A você que faz parte do meu passado, meu tudo de bom e que você, assim como eu, encontre a felicidade pelo novo caminho.

terça-feira, 13 de março de 2012

Tempo perdido

Acabei de me dar conta de que estou longe de ser a “mulher ideal”. Eu, que tanto estudei, que tanto me preparei, que tanto me disciplinei para ser uma pessoa melhor ao longo dos meus quase 32 anos, acabo de descobrir que nada mais sou do que a antítese da mulher dos sonhos, da mulher desejada, da mulher alfa.

Explico. Lendo uma matéria na Internet, deparei com a seguinte informação: a mulher ideal, segundos os livros de autoajuda, é magra como as francesas, não é nada boazinha e é de Vênus.

Minha primeira reação foi cair na gargalhada. Afinal, essa é a definição dos livros de autoajuda, não a dos homens, meu público alvo. E livros de autoajuda são, em sua maioria, risíveis.

Mas, então, me dei conta de que esses são os livros mais vendidos por aí, são os livros que em tese ajudam as pessoas a encontrar a luz, são eles os responsáveis por salvar casamentos e tirar dezenas de milhares de pessoas da forca todos os dias. E que as pessoas que os escrevem em tese sabem do que falam – ou, pelo menos, enganam muito bem, já que ganham toneladas de dólares ensinando otários a entrar na linha.

Foi aí que a coisa deu pra trás. Se os livros estão no caminho certo, eu estou perdida!

Primeiro, porque não sou “magra como as francesas”. Até porque aquilo ali não é magreza! Aquilo é anorexia congênita! O lance é tão escabroso que não existe em nenhum dicionário definição para tal condição desumana! Desconfio que vivam à base do cigarro e só quando a coisa fica preta é que comem um pedaço de queijo ou, no caso das mais ousadas, um naco de croissant. E eu, minha amiga, estou muito longe disso.

Adoro manteiga, tanto que sou capaz de comer meio tablete por dia – só não como puro porque as pessoas me olham aterrorizadas. Adoro massas, bolos, risotos. Creme de leite é meu parceiro. Nutella é minha vida. Chocolate é meu amante. Os queijos são meu vício. Só daí você já tira. Tudo bem que não sou gorda, mas tenho pneuzinhos cativos que me acompanham desde a Roma Antiga. Um a zero para os livros de autoajuda.

Segundo que, apesar de ariana, sou muito é boazinha. Afinal, sempre achei que isso era uma coisa legal. Ser boazinha sempre pareceu o certo – e como era a coisa certa a fazer, me aperfeiçoei de tal modo nisso que minha vida passou a girar em torno dos outros, não de mim. Confesso que é cansativo e, em alguns casos, me sinto um capacho humano, mas já faz parte do meu ser. E agora veem me dizer que o certo é ser má? O pior é que estou velha demais para mudar de time – mas não dá para negar que acho o máximo aquelas mulheres “más” que sempre conseguem o que querem, dizem não sem cerimônia e deixam todo e qualquer cara de quatro por elas. Dois a zero para os livros de autoajuda.

Por último, desconfio que também não sou de Vênus. Apesar de um desses livros dizer que as mulheres são de Vênus e os homens de Marte, acho que faço parte de um mundo paralelo. É que, segundo o livro, a mulher de Vênus é aquela que “aprende a fortalecer seu homem e a nunca tentar mudá-lo, para que ele possa ser e agir como seu ‘cavaleiro da armadura reluzente’”. PeloamordeDeus! Que mulher não tenta mudar seu homem? Aliás, tenho certeza de que a origem da palavra mulher é: espécie que tem como missão de vida mudar qualquer semelhante do sexo masculino que passar por sua vida! Três a zero para os livros de autoajuda.

Depois dessa triste constatação, só me resta torcer por um rebelde com causa que seja louco por um ET com pneus e cara meiga a la O Gato de Botas.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Para todo o mal... a cura!

NÃO SOFRA COM A VERDADE, AMPLIE SEU DOCUMENTO

Por Fabrício Carpinejar

São técnicas 100% naturais, que não dependem de aparelhos, cirurgias e remédios. A partir de exercícios de convencimento fisioterápico com as palavras, você conseguirá fenomenal melhora na circulação sanguínea em seu p., aumento de até 10 cm no comprimento e reforço adicional na espessura. Preste atenção no método revolucionário, aplicado por mulherengos como Trotski, Serge Gainsbourg e Woody Allen, feiosos famosos e de reconhecidos dotes discretos. O trio foi usuário da estratégia, e a prova viva de que sexo é arte.

Mulher não exige que o homem tenha um p. grande, mas que tenha atitude de p. grande. Postura de p. grande. Intensidade de p. grande. Reivindica amor de p. grande.

Sexo é peso pesado. Obrigatório desvestir o roupão jurando que é pesagem do UFC.

Sexo é superlativo, ão pra cá, ão pra lá. Garanhão, gostosão.

Pode apreciar música clássica na sala, jazz na varanda, rock na cozinha, porém sexo é funk e pagode. Para funcionar, as letras são as piores possíveis, as rimas põem Chico Buarque em desespero. Metáforas apenas provocam traumas, vá que a pessoa não entenda algo e comece a chorar pensando que não gosta dela.

- Você é delicado comigo, suave, nem parece que está entrando.
(Não é um elogio da sua competência, ela acabou de avisar que não sente nada, entendeu?)

Espera-se frases óbvias, pedidos de clemência ou incitação à selvageria, para desfrutar da impressão verbal que maneja um guindaste portuário.

A comunicação não admite erro.

Sexo é persuasão. Não entraremos na cama para fotografar, mas imaginar e delirar. Quando fechar os olhos, aumente seu p. Fantasia não tem pedágio.

Sexo é épico, destinado a grandes batalhas e lanças. A palavra é mais fundamental do que o corpo. A palavra é o corpo.

O essencial é que um dois do relacionamento não acredite que o instrumento é pequeno. Que seja logo você. Não conte com a generosidade dela.

É óbvio que ela verá aquilo que você é, mas não deve se desculpar por antecedência, desista da régua de algumas sentenças como "mais vale um pequeno brincalhão do que um grande bobalhão". É assinar o atestado de óbito. Quem diz isso tem menos do que 12 cm. Quem diz isso avisa de cara do seu complexo de inferioridade. Quem diz isso não carrega uma pasta, e sim uma merendeira.

Explicar sexo somente no caso de impotência. Sexo é ação.

Não se acovarde com a zombaria. A atitude de p. grande afasta o bullying. A parceira observará seu p., escutará o que você fala, revisará o seu p., ouvirá de mais perto, ficará intrigada com sua fé, e prometerá mentalmente procurar um oculista. Achará que ela é que está errada e tratará de compensar a protuberância invisível da sua natureza com caprichos de uma gueixa.

Melhor propaganda enganosa do que calúnia e difamação.

Não subestime o poder de negação.

Se ela tirar uma imagem do seu p. da câmera do celular, argumente que faltou zoom. Se ela gravar em vídeo a transa, culpe o amadorismo da gravação.

Imbatível até hoje o combinado de forças entre o poder da negação e o poder da afirmação.

Afirme diante do espelho:

- Tenho um p. grande.

Negue diante dela:

- Não tenho um p. pequeno.

Todo mundo receia ser louco, todo mundo teme perguntar demais e ser inconveniente. Sua insistência abalará qualquer certeza.

Seja orgulhoso.

Recorde de Davi, do Michelangelo. Aquele nu frontal é constrangedor. A mais famosa estátua do mundo tem um p. infantil. Mas seu semblante é de guerreiro, visionário, mirando longe, alheio a pormenores.

Com a convicção de que não é avantajado, não se entregue fácil. Minta para si e para os outros. A verdade - tanto quanto a mentira - estraga o suspense.

Não há documento que não possa ser ampliado pela estima.

A confiança é que torna o macho superdotado. Jamais se envergonhar, não menosprezar os centímetros de sua volúpia.

Pare de se lamentar e fugir da convivência. Confira ações que aumentarão sua escultura. Aposte na incoerência. Aja exatamente ao contrário do que costuma agir.

a) Não use a casinha dos banheiros, mije no mictório e, de preferência, no meio para mostrar autoridade;
b) Brinque quando ela fala sério, fale sério quando ela brinca. O desacordo favorece a tensão e hipertrofia o interesse;
c) Ponha sunga branca para ir à praia, despreze bermudas e aquilo que serve para esconder o volume;
d) Numa festa entre amigos, seja o primeiro a ameaçar o strip. Impossível raciocinar que um exibicionista possui p. pequeno;
e) Nunca transe no escuro. Acenda todas as luzes, inclusive compre refletores. No palco, o ator não enxerga o público. Portanto, ofusque sua plateia;
f) Tire uma por uma das peças com lentidão de filme de Jean-Luc Godard. Comprovado que ninguém aguarda o homem se desvencilhar da cueca.
g) Conte histórias sexuais, crie personagens e situações excitantes durante o ato. Guie sua parceira no jogo de provocações. Aproveite para engrandecer seu corpo.
h) Faça questão de sexo oral, para não restar dúvidas do disfarce psicológico.

Publicado na Revista Vip
Edição 324 Ano 31 Março 2012
Ps. 88-89

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O silêncio dos "inocentes"

Você está ficando com alguém. Está tudo muito bem. Está tudo muito bom. De repente, o outro resolve parar tudo! Sem dar motivo. E o pior: sem avisar! Simplesmente, o ser deixa de procurá-la. Começa o drama! Seu cérebro bola milhares de razões. Suas amigas inventam teorias mirabolantes. O horóscopo confunde mais ainda a sua cabeça. A única resposta certa é que o cara realmente não quer mais nada com você. Ok. Entendido. Mas por quê? Por quê? Por quêeeeeeeeeeeeee???

Pois é. A resposta pra essa pergunta é um dos maiores mistérios da humanidade. Desde que o mundo é mundo, ou, pelo menos, desde que se tem qualquer registro, as mulheres sempre passaram por essa angústia. E se você, amiga, disser que nunca passou por isso, não acredito mais em você, nem se me disser que 2+2=4. Vai ser taxada de mentirosa pra todo o resto de sua existência!

Infelizmente, não pela primeira e, com certeza, nem pela última vez, vivi recentemente essa situação. A história estava tranqüila. Era um “relacionamento” leve, sem qualquer cobrança, promessa ou ilusão. O melhor de tudo: cada um tinha sua vida totalmente independente da do outro. Estávamos juntos alguns dias da semana e, nos outros, cada um na sua (na sua MESMO). A companhia era agradabilíssima, o sexo excelente, o papo fluía com facilidade, ou seja, TDB.

Até que, passados Natal, Ano Novo e férias (cada um viajando pra um lugar diferente e curtindo com os seus), o tão esperado (pelo menos, por mim) reencontro. Mas, peraí! Cadê o beijo, cadê a saudade, cadê o abraço, cadê tudo? Muita calma nessa hora! Espero a noite chegar, quando costumávamos nos encontrar, mando mensagem. Cri, cri, cri... Espero mais alguns dias, sem tocar no assunto, esperando que ele me procure ou se pronuncie. Cri, cri, cri... Ok. Entendido. Ele não quer mais nada. Mas por quê? Por quê? Por quêeeeeeeeeeeeee???

Essa é a pior dúvida que pode habitar meu cérebro! Que ele não quer mais já está claro, nem precisa dizer. Afinal, quem quer, procura, quem não quer, não procura. É simples assim mesmo, meninas! Não inventem teorias da conspiração. Tudo bem, mas custa alguma coisa falar que não quer mais? O cara vai morrer se falar “Desculpa, não rola mais, por isso, isso, isso e aquilo outro”?

Não sei o que acontece com os homens. Eles simplesmente não conseguem dizer que não querem mais! Medo? Descaso? Imaturidade? Malandragem? Qualquer que seja o motivo, é uma PUTA SACANAGEM “terminar” sem avisar e ainda deixar a mulher sem saber o motivo!!! Nós não vamos gritar, morder, bater, matar. O máximo que podemos fazer é chorar pela perda e depois seguir vivendo. Excluídos os casos em que a moça em questão é louca, lógico. Mas pode ter certeza de que são raríssimos os casos de loucas varridas não internadas.

Eu sou normal, tranquila, serena, madura. Sei ouvir não, com muita classe, inteligência e respeito à escolha do outro. Não é não, ponto final. Já cri, cri, cri...

By Ana Fabre

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aí a briga começou

Eu recebi este e-mail do meu cunha Marcel e como o tema tem tudo a ver com o blog... Divirtam-se!

Minha esposa sentou-se no sofá junto a mim, enquanto eu passava pelos canais. Ela perguntou:
- O que tem na TV?
Eu disse:
- Poeira.
Aí a briga começou...
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Minha esposa estava dando dicas sobre o que ela queria para seu aniversário que estava próximo. Ela disse:
- Quero algo que vá de 0 a 100 em cerca de 3 segundos.
Eu comprei uma balança para ela.
Aí a briga começou...
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Quando cheguei em casa ontem à noite, minha esposa exigiu que a levasse a algum lugar caro. Então eu a levei ao posto de gasolina.
Aí a briga começou...
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Depois de aposentar-me, fui até o INSS para poder receber meu benefício. A mulher que me atendeu solicitou minha identidade para verificar minha idade. Chequei meus bolsos e percebi que a tinha deixado em casa. Disse à mulher que lamentava, mas teria que ir até minha casa e voltar depois. A mulher disse: - Desabotoe sua camisa. Então, desabotoei minha camisa deixando exposto meus cabelos crespos prateados. Ela disse:
- Este cabelo prateado no seu peito é prova suficiente para mim. E processou meu benefício.
Quando cheguei em casa, contei entusiasmado o que ocorrera para minha esposa.
Ela disse:
- Por que você não abaixou as calças? Você poderia ter conseguido auxilio-invalidez também...
Aí a briga começou...
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Minha mulher estava nua, se olhando no espelho do quarto de dormir. Ela não está feliz com o que vê e diz:
- Sinto-me horrível; pareço velha, gorda e feia. Eu realmente preciso de um elogio seu.
Eu disse:
- Sua visão está ótima!
Aí a briga começou...
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Eu levei minha esposa ao restaurante. O garçom, por algum motivo, anotou meu pedido primeiro.
- Eu vou querer churrasco, mal-passado, por favor.
Ele disse:
- Você não está preocupado com a vaca louca?
- Não, ela mesma pode fazer seu pedido.
Aí a briga começou...
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Voltei do médico após uma consulta e minha esposa toda preocupada, pergunta-me:
- E então, o que o médico lhe disse?
De pronto, eu respondi:
- A partir de hoje, não faremos mais amor, estou proibido de comer qualquer coisa gorda.
Aí a briga começou...
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Recebi este e-mail e repassei para minha esposa . . . .
Aí a briga começou...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TPM

Homens não fazem ideia dos estragos da TPM. A dor, o incômodo, o mau humor que ela traz. Eles só sentem os efeitos da tensão (rs). Não sei do que reclamam, afinal, amar é compartilhar!

Mas, bem, é possível enfrentar a crise de forma menos traumática. Aprenda a sobreviver a uma mulher com TPM!

Você chega a casa com aquela fome...
PERIGOSO: O que tem para jantar?
SEGURO: Posso ajudá-la com o jantar?
SEGURÍSSIMO: Aonde você quer ir jantar?
ULTRASSEGURO: Aqui, come esse chocolate.

Vocês vão a uma festa e ela diz que está pronta...
PERIGOSO: Você vai vestir ISTO?
SEGURO: Nossa, como você fica bem de marrom!
SEGURÍSSIMO: Uau! Tá uma gata!
ULTRASSEGURO: Aqui, come esse chocolate.

Ela diz: Como você é grosso!
PERIGOSO: Está nervosa por quê?
SEGURO: É verdade, eu poderia ter avisado. Assumo meu erro!
SEGURÍSSIMO: Vem cá. Deixe-me fazer um carinho...
ULTRASSEGURO: Aqui, come esse chocolate.

Naquele super almoço de domingo...
PERIGOSO: Será que você devia comer isto?
SEGURO: Sabe, ainda tem bastante maçã.
SEGURÍSSIMO: Quer um copo de vinho pra acompanhar?
ULTRASSEGURO: Aqui, come esse chocolate.

Você chega a casa tarde, e ela está sentada no sofá...
PERIGOSO: O que você fez o dia todo?
SEGURO: Espero que você não tenha trabalhado demais hoje, amor.
SEGURÍSSIMO: Adoro quando você usa esse baby doll!
ULTRASSEGURO: Aqui, come esse chocolate.

A tempo.
Olha como eles são criativos (e engraçadinhos):
TPM = Todos os Problemas Misturados
TPM = Tendências a Pontapés e Murros
TPM = Temporada Proibida para Machos
TPM = Tocou, Perguntou, Morreu
TPM = Tente no Próximo Mês
TPM = Tempo Para Meditação
TPM= Treinadas Para matar

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Frase da semana

"Sexo sem pelo não é sexo" (Xico Sá, colunista da Folha)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Se eu pudesse...

Se eu pudesse mudar UMA coisa nos homens, gostaria que eles fossem absolutamente sinceros (lembram do Jim Carrey em “O Mentiroso”? Pois é, naquela linha). Não pediria que se lembrassem das datas importantes, que soubessem comprar os presentes que realmente desejamos ou até que mandassem flores regularmente (apesar de estarem cansados de saber o quanto amamos essas lindas plantinhas!).

Claro que todas essas coisas são importantes e contam muitos (muitos) pontos, mas saber o que se passa na cabeça deles é o que mais me intriga – e o que mais causa danos, traumas e choros desnecessários em dezenas de milhares de mulheres mundo afora.

Imagina quanta dor seria poupada se o cara simplesmente não pedisse seu telefone? Afinal, se ele já sabe, mesmo antes da troca acalorada de beijos, que a coisa não tem mesmo futuro, para que se dar ao trabalho (e destruir o pouco de fé que resta no coração da menina?)? Não pense que a culpa é sua (ou que seus beijos são insatisfatórios). É que, provavelmente, ele tem uma linda e doce namorada (que passa os fins de semana em casa, tricotando), sofre terrivelmente de pânico de relacionamento ou simplesmente não consegue se decidir entre as 18 mulheres com quem anda trocando saliva ultimamente. Ah, e claro. Fora que eles acham que mover uma mão ogra em direção ao telefone e digitar oito números é pior do que a morte – por isso, só ligam se precisam muito de sexo, a ponto de o pirulito cair, ou se estão cegamente apaixonados, a ponto de se submeter a tal humilhação.

Como o mundo seria diferente se eles parassem de fazer falsas promessas!! Já pensou? Se pedissem você em namoro só mesmo quando estivessem preparados a se comprometer e ficar com você apenas e mais ninguém? Se não prometessem que vão casar contigo, se isso já está fora de cogitação? Se não fingissem que querem filhos só para levar alguém pra cama? Se não passassem meses dando e puxando corda para ter mais uma garota na cola deles, quando, no fundo, não querem mesmo nada com ela? Não seria divino?

É claro que essa sinceridade toda poderia não frear as mulheres. Mas, ao menos, elas se entregariam conscientes. Se o cara tem namorada e ainda assim você quer ficar com ele, beleza. Ao menos, você sabe. Se ele não vai ligar e mesmo desse jeito você quer que ele anote seu número, beleza. Você está a par das chances de o seu telefone tocar... O que não dá é continuar nesse mundo de fingimento, de falsidade.

E aí, acontece o que vemos hoje. Montes de homens e mulheres perdidos, tentando se encontrar, doidos atrás de um alguém que valha qualquer coisa. Você beija, beija e beija, mas o saco está sempre vazio. É difícil essa busca (há momentos em que ela parece não ter fim), principalmente porque ser verdadeiro não é exatamente uma qualidade e, no fundo, ganha quem fingir melhor, quem mentir mais, quem prometer mais.

E quais as chances de um relacionamento dar certo se, desde o início, você não é honesto e tudo não passa de um joguinho? E aí lá vai você começar tudo de novo... Por isso, torço para que em 2012 mais homens sejam sinceros e joguem limpo, não interessa se acabou de conhecer a menina ou se ela é simplesmente uma gatinha da balada. Com certeza, o mundo seria bem melhor. E vocês? O que mudariam neles?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Iphone pode salvar seu relacionamento

Eu sei que parece exagero... Mas se sua vida a dois está gélida e as coisas parecem perto do fim, nada de pânico! Ainda há solução! Antes de chutar o pau da barraca, leia esta matéria até o fim e salve o seu relacionamento!

Se o negócio desandou meesssssssssssssssmo, a ponto de você cogitar a compra de um boneco inflável ou do famoso rabbit, vibrador capaz de ressuscitar mortas e acalentar frígidas, pode comemorar! A solução para os seus problemas é ainda mais simples e discreta do que você imaginava.

Basta baixar um aplicativo para seu Iphone: o MyVibe. Gratuito, foi lançado pela empresa MyPleasure para garantir muita "satisfação", onde estiver, quando quiser. Chega de vibradores, dedos cansados ou escovas de cabelo elétricas (ouch!): o lance agora é colocar o celular entre as pernas e escolher a intensidade de pulsos, que varia de 0 a 100 - e podem ser curtos ou demoradérrimos.

A melhor parte é a descrição do produto:

Baixe agora e use:
- No trabalho
- No sofá
- Na mesa da cozinha
- No carro, enquanto está naquele engarrafamento
- No cinema
- Enquanto as crianças assistem à TV

Agora basta conferir para ver se o programa é capaz mesmo de salvar seu gato do mico de deixá-la na mão!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

E não é que é verdade?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não nascemos para ser a outra

Sei que muita coisa mudou e que o mundo e as pessoas já não são mais os mesmos. Não é nostalgia. É pura e simples constatação. Mas, ainda assim, afirmo: nós, mulheres, não nascemos para ser amantes – por mais “evoluído” que o mundo esteja.

Sonhamos desde cedo com o príncipe encantado; gastamos horas, dias, meses fantasiando sobre o dia do nosso casamento; sentimos borboletas no estômago só de pensar nos filhos que virão; idealizamos nossa futura casa... E nada disso existe quando nos tornamos amantes.

Parece coisa de louco, mas quanto mais evoluímos e nos tornamos independentes mais nos submetemos a coisas impensáveis. Lutamos para ser respeitadas pelas pessoas e ter o direito de escolha – seja do que for. Batalhamos para dividir com os homens as tarefas da casa. Para quê? Para ter o direito a optar conscientemente a ser amante de um cara e nunca ver nossos mais doces sonhos realizados?

É, porque o cara não vai largar a esposa, não vai abandonar os filhos, não vai trocar a segurança do lar que ele construiu por sexo picante e de qualidade. Por mais bonita, inteligente e divertida que você seja, ele vai continuar como está: com aquele anelzão no dedo, um lembretão de que ele está comprometido com alguém que não é você.

E ainda assim você insiste. Por quê? Sim, você está apaixonada. Pode ser até que esteja amando. Mas, muitas vezes, é preciso ser racional e fazer a coisa certa, por mais que o coração sangre de dor. Você, que batalha tanto para ser respeitada, é a primeira a se desrespeitar, ao ficar com um cara que é de outra mulher, ao topar se encontrar às escondidas, ao aceitar as migalhas que ele tem a oferecer.

Porque, sejamos honestas, um cara casado não pode oferecer nem metade do que queremos, nem metade daquilo com que sonhamos. E quanto mais o tempo passa, mais você se distancia de conseguir aquilo que quer, pois investe todas as fichas em uma situação sem futuro.

Se a ficha ainda não caiu, aproveite o início do novo ano para repensar sua vida. Lembre-se do quanto quer amar e ser amada, do quanto quer ter alguém com quem compartilhar o domingo, do quanto sonha com aqueles filhos fofos e com uma família linda. E se não sonha com nada disso, lembre-se apenas do quanto você vale e de como merece ser respeitada e tratada.

Antes só do que mal acompanhada. Nunca um ditado antigo valeu tanto.