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terça-feira, 14 de outubro de 2014

A mulher por trás da fachada de concreto

Você acha que aprendeu muito.

Afinal, são mais de três décadas de convivência diária.

Claro que me conheço. Sim, sei bem quem sou e, principalmente, o que quero.

Jura?

Hoje, me olho no espelho e vejo dois reflexos: quem eu sou e quem as pessoas acham que sou.

O problema é que não gosto da imagem que têm de mim - e não dou um jeito de o meu verdadeiro eu assumir o controle.

Mas sei que sou única e exclusivamente responsável por isso.

É o medo que mora aqui dentro que construiu essa imagem que hoje me persegue.

Quando vejo, lá está ela dando as caras.

Toda folgada.

Até tento remediar.

O que que tem de mal? É só um jeitão descarado, espalhafatoso, mas completamente inofensivo.

Só que não é.

Caso contrário, não haveria ressaca no dia seguinte.

Choro contido.

Dor no estômago.

Coração em pedaços.

Uso o lado "ruim" para esconder minha fragilidade, mas aí me sinto ainda mais insegura, machucada.

Tenho medo de assumir meu verdadeiro eu (que vive soterrado aqui dentro).

De não ser amada por isso.

De "perder" certas oportunidades, amizades.

Mas que diabos de fingimento é esse que só traz falsos momentos de felicidade?

Que no fim fere, fere e fere?

O meu coração dá todos os sinais. Diz quando é hora de parar, insistentemente.

Mas eu não paro.

Me violo por medo de jogar a real comigo e com os outros.

Não sou tão engraçada. Não sou tão durona. Não sou tão desprendida e bem resolvida.

Sou frágil. Romântica. Brega. Carente. Sonhadora. Sincera demais.

Pre-ci-so assumir isso.

Pra ontem.