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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Me dá sexo!

Você é especial. Sua mãe te diz isso desde o dia em que você nasceu.

Só que você vai crescendo e vê como esse negócio de ser especial não é bem assim! No caso da sua mãe, a explicação é óbvia: ela te AMA, te trouxe ao mundo; o mínimo que se pode esperar é que ela te ache especial. Mas, no mundo real, ser considerada especial dá muito trabalho.

Um dos pré-requisitos de uma pessoa “especial” é a beleza. E isso dá um trabalho infernal, além de custar tufos de libras esterlinas! Dieta, malhação, massagem, depilação, luzes, escova, chapinha, alisamento, manicure, clareamento dos dentes, botox... Toda semana tem ritual – e, a cada segundo, a gravidade te passa a perna!

Outro pré-requisito é ser inteligente. Dá-lhe colégio, cursinho, professor particular, faculdade, pós, mestrado, doutorado, MBA, classes de idioma, livros, filmes cults, viagens...

Bom, uma pessoa especial normalmente é boa de papo. Infelizmente, pra isso não tem escola! Mas você é brasileira e não desiste nunca! Cola nas amigas mais bacanas, treina sozinha em casa, participa de grupos de auto-ajuda na internet, simula encontros (com seu cachorro) para praticar muito... Afinal, a prática faz a perfeição!

Ah, e o bom humor? Tem que ter! Você cria um mantra e já desperta ao som dele: Sou feliz, minha vida é linda, não deixo os problemas me afetarem! (Pra falar a verdade, tô meio puta com minha chefe, preocupada porque tá difícil arrumar um cara legal e ando estressada com os quilos a mais! Oops, deleta!) “Sou feliz, blá, blá, caixinha de fósforo...” É o dia todo se colocando pra cima. Até em enterro, você tenta ver o lado positivo da coisa.

Aí, depois de uns 30 anos de “capacitação”, você pensa: “ufa, acho que agora posso dizer que tenho um quê de especial. Finalmente, alguém vai me notar, amar e valorizar.” E aí vem a bomba! De repente, sem qualquer aviso prévio, seu amigo solta: homem só sabe se gosta mesmo de uma mulher depois que rola o sexo. Antes disso, tudo que fazemos é só para comê-la!

WHAT?????????????????????

By Mari Abreu

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Love Hurts

Essa daí começou cedo, coitada... E os homens ainda reclamam quando, já aos 25 anos, queremos casar!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homens de Brasília

Dia desses recebi um email intitulado “Homens de Brasília”. Corri para abri-lo, afinal esse tema MUITO me interessa! Quando vi que foi escrito por uma mulher, entrei em êxtase! E foi aí que eu caí do cavalo... Pense numa decepção! A cada linha do email, meu peito doía, meu corpo se retorcia, minha garganta ardia! Eu queria encontrar a autora e assassiná-la a sangue frio! Mas resolvi me segurar, afinal sou nova demais para ir pra cadeia...

Fiquei surpresa por saber que a autora, que se acha expert sobre os homens de Brasília, não é daqui, apenas mora na cidade há quatro anos – nem eu que vivo aqui há 30 anos me acho gabaritada para teorizar sobre o assunto! Também não vi qualquer referência sobre ela ser PhD em homens e relacionamentos ou, pelo menos, ter algum poder de clarividência (o que já ajudaria muito).

Vamos por pontos:
1) Se um homem vier conversar com você na balada, pode ter certeza de que ele é de outro estado. Afinal, os de Brasília são covardes: só olham, não fazem nada, a não ser que estejam muito bêbados.

Já fui paquerada por vários homens de Brasília, NA balada, sóbrios. Até já namorei um deles – relação séria, durou dois anos – e sei de várias amigas com o mesmo “itinerário amoroso”. Talvez, você esteja frequentando os lugares errados – bar de beira de estrada? Casas de suingue? Locais com pole dance, luzes coloridas no chão e fumacinha de morango? Ahhh! Está explicado!

2) Os poucos que chegam querem saber seu currículo completo. Segundo ela, eles só topam pegar mulheres que vivem no Plano e detestam ter que dar carona.

Segundo você, se algum cara de Brasília chega é porque está bêbado. Você já devia saber, querida, que não devemos levar a sério o que os bêbados dizem – muito menos revelar onde você mora ou aceitar/pedir carona! Bebeu?

3) Se você sair com um cara e ele fizer questão de pagar a conta, não é de Brasília. Nem no 1º encontro eles são capazes de tal gentileza.

Primeiro erro: você sai com o cara SEM saber de onde ele é. Como assim? Não perguntou isso antes? Sabe ao menos o nome dele? Segundo erro: se os caras de Brasília que chegam são os bêbados, como assim você ainda topa sair com ele? É masoquista ou o simplesmente desesperada? E arriscaria dizer mais: ele não paga a conta porque, provavelmente, não sabe quem é você, o que estão fazendo ali e onde está a carteira dele!! Ele precisa de ajuda médica, não de um piti em praça pública!

4) Os caras de Brasília não têm iniciativa e se assustam com as mulheres independentes.

Isso vale para os HOMENS, em geral. Em Brasília, no Acre, em Las Vegas, no Afeganistão. Homem tem medo de mulher independente. Ponto. As pessoas independentes são mais exigentes, sabem melhor o que querem e se dão ao luxo de não se contentarem com pouco. Até EU me assusto!

5) Eles não beijam no 1º encontro e, alguns, nem no 2º.

Querida, se o cara não te beija nos primeiros encontros, talvez seja interessante averiguar se ele curte MULHER in general. Porque, normalmente, eles não aguentam esperar nem cinco minutos na balada, enquanto você decide se ele vale o beijo! Quanto mais esperar dois encontros! Vai ver você é chegada em gays ou então é feia bagarái... Nesse caso, eles saem com você porque te acham legal, engraçada, e não porque querem te comer.

6) Eles te mandam mensagem bem tarde da noite pra te encontrar; alguns deixam pra te ligar um mês depois que te pegam.

Mensagens tarde da noite são popularmente conhecidas como booty call, técnica inventada na Antiguidade, junto com o nascimento da escrita, para comer o máximo de mulheres possível! Claro que, naquela época, os convites eram feitos em argila, pedra ou papiro – e não por SMSs. Não se sinta especial, só porque isso rolou contigo. Aliás, fica aqui um conselho: não responda tais mensagens! Ele que te ligue sóbrio, num horário razoável, com uma proposta decente! Ah, e se o cara deixa para te ligar um mês depois que ficou contigo, é porque você não causou impacto – e ele te mantém na agenda para eventuais pegas, quando não há nada mais interessante rolando.

7) Eles são previsíveis. Só topam programas-rotina.

Não sei o que quis dizer com “previsíveis”. Jantar fora é previsível? Cinema é? E tomar um vinho? Confesso que prefiro o previsível ao inusitado. Eu honestamente teria medo de um cara que me chamasse para comer rato frito na Candangolândia, roubar brinquedos velhos em uma creche ou pisar em brasas para entrar em contato com o meu eu espiritual.

8) Eles dão valor mesmo para marcas e grifes.

Parece meio ridículo responder, mas as pessoas que mais dão valor a marcas e grifes são as MULHERES! Homens são notoriamente conhecidos como largados, desprendidos, desligados. Exceto se o tema for tecnologia!

9) E querem saber todo o background da garota. Pedem Orkut e MSN antes do seu número de telefone.

Saber o background de uma pessoa é essencial nos dias de hoje! A gente mal conhece nosso vizinho, quanto mais um cara que apareceu do nada no meio do Gates! E vale qualquer ferramenta para descobrir mais informações. Eu prefiro perguntar para a pessoa, claro, mas cada um tem seu método! E, honestamente, abusar da tecnologia para conhecer melhor uma pessoa não é exclusividade de Brasília! Caso contrário, nós seríamos reconhecidos como vanguarda!

Fica a dica: escolha melhor suas baladas, fuja dos bêbados e saiba sempre o nome e o background das pessoas com as quais sai. Se quiser mesmo cair na gandaia, lembre-se de que as pessoas estão lá para pegação – não para encontrar a alma gêmea. Ah, e antes de dormir, desligue o celular. Pior do que responder mensagens de booty call é comparecer para ser comida.

By Mari Abreu

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A saga

O cara certo bem que podia surgir com uma placa na testa, em neon! Pouparia anos de investimento em vão! Imagine só: farra + farra, até ELE aparecer??!! Se bem que nós mulheres, com essa coisa de fazer caridade e acreditar no potencial adormecido das pessoas, damos chance pra cada traste...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Profissão Perigo

Jornalista, gari, advogado, cozinheiro, médico, motorista, secretária... No vasto mercado de trabalho, as profissões são muitas e diversas. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, virtudes e defeitos, benefícios e prejuízos. Mas TODAS são válidas. Desde que o ganha pão não seja assassino de aluguel, anão do orçamento ou pilantra de carteirinha, acho que todos têm que se orgulhar do que fazem. Não é verdade? É... Deveria ser, mas, ultimamente, os caras andam meio ariscos quando o assunto é o que eles fazem.

A pergunta é simples: E aí, o que você faz? Já as respostas... A “moda” agora é ser misterioso. Pra que dizer que é promotor logo de cara se o indivíduo pode me intrigar e responder apenas “Eu mexo com direitos difusos e coletivos...” (???) e soltar um olhar emblemático? Olha que coisa mais mística, gente! Sedutor, não é? NOOOOOOT! Pelo amor de Deus, vamos encurtar o caminho, simplificar o diálogo, que de complicado já basta ter que aturar o chefe, declarar imposto e calcular calorias.

Uma vez, durante a já citada viagem a Fortaleza, conheci um desses rapazes com síndrome de James Bond. Perguntei o que ele fazia. Na hora, a expressão do sujeito se transformou e ele soltou “Eu mexo com informações sigilosas...”. Ai, que falta de paciênciaaaaaaaaaa! A vontade era largar o 007 paraguaio pra trás, mas, como estava de bom humor, ainda tentei “adivinhar” a profissão dele. “É investigador?” “Não...” “Trabalha na ABIN?” “Não...” “É o responsável pelas senhas dos bancos?” “Não...” “É padre e não pode contar as confissões, FDP???” “Não...”. Desisti, cansei de brincar de Mãe Diná, acho que não levo jeito pra coisa.

Uma amiga da minha parceira também foi vítima do profissional misterioso. O mascarado disse genericamente que trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, com um desembargador. Hummm... Fazendo exatamente o que ninguém sabia. Lá pras tantas, quando os dois já estavam engatados num quase namoro, a moça, obviamente, queria mais detalhes. “Mas você trabalha no gabinete? Fazendo o que?” “Mais ou menos... Fazendo várias coisas...” “Como assim???” “Ah, relaxa, eu trabalho lá...” É claro que ela não sossegou enquanto não descobriu. Sabem o que o infeliz fazia e tinha vergonha de dizer? Era motorista de um desembargador do TRE. Gente, por que não disse logo? Pra que mentir? O cara não trabalha “mais ou menos” no gabinete, fazendo “várias coisas”, ele trabalha no carro do desembargador, dirigindo pra ele, ponto final!

O caso mais engraçado (se não fosse meio trágico) aconteceu com a Tati, a que presenciou o Mi cuore... PUF!. Baladinha básica, ficadinha básica, conversinha básica. “E aí, o que você faz?” “Eu mexo com carros... (com aquele olhar 43)” No café da manhã pós balada, começamos a analisar, se ele disse que mexe com carros, pode ser um milhão de coisas: de flanelinha a dono da Ford! E agora? Como desvendar o mistério milenar da profissão perdida? Telefonemas depois, mais algumas ficadas e tudo começa a ficar mais claro. Conversa vai conversa vem e ele revela, acho que totalmente sem querer, que morava no Setor de Oficinas Norte porque ficava mais fácil por causa do trabalho. Suspeito... Tati, sem querer enxergar a verdade, pergunta na maior inocência “E aí, gente, o que vocês acham?”. Risada geral e coro: “Eiro! Eiro! Eiro! Ele é lanterneiro!”. E lá se foi a chance da Tati de casar com o Henry Ford...

By Ana Fabre

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mi cuore... PUF!

Era uma vez três grandes amigas, sorridentes e serelepes. Um dia, decidiram quebrar tudo em Fortaleza. Chegaram ferozes e obstinadas à cidade, naquela que parecia a última viagem de suas vidas! Estava tudo muito lindo, até que apareceu um homem e rompeu os fortes laços de piriguetagem que as unia (típico)!

Tudo começou de forma inocente. Dia de praia, nós torresmávamos na areia... E a Tati solta: “Mari, tem um italiano apaixonado por você!” E desatou a rir.

Nem tive coragem de levantar a cabeça. Imaginei um velho pelancudo, desfigurado, à caça da prost perfeita. Até porque na Fortaleza-fora-de-temporada só tem gringo e garotas de programa. Obviamente, estávamos sendo confundidas com as profissionais.

À noite, era hora de enfiar o pé na jaca: dia de Pirata (ou seja, bordel a céu aberto!). Mas só deu tempo de pegar um drinque no bar e tirar uma foto-registro. De repente, tinha um Don Juan italiano no pé do meu ouvido, fazendo juras de amor. A Tati olhou e riu: era o apaixonado da praia.

Conversa vai, conversa vem, aquela língua melódica e enrolada me convenceu (tudo bem, minhas amigas me incentivaram MUITO)! Cedi. Valeu, foi lindo, se cuida.

No dia seguinte, chapada no hotel, o telefone toca. A Ana me chama. Grogue, engatinho até o telefone e: Mariáááááááááááánaa! Sono Vincenzo! Buongiorno, principessa! Voglio vederti! Dove stai? Andiamo sulla spiaggia!!!! Ok, ele quer me ver, MUITO (que pessoa mais italiana!).

Chegamos à praia e o homem se descontrolou. Mariáááááááááááánaa! Tu sei bellissima! Ti ho pensato tutta la notte! Non posso vivere senza te! Quê? Mas nos conhecemos ontem!!! E já não pode viver sem mim? Cara, italiano é senza nozione demais! Eles fazem tudo por uma noite “mal dormida” (pode desistir, it's never gonna happen).

Ignorei a “paixão louca” que ele sentia e tentei relaxar. Não entendia 90% do que o cara falava, mas beleza, lindo. Apesar do sentimento fantástico e fanático, eu queria era sair com as AMIGAS para piriguetar, oras! Deixei isso claro e ele me fuzilou com o olhar (querido, esse lance de Corazón Partío é com o Alejandro Sanz. Nem vem)!

Estávamos lindas e ávidas. Pegamos o táxi e já fomos alucinando no caminho! Chegamos, entramos, bebemos, olhamos, sorrimos. Estávamos prestes a fundar o Movimento da Piriguetam Sustentável (esse tema fica pra outro post) quando, de repente, uma mão me agarra por trás: Mariááááááááááánaa! Voglio baciarte, tu sei perfetta, ti penso sempre! Caracas, sou o crack em pessoa. O ser tá viciado em mim! Não teve jeito. Minhas amigas se jogaram na farra e eu fiquei presa aos braços do meu Don Corleone, cercada pelos seus amigos da máfia napolitana.

A semana foi passando e nada de piriguetar! Ele me encontrava em absolutamente TODOS os lugares de Fortaleza! Eu tinha medo de falar mal dele até no banheiro do hotel...

Choque maior foi no dia em que ele me viu na feira de artesanato da praia. Da varanda do hotel, ouvi os berros: Mariáááááááááááánaa! Mariáááááááááááánaa! Mariáááááááááááánaa! Que isso??!! Como é que esse cara SEMPRE sabe onde estou? Pior: estão se esgotando as minhas chances de conhecer os nativos!

No último dia de praia, o lance ficou dramático. Ele me cercava de todos os lados; olhava-me tão profundamente que o azul dos meus olhos fugia pela borda da íris. Para ele, eu era a gostosona da Vênus de Milo encarnada: foram umas duas horas elogiando cada parte do meu corpo! Até minha orelha ganhou nomes melosos. Eu ri. Afinal, como acreditar em HOMENS assim? E, ainda por cima, ITALIANO!!

Desolado, ele virou pra Tati (a confidente) e disse: “Sono inamorato, moltisimo, Mariáááááána non crede in me! Che cosa devo fare? É amore, é amore!” Quando ela menos esperava, veio o golpe baixo (imagine-o com aqueles olhos do gato do Shrek): “Tati, mi cuore... PUF!” O gesto perdido no ar, o suspiro profundo ao terminar a frase, o nó na garganta, o coração palpitando fora de ritmo... Pronto, a confissão do amor! Ali, no meio da Croco Beach! Sobrou pra mim um olhar gélido da minha até então parceira: “Cara, esse homem te ama MESMO!”

À noite, já traumatizada, não queria saber de Vincenzo. Eu ia ter uma noite de piriguetagem! Saco. Não queria mais uma palavra sobre aquela história de dama da máfia. Enfurecida, coloquei uma roupa fatal e partimos para uma megaboate. Mas saindo do táxi, tomei um tranco e fui arremessada de volta para o carro: “A máfia italiana tá aí”, gritou a Tati! O taxista, que obviamente sabia de tudo e já tinha virado comparsa, saiu cantando pneu. Enquanto acelerava, começou a listar as estratégias usadas pela CIA escandinava para fugas desesperadas. E eu em estado de choque! Demos voltas e voltas. Depois do que pareceram horas rodando, entramos.

Ah, que balada! Livre, leve, solta! Sem algemas, gritos histéricos de um amor incontrolável, grude, beijos e promessas de casamentos coloniais com a presença em peso da máfia napolitana. Mas quando a noite atingiu seu auge, entre sons de tuntis tuntis, meu mundo caiu: Vincenzo, de braços abertos, gritava meu nome no meio da pista de dança...

Tive vontade de chorar, mas me segurei para ele não achar que era amor reprimido. A Tati também foi cercada pela máfia e, em rápidos segundos, nossa noite com os nativos chegou ao fim. Fui sufocada, beijada, amassada. E a tão sonhada semana de piriguetagem jamais deixou o papel.

By Mari Abreu

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lição 1: Entendendo as mulheres

Nós sempre temos razão. É assim desde o início e sempre será! Perdeu, Playboy!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quem mandou ter ouvido?

A balada é um evento geralmente megadivertido, mas, depois de uns 15 anos na pixxxxxxta, a coisa pode ficar meio cansativa (ou seria esquisita?). Você se arruma toda, veste 27 roupas diferentes até escolher a ideal, faz uma maquiagem digna de capa de revista, escova os cabelos à perfeição, se enfia num sapato que desafia todas as leis da Física, passa um perfume de trocentos dinheiros a gota e get your booty on the dance floor.

A produção começa a surtir efeito e os olhares vão se encaminhando pra sua direção. Ooopa! É hoje! E lá vem um rapazinho se aproximando. Olhada pro outro lado, pra fingir que não estou percebendo a aproximação, sorriso pras amigas, jogadinha de cabelo e... qual seria o curso natural? “Oi. Tudo bem? Qual o seu nome? O que você faz? Blá blá blá”. Mas nããããão! Nesses tempos muito loucos de hoje (como diria mamis), essa conversa básica pode nunca acontecer. É bem mais provável que você ouça as coisas mais absurdas ou idiotas que um ser humano pode produzir. São colocações inimagináveis, nunca antes vistas nem em filmes de comédia ou terror!

Como mocinha bem educada que sou, costumo respirar fundo e responder os maiores absurdos de maneira delicada, tentando compreender, com compaixão mesmo, o interlocutor na outra ponta do diálogo. Mas tem vezes em que fica difícil e a vontade é responder na lata, no maior estilo tolerância zero.

Diálogo inacreditável 1
- Oi. Tudo bem?
- Tudo bem.
- Ela é sua amiga? (apontando pra minha parceira de blog)
- Sim.
- Mas é sua amiga de verdade?
- Sim! (???)
- Mas... (fazendo cara de galã de novela mexicana) vocês são só amigas mesmo?

Simplesmente saí de perto, mas minha vontade era dizer “Não, não. A gente se pega de vez em quando, mas você não está convidado a participar, idiota!”.

Diálogo inacreditável 2
Esse deve ser amigo do castrado mental aí de cima. Estávamos eu e minha parceira (companheiro é companheiro e FDP é FDP) dançando no bom e velho Gates, quando o ser se aproxima.

- Vocês são bicuriosas?
- Hein???
- Bicuriosas! hehehe
- Como assim???
- São amigas, mas, de vez em quando, muito mais do que amigas.

Jesus Cristinho, dai-me paciência! O que responder para um animalzinho desses? “Sim, somos bicuriosas porque cansamos de ouvir asneiras de representantes da raça masculina”??? Socorroooooooo!

Diálogo inacreditável 3
- Oi. Nossa! Você é linda!
- Obrigada.
- Qual o seu nome?
- Ana.
- Ana, então... Bom... Bem... Bom... Bem... Eu não sei nem o que falar pra você...
- Que coisa, hein...

Gente, se o cara não sabe o que falar, cala a p@%$# da boca, vira as costas e vai embora! Desculpem a minha revolta, mas se uma pessoa não consegue nem trocar uma meia dúzia de palavras, faz um curso de oratória, terapia, vai à fonoaudióloga, anota frases de efeito, sei lá, meu amigo, se vira nos trinta! Ou então fica calado e faz o tipo misterioso, joga um olhar 43 (aquele assim meio de lado, já saindo... hahaha Não resisti!), juro que vai surtir mais efeito.

Diálogo inacreditável 4
O papo estava ótimo, eu já estava “zuuuper” disposta a ficar com o rapaz, mas aí o dito cujo solta a pérola.

- Estou louco pra ficar com você. Mas tem uma condição.
- Condição?
- É... (já fazendo cara de gostosão)
- Diga!
- Só fico com você, se você me garantir que vamos sair daqui direto pro motel. Se não formos até o fim, não adianta nem começar.
- Ah tá... Deixa só eu ir ali ao banheiro rapidinho. Já volto (AHAM!)

O cara é que está louco pra ficar comigo e ele impõe uma condição? E quem, na face da Terra, em sã consciência, é cara de pau o suficiente pra propor uma coisa dessas? Eu já ia ficar com o sem noção, mas depois dessa pérola, amigão, você vai pra casa sozinho, sem nem beijinho na testa.

Diálogo inacreditável 5
Até no avião:
- Você tem medo de avião?
- Não, nem um pouco... (sem acreditar que ele estava mesmo jogando essa)
- Eu morro de medo! (jura???)
- Relaxa, não vai acontecer nada.
- Será que você pode fazer alguma coisa pra me acalmar?

Resposta tolerância zero, que eu consegui segurar dentro de mim (com muito esforço, devo confessar): “Claro! Vou chamar a aeromoça pra ela abrir a porta e te colocar pra fora, assim você volta à terra firme e para de encher meu saco”.

Haja paciência...

By Ana Fabre