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terça-feira, 8 de junho de 2010

Mi cuore... PUF!

Era uma vez três grandes amigas, sorridentes e serelepes. Um dia, decidiram quebrar tudo em Fortaleza. Chegaram ferozes e obstinadas à cidade, naquela que parecia a última viagem de suas vidas! Estava tudo muito lindo, até que apareceu um homem e rompeu os fortes laços de piriguetagem que as unia (típico)!

Tudo começou de forma inocente. Dia de praia, nós torresmávamos na areia... E a Tati solta: “Mari, tem um italiano apaixonado por você!” E desatou a rir.

Nem tive coragem de levantar a cabeça. Imaginei um velho pelancudo, desfigurado, à caça da prost perfeita. Até porque na Fortaleza-fora-de-temporada só tem gringo e garotas de programa. Obviamente, estávamos sendo confundidas com as profissionais.

À noite, era hora de enfiar o pé na jaca: dia de Pirata (ou seja, bordel a céu aberto!). Mas só deu tempo de pegar um drinque no bar e tirar uma foto-registro. De repente, tinha um Don Juan italiano no pé do meu ouvido, fazendo juras de amor. A Tati olhou e riu: era o apaixonado da praia.

Conversa vai, conversa vem, aquela língua melódica e enrolada me convenceu (tudo bem, minhas amigas me incentivaram MUITO)! Cedi. Valeu, foi lindo, se cuida.

No dia seguinte, chapada no hotel, o telefone toca. A Ana me chama. Grogue, engatinho até o telefone e: Mariáááááááááááánaa! Sono Vincenzo! Buongiorno, principessa! Voglio vederti! Dove stai? Andiamo sulla spiaggia!!!! Ok, ele quer me ver, MUITO (que pessoa mais italiana!).

Chegamos à praia e o homem se descontrolou. Mariáááááááááááánaa! Tu sei bellissima! Ti ho pensato tutta la notte! Non posso vivere senza te! Quê? Mas nos conhecemos ontem!!! E já não pode viver sem mim? Cara, italiano é senza nozione demais! Eles fazem tudo por uma noite “mal dormida” (pode desistir, it's never gonna happen).

Ignorei a “paixão louca” que ele sentia e tentei relaxar. Não entendia 90% do que o cara falava, mas beleza, lindo. Apesar do sentimento fantástico e fanático, eu queria era sair com as AMIGAS para piriguetar, oras! Deixei isso claro e ele me fuzilou com o olhar (querido, esse lance de Corazón Partío é com o Alejandro Sanz. Nem vem)!

Estávamos lindas e ávidas. Pegamos o táxi e já fomos alucinando no caminho! Chegamos, entramos, bebemos, olhamos, sorrimos. Estávamos prestes a fundar o Movimento da Piriguetam Sustentável (esse tema fica pra outro post) quando, de repente, uma mão me agarra por trás: Mariááááááááááánaa! Voglio baciarte, tu sei perfetta, ti penso sempre! Caracas, sou o crack em pessoa. O ser tá viciado em mim! Não teve jeito. Minhas amigas se jogaram na farra e eu fiquei presa aos braços do meu Don Corleone, cercada pelos seus amigos da máfia napolitana.

A semana foi passando e nada de piriguetar! Ele me encontrava em absolutamente TODOS os lugares de Fortaleza! Eu tinha medo de falar mal dele até no banheiro do hotel...

Choque maior foi no dia em que ele me viu na feira de artesanato da praia. Da varanda do hotel, ouvi os berros: Mariáááááááááááánaa! Mariáááááááááááánaa! Mariáááááááááááánaa! Que isso??!! Como é que esse cara SEMPRE sabe onde estou? Pior: estão se esgotando as minhas chances de conhecer os nativos!

No último dia de praia, o lance ficou dramático. Ele me cercava de todos os lados; olhava-me tão profundamente que o azul dos meus olhos fugia pela borda da íris. Para ele, eu era a gostosona da Vênus de Milo encarnada: foram umas duas horas elogiando cada parte do meu corpo! Até minha orelha ganhou nomes melosos. Eu ri. Afinal, como acreditar em HOMENS assim? E, ainda por cima, ITALIANO!!

Desolado, ele virou pra Tati (a confidente) e disse: “Sono inamorato, moltisimo, Mariáááááána non crede in me! Che cosa devo fare? É amore, é amore!” Quando ela menos esperava, veio o golpe baixo (imagine-o com aqueles olhos do gato do Shrek): “Tati, mi cuore... PUF!” O gesto perdido no ar, o suspiro profundo ao terminar a frase, o nó na garganta, o coração palpitando fora de ritmo... Pronto, a confissão do amor! Ali, no meio da Croco Beach! Sobrou pra mim um olhar gélido da minha até então parceira: “Cara, esse homem te ama MESMO!”

À noite, já traumatizada, não queria saber de Vincenzo. Eu ia ter uma noite de piriguetagem! Saco. Não queria mais uma palavra sobre aquela história de dama da máfia. Enfurecida, coloquei uma roupa fatal e partimos para uma megaboate. Mas saindo do táxi, tomei um tranco e fui arremessada de volta para o carro: “A máfia italiana tá aí”, gritou a Tati! O taxista, que obviamente sabia de tudo e já tinha virado comparsa, saiu cantando pneu. Enquanto acelerava, começou a listar as estratégias usadas pela CIA escandinava para fugas desesperadas. E eu em estado de choque! Demos voltas e voltas. Depois do que pareceram horas rodando, entramos.

Ah, que balada! Livre, leve, solta! Sem algemas, gritos histéricos de um amor incontrolável, grude, beijos e promessas de casamentos coloniais com a presença em peso da máfia napolitana. Mas quando a noite atingiu seu auge, entre sons de tuntis tuntis, meu mundo caiu: Vincenzo, de braços abertos, gritava meu nome no meio da pista de dança...

Tive vontade de chorar, mas me segurei para ele não achar que era amor reprimido. A Tati também foi cercada pela máfia e, em rápidos segundos, nossa noite com os nativos chegou ao fim. Fui sufocada, beijada, amassada. E a tão sonhada semana de piriguetagem jamais deixou o papel.

By Mari Abreu

3 comentários:

Tati Cochlar disse...

Má Mariááááááááána!!!! Mi cuore... PUFF!!!!
Quero só ver o post da Piriguetagem Sustetável!!!
hahahahahahahaha
bjs

Dante Accioly disse...

Perdeu, Playgirl!

Mari Lee disse...

Mari, que homem grudento! Arghhhhhhhhhhh!
Pude até imaginar a sua cara enquanto ele te perseguia por todos os pontos turísticos de Fortaleza.
Seu blog está perfeito! bjão!
Mari Lee

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