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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Profissão Perigo

Jornalista, gari, advogado, cozinheiro, médico, motorista, secretária... No vasto mercado de trabalho, as profissões são muitas e diversas. Cada uma tem suas vantagens e desvantagens, virtudes e defeitos, benefícios e prejuízos. Mas TODAS são válidas. Desde que o ganha pão não seja assassino de aluguel, anão do orçamento ou pilantra de carteirinha, acho que todos têm que se orgulhar do que fazem. Não é verdade? É... Deveria ser, mas, ultimamente, os caras andam meio ariscos quando o assunto é o que eles fazem.

A pergunta é simples: E aí, o que você faz? Já as respostas... A “moda” agora é ser misterioso. Pra que dizer que é promotor logo de cara se o indivíduo pode me intrigar e responder apenas “Eu mexo com direitos difusos e coletivos...” (???) e soltar um olhar emblemático? Olha que coisa mais mística, gente! Sedutor, não é? NOOOOOOT! Pelo amor de Deus, vamos encurtar o caminho, simplificar o diálogo, que de complicado já basta ter que aturar o chefe, declarar imposto e calcular calorias.

Uma vez, durante a já citada viagem a Fortaleza, conheci um desses rapazes com síndrome de James Bond. Perguntei o que ele fazia. Na hora, a expressão do sujeito se transformou e ele soltou “Eu mexo com informações sigilosas...”. Ai, que falta de paciênciaaaaaaaaaa! A vontade era largar o 007 paraguaio pra trás, mas, como estava de bom humor, ainda tentei “adivinhar” a profissão dele. “É investigador?” “Não...” “Trabalha na ABIN?” “Não...” “É o responsável pelas senhas dos bancos?” “Não...” “É padre e não pode contar as confissões, FDP???” “Não...”. Desisti, cansei de brincar de Mãe Diná, acho que não levo jeito pra coisa.

Uma amiga da minha parceira também foi vítima do profissional misterioso. O mascarado disse genericamente que trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, com um desembargador. Hummm... Fazendo exatamente o que ninguém sabia. Lá pras tantas, quando os dois já estavam engatados num quase namoro, a moça, obviamente, queria mais detalhes. “Mas você trabalha no gabinete? Fazendo o que?” “Mais ou menos... Fazendo várias coisas...” “Como assim???” “Ah, relaxa, eu trabalho lá...” É claro que ela não sossegou enquanto não descobriu. Sabem o que o infeliz fazia e tinha vergonha de dizer? Era motorista de um desembargador do TRE. Gente, por que não disse logo? Pra que mentir? O cara não trabalha “mais ou menos” no gabinete, fazendo “várias coisas”, ele trabalha no carro do desembargador, dirigindo pra ele, ponto final!

O caso mais engraçado (se não fosse meio trágico) aconteceu com a Tati, a que presenciou o Mi cuore... PUF!. Baladinha básica, ficadinha básica, conversinha básica. “E aí, o que você faz?” “Eu mexo com carros... (com aquele olhar 43)” No café da manhã pós balada, começamos a analisar, se ele disse que mexe com carros, pode ser um milhão de coisas: de flanelinha a dono da Ford! E agora? Como desvendar o mistério milenar da profissão perdida? Telefonemas depois, mais algumas ficadas e tudo começa a ficar mais claro. Conversa vai conversa vem e ele revela, acho que totalmente sem querer, que morava no Setor de Oficinas Norte porque ficava mais fácil por causa do trabalho. Suspeito... Tati, sem querer enxergar a verdade, pergunta na maior inocência “E aí, gente, o que vocês acham?”. Risada geral e coro: “Eiro! Eiro! Eiro! Ele é lanterneiro!”. E lá se foi a chance da Tati de casar com o Henry Ford...

By Ana Fabre

3 comentários:

Tati Cochlar disse...

Gente, eu ando tão comentada nesse blog que daqui a pouco vou precisar distribuir autógrafos!!!! hahahahahahahaha

Dante Accioly disse...

A melhor de todas:

“Eu mexo com direitos difusos e coletivos...”

KKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Livia disse...

ahahaha! Eu tambem já passei por uma dessas...
Eu: - E você, faz o que?
Cara: - Eu sou fiscal da natureza.
Eu: - Fiscal da natureza? Voce trabalha no IBAMA?
Cara: - Não, não. Minha rotina é: de manhã eu pego onda e à tarde eu faço escalada...
Resumindo, à toa de carteirinha sustentado pelo papai. Então assume logo!

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