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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Manual da Mulher Resolvida - Parte I

Você é um mulherão! Inteligente, profissional, divertida e amorosa, vive rodeada por amigos, família e conhecidos. Você é bem resolvida, está sempre disposta a ajudar quem precisa e tem um humor delicioso. Só que quando está paquerando aquele gatinho (ou sendo paquerada) perde o rebolado e a autoestima vai lá no chão.

Se você se encaixa neste perfil, é hora de mudar! Não dá pra tremer na base por conta de um carinha; muito menos sofrer sem necessidade. Agora que o ano começou pra valer, vamos dar dicas para que você arrase no mundo amoroso! E lembre-se: ficar sozinha não é sinal de fracasso, mas sim de coragem. Entenda de uma vez: antes só do que mal acompanhada! MES-MO!

Vamos às dicas!

1) Se ele ficou interessado, vai ligar!
Sim, sim e sim! Quando o cara quer, não tem trabalho, morte de tia, resfriado ou trânsito que o impeça de convidar você para sair! Ainda mais nos dias de hoje, em que o povo acha tempo para tuitar até no banheiro, enquanto rola um número 2...

2) Passou uma semana sem ouvir notícias dele?
Esquece! Parte pra outra! Ligar para saber se está tudo bem? Nem pensar! Homem perdido merece ser encontrado morto no apartamento, pelo zelador do prédio, naquele estágio em que os vizinhos não aguentam mais o fedor de carniça.

3) Vocês saíram e ele não ligou mais?
Será que foi porque você cedeu? Será que foi porque você NÃO cedeu? Na verdade, pouco importa. Se rolou porque os dois estavam a fim, ótimo! Afinal, sexo é que nem pizza: bom até quando é ruim - e dane-se o que ele vai pensar de você. Se você não abriu as pernas e ele achou melhor cair fora porque ia dar muito trabalho, ótimo também! Quem quer passar os dias ao lado de um incompetente que mal sabe conquistar uma garota e levá-la para a cama? Conclusão: pare de se atormentar!

Aproveite o início do ano e coloque todas as dicas em prática JÁ! Para de inventar desculpa e esperar pra depois do carnaval!

Na quinta, mais dicas!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Come quieto

Vocês estão juntos há meses. Começaram ficando uma vez a cada quinze dias. Rapidamente, a coisa evoluiu e passaram a se ver todas as semanas. Pouco depois, a frequência deu um salto: três a quatro vezes por semana ele dava um jeito de te encontrar. Tudo bem que, apesar disso, a relação ainda estava indefinida. Quer dizer, ela estava superdefinida: aquilo não passava de um rolo. Obviamente, você tinha esperança de deixar de ser uma reles peguete e por isso deu início ao projeto “chega de bagunça! Quero um namorado”. Só que entrava semana, saía semana, e as coisas continuavam exatamente iguais. Para piorar, os encontros eram sempre na sua casa, bem longe de possíveis testemunhas (sim, é fundamental que as pessoas os vejam juntos, assim não fica parecendo que você é uma alucinada quando conta que estão ficando há meses).

Um dia, boladérrima, você decide convocar o Concílio de Trento para Assuntos de Pegação. Reúne as duas melhores amigas e começa a especular sobre o significado de tudo aquilo. É claro que, dada a situação, para bom entendedor, meia palavra bastaria. Mas desde quando uma mulher, ainda por cima apaixonada, é boa entendedora? Essa possibilidade está mais distante que Marte.

Enfim, elas te perguntam tudo: “Vocês conversam ou é só sexo?”, “Ele te dá carinho depois do rala e rola ou simplesmente vira para o lado?”, “Ele já se declarou? Pelo menos um TE ADORO?”, “Já comentou sobre a família dele ou fez algum plano mínimo, como cinema no fim de semana?”. Como algumas respostas eram positivas e outras negativas, o Concílio não chegou a um consenso. Acha o quê? Que só porque há várias mulheres reunidas, discutindo a relação, que elas vão se comportar de forma sensata e abrir o jogo sobre a fria em que a amiga se meteu? Nada disso! O lema é enganação até o fim das eras!!

Até que um dia, finalmente, o sujeito a convida para jantar fora. O coração dela quase salta pela boca e a primeira vontade é ligar para as amigas e dizer que o caso foi encerrado: “Ufa, ele não está me escondendoooooooooooooooooooooo”!! Animada, gasta duas horas se arrumando e se prepara para ser vista de mãos dadas com o gato. Enquanto se troca, nomes de restaurantes vips e phynos surgem em sua cabeça e ela se imagina vivendo o melhor dos sonhos: encontrar um amigo dele e ser apresentada como sua NA-MO-RA-DA! Demais!

Só que quando chegam ao local, rola o primeiro baque. “Que coisa mais feia, suja. Hum... vai ver que só passaremos por ele e que vamos mesmo ao restô podre de chique, phynérrimo, do outro lado da rua”. Que nada. Ele entra no restaurante fuba. Ainda assim, você continua otimista. “Vai ver há uma área vip, romântica e phyna, reservada para nós”. Bom, não exatamente. Vocês se sentam em uma mesa comum, gasta e recebem um olhar surrado e pigarreado do velhote da mesa ao lado.

Decidida a manter o otimismo, você se conforma com o local e pensa: “Pelo menos, saímos de casa. Ele não está me escondendo. FATO”. Só que aí você se lembra daquele episódio de Sex and City, quando o Big finalmente leva a Carrie para jantar fora e eles acabam indo a um restaurante chinês tosco (coincidência ou não, você também foi parar em um chinês. Ah, ele também é tosco). Lá, ela encontra um grande amigo que está jantando com uma paquera e que escolheu o lugar exatamente porque aquele é o bunker oficial dos escondedores de paqueras fedorentas e não apresentáveis! No mesmo minuto, Carrie entra em pânico por estar sendo escondida pelo Big. Pois é. É nisso que você pensa naquele exato momento.

Uma lágrima escorre. Você disfarça a tristeza. Arrepende-se de ter comemorado antes da hora. Não há amigos nem ninguém remotamente conhecido por lá. A comida desce mal. Você começa a ficar com refluxo. Não trocam nenhuma palavra no restaurante há 15 minutos. Sobremesa? Impossível! Com o climão instalado, ele decide pedir a conta. No caminho, silêncio sepulcral. Em casa, o sexo não rende. Você está prestes a chutar o pau da barraca quando ele, inocentemente, solta: “Aquele não é o melhor chinês do mundo? É o meu favorito! Por isso quis te levar lá, A-M-O-RRRRR!”

Quê? Favorito? AMOR? Obaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

By Mari Abreu

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mulher invisível

Eu estava ávida por uma boa balada. Por isso, acabei percorrendo toda a cidade em busca da noite mais divertida e emocionante que Brasília poderia oferecer. Mas, a cada parada, a jornada ficava mais cansativa! Nada decente rolando!!! Quer dizer: os ingressos da festa maneiraça tinham acabado, os barzinhos mais animados estavam cheios de pirralhos ou estranhos (eu sei bem, porque passei na porta de cada um deles!) e nada parecia apropriado para meu ânimo.

Mas eu sabia que a noite prometia algo grande! E, quando eu terminei de pensar nisso (e me animar ainda mais), eis que a surpresa veio, como uma bomba atômica. Saindo do pub, lá estava ele. Um carinha com quem eu tinha ficado há seis meses e que tinha sido uma das pessoas mais apaixonadas e românticas que eu já conheci! Só que quanto mais o cara se declara, mais você tem certeza de que ele vai sumir assim que virar a esquina! E com ele não foi diferente (pena que eu não sabia disso na época. Rs).

Ele estava saindo da balada, com um amigo, e caminhava em direção ao carro. Minha amiga e parceira de balada aproveitou para perguntar a eles como estava o pub, se valia à pena entrar e, quando eu percebi, ela já tinha virado melhor amiga dos caras. Eu, obviamente, estava procurando a lente de contato que fingi ter deixado cair no chão. Afinal, eu lá queria encarar o cara de novo e ser obrigada a ouvir todo tipo de desculpa esfarrapada?? No way!

Terminado o papo, entramos no carro e saímos em busca de outra baladinha. Só que, como não, eles foram atrás!!! Minha parceira tinha combinado com eles de procurar por algo melhor! Socorro! Foi quando contei a notícia a ela. “Caracas, é aquele cara com quem você ficou e que fez mil declarações de amor e promessas??”, perguntou ela. Isso mesmo, senhorita! Nós rimos muito e tocamos o barco. Foi por pouco!

Mas, quando olhei pra trás, vi que eles nos seguiam. Logo perguntei a ela se sabia o que estava rolando e ela me olhou com aquela cara de cachorro de rua. Ela tinha combinado com os meninos de tentarem uma outra balada juntos. Como ela estava superinteressada no amigo e me pediu uns minutos só para “acertar as coisas”, eu topei. Afinal, não queria estragar a chance de pelo menos uma das duas terminar a noite feliz.

Paramos na última balada possível e ela engatou um papo com o amiguinho. Eu tentei fugir correndo, mas achei que o estrago seria pior. Então, fiquei quieta, de rosto baixo, cabelo nos olhos, me escondendo o máximo possível. De repente, o Sr. Lorota começou a me paquerar!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Como assim, sem noção? Tem seis meses que nós ficamos e você nunca sequer me ligou e agora vem de papinho mole! Oras!

Pois é. Só que o buraco, queridos, era mais embaixo. Do nada, ele começou a dizer que me achou linda, que queria me conhecer melhor, que queria me levar pra jantar... e foi ai que ele pediu meu número de telefone. Só aí caiu a minha ficha. O cara sequer se lembrava de mim. Era como se tivesse acabado de me conhecer!!

A minha vontade era dizer a ele: “Imbecil, você já tem meu telefone, você já ficou comigo, apesar de merecer só meu desprezo”! Só que achei que iria soar amargo (rs). Mentira pura! Só não disse porque minha amiga estava perto de conseguir o que queria e eu, com minha resposta amarga, estragaria tudo.

Mas eu juro que comecei a pirar naquele momento. Eu queria cuspir na cara dele, dizer um monte de asneiras, o mandar enfiar meu celular no c..., xingar a mãe, dar lição de moral, dar um fora megainteligente. Tantas coisas!!! Honestamente, o cara não querer nada contigo, tudo bem. Faz parte da vida. Aliás, é o mais comum. O raro mesmo é quando os dois se curtem e a coisa engata. O resto é tudo meio de campo. Mas a pessoa ficar contigo e te esquecer? Não se lembrar da sua cara, de você, do seu papo, de nada? E, como se não bastasse, ainda jogar o charme barato todo de novo? Ah, cara pálida! Comigo não!

É nessas horas que digo que sou a favor da castração! Em público e sem anestesia!

By Mari Abreu

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Encoxada

Todo homem sofre da "síndrome Paulo Maluf" e pensa que tudo na vida dele deve ter cara de grande obra. Comida, por exemplo. Tem coisa mais irritante que homem na cozinha? Pois os moços passaram séculos longe do fogão e, como não poderia deixar de ser, no momento em que colocaram os pés 44 naquele território, viraram, todos, 'chefs'.

Você dá o maior duro azarando o cara, finalmente descola um convite e sai de casa, crente que "quer jantar na minha casa?" significa "oba, vai rolar sexo"! Toca a campainha, vestida para matar e sem calcinha sob o modelito vermelho, levando debaixo do braço aquele tinto francês que comprou no supermercado, seguindo seu infalível critério de "rótulo bacaninha que lembra gravura 'art nouveau' do Alphonse Mucha".

Aqui, primeira dica importante: não ouse dizer que o vinho veio do Carrefour, senão você vai ouvir uma longa preleção mais ou menos na linha "eles deixam as garrafas em pé... blábláblá... vinho europeu não viaja bem... blábláblá... a rolha resseca... blábláblá..." (se rolar, não se esqueça de balançar a cabeça concordando com ele, combinado?).

Também nem tente argumentar qualquer coisa, confiando naquele curso de degustação de vinhos que você fez há quatro anos, lembra? Lembra nada! Você saía totalmente chumbada de lá todas as vezes...

Pois, para sua decepção, quem estará à porta será uma criatura com ar grave de alquimista, prestes a descobrir o segredo de Midas, reclamando da dificuldade de se encontrar uma boa pimenta jamaicana, segurando uma bugiganga Le Creuset de tirar a pele de legumes, embrulhado em um avental imenso, engomado, com monograma bordado,
imaculadamente branco e, para o seu azar, sem aquela abertura atrás. E, você, louca pra vê-lo cozinhando um miojo de bumbum de fora, né? Confessa...

É compreensível, meninas. Os homens estão sofrendo de uma espécie de novo-riquismo culinário. O gourmet requintado em que ele se transformou ontem jamais passaria pela humilhação de pilotar um fogão como o seu, cujo máximo de avanço tecnológico é a lâmpada amarelada do forno.

Não! Ele torrou 22 mil dólares num Ilve italiano de sete bocas, com grelha, chapa infravermelha para aquecer comida e dois fornos programáveis. Fazer as poções mágicas em panelinhas com teflon pra lavar mais facilmente? Seria muita pobreza para quem comprou uma 'poissonnière' de cobre com interior revestido de estanho só para fazer peixes no vapor ("uma pechincha, 250 dólares").

Conjuntinho de facas como aquelas que você ganhou de presente da tia-avó no primeiro casamento? Jamais! No entender dele, nenhuma matéria-prima de manjar dos deuses merece menos que facas artesanais Zakharov com cabo de osso e madeira.

Duas horas e meia depois, o jantar está servido. Sabe aquele frango refogado que você faz em vinte minutos, jogando um punhado de temperos a olho? É mais ou menos isso, só que coberto por uma finíssima fatia de manga, arrematada com umas três ou quatro lascas de gengibre. Isso se não vier acompanhado daquele molho de ervas que não combina com nada, e ele insiste em colocar em tudo.

E pensar que você estava rezando pra que aquela manga fosse virar sobremesa, escoltada por uma bolota de um reles sorvetinho da Kibon....

Conselho de quem não quer que você arruine definitivamente a noite: tem de dizer que ele tá "ali, ó" com Emmanuel Bassoleil. Não, melhor ainda: foi um prato comparável ao poulet do Paul Bocuse.

Fim do banquete, vá arregaçando as mangas para ajudar a lavar louça. Se deixar por conta dele, serão mais duas horas esfregando as três panelas de cobre, duas de pedra sabão e o processador de alimentos que sujou 7 peças pra picar salsinha, equipamentos rigorosamente necessários para cozinhar uns 250g de frango.

Hora do café, hora do relax, certo? Pelo menos agora você finalmente vai experimentar a tal griffe 'Illycaffè', que custou a ele uma nota preta, sem imaginar que o elogiadíssimo blend tem cerca de dois terços de café brasileiro. Quando a água ferve, ele grita e, de um salto, chega ao coador. Queimadura? Não, puro horror, porque "água para café não pode ferver de jeito nenhum".

Ah, que saudades daquele tempo em que cozinhávamos com um "ajudante" tarado, encoxando a gente na pia...

By Martha Medeiros (teoricamente, porque, hoje em dia, não se sabe mais o que foi escrito por quem)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ultimato

“Ou caga ou sai da moita”. É assim que começa sua conversa com o paquera com quem vem saindo nos últimos meses. Afinal, você precisa sair do muro, saber o que anda rolando de verdade, descobrir o que fazer com todo aquele sentimento que você nutre por ele. Mas mal termina de dizer a frase e você já começa a se arrepender de tê-la dito.

Ele, como não poderia deixar de ser, te olha desconfiado, provavelmente tentando adivinhar se você está falando a verdade ou blefando (afinal, haja bolas para dar um ultimato em um cara!). O tempo passa e você morre por dentro com a espera (pra que eu fui abrir a boooooooooooooooooooocaaaaaaaaaaaaaaaaaa??!!).

Enquanto isso, sua cabeça está fervendo! E como poderia ser diferente? Dependendo da resposta dele, você está namorando ou não, noiva ou não, casada ou não. Ouch! Por isso, não é nada fácil dar um ultimato. Aliás, arrisco dizer que é uma das coisas mais difíceis e duras na vida de uma mulher, principalmente porque colocar alguém contra a parede e exigir um posicionamento claro e objetivo costuma dar merda.

Ainda assim, se você quiser arriscar, não se esqueça de que, para dar um ultimato, é preciso coragem, pulso e um plano B. A coragem serve para conseguir pronunciar o ultimato, sem falecer; o pulso, para não mudar de ideia no segundo seguinte; e o plano B, para não afundar tão profundamente na merda.

Acho que ter coragem de lançar o ultimato é a parte mais fácil. Afinal, basta tomar uma taça de vinho para relaxar que a frase sai naturalmente, sem remorsos (se preferir tequila, não abuse). Ter um plano B é relativamente tranquilo (ainda que só de pensar nele seu estômago se revire todinho por dentro)! Afinal, você sempre pode dar uma chance àquele outro gatinho, viajar com as amigas ou quebrar todas na boate mais próxima, aproveitando ao máximo sua solteirice.

A parte phoda MESMO é o pulso para manter a promessa feita. E é crucial, em um ultimato, ter pulso! Não dá para bancar de durona, colocar o cara contra a parede e, na semana seguinte, ceder às tentações. Se você disser que não fica mais com ele, porque o que você quer mesmo é namorar/noivar/casar, então NUNCA mais fique com ele, caso ele te dê um toco. Pelo amor de Deus, honre sua promessa! Isso é o que chamam de “ter amor próprio”!

Funciona exatamente igual com crianças. Você fala: NÃO PODE. A criança vai lá e faz, assim mesmo. Se você não disser nada, deixar barato, Perdeu, Playboy. A criança jamais vai te respeitar. Imagina então o que um marmanjo barbudo é capaz de fazer??

Por isso, meninas, jamais usem o ultimato! A não ser que realmente estejam prontas para encarar o que der e vier (que costuma ser um toco) de cabeça erguida – sem qualquer chance de terminar aos pés dele, morrendo de chorar, pedindo para voltar atrás no ultimato. Se não consegue controlar seu coração, mude de tática. “Ou caga ou sai da moita” é só para casca grossa!

By Mari Abreu

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cagando na entrada

“Você está atrasada!” Foi com essa frase simpática e doce que Camurça me recebeu. Detalhe: marcamos às 16h, eu entrei no carro dele às 16h02! A vontade era virar as costas e voltar pra casa. Mas respirei fundo, contei até dez e pensei na Mari me falando “Vai lá, amiga. Dê uma chance ao ‘amor’”. Se arrependimento matasse!

Depois da recepção calorosa, Camurça começou a falar da ex. Aliás, daS exS. Simmmmm! O cara escolheu esse assunto superadequado para o primeiro encontro. Quanto mais ele falava, mais calada eu ficava, pra ver se o sem noção se tocava e mudava de assunto. Mas o ser estava inconsolável. Precisava desabafar, xingar, espernear, blasfemar, chorar, colocar pra fora todo o ódio contra as vacas insensíveis sem coração que o largaram no passado. Mesmo temendo pela minha vida, ofereci ao rebelde sem causa o telefone da minha psicóloga. Ele sorriu, achou que eu estava brincando...

Na fila do cinema, não satisfeito com o fiasco até o momento, Camurça decide discutir (brigar mesmo!) comigo sobre a escolha do filme. Sabe criança quando quer muito uma coisa? Pior, mil vezes pior! E já que a palhaçada estava grande, resolvi fazer bicão e bater o pé. Só assim foi possível abrir as negociações, que, diga-se de passagem, foram extensas e cansativas.

Na hora de pagar pelos ingressos, ele fez o tipo cavalheiro: “Pode deixar que eu pago”. “Nossa, pelo menos um gesto correto”, pensei. Tolinha! “E aí você compra a pipoca, lógico”, emendou o animal. E ele me fez comprar a tal pipoca só pra ele, porque eu mesma não queria nada!

Como todo bom idiota social, Camurça falou durante o filme todo. Ele falava alto, como se estivesse em casa. Como isso me irrita!!! Queria enforcá-lo, sufocá-lo com um travesseiro, rachar a cabeça dele com a minha bolsa! Pelo bem dele, tive que avisar “Olha só, as pessoas estão olhando já. Não dá pra ficar caladinho?”.

Fim de filme, corro pro banheiro e ligo pras amigas: “Socorro!!! Me liga em dez minutos e fala que você está morrendo, que seu cachorro pulou da janela, que o mundo está acabando. WHATEVER! Me tira daqui!!!”. Teatro feito, vamos pegar o carro para ir embora. E aí, pra fechar com chave de ouro, como se não bastasse tudo até então, Camurça vira na maior cara de pau, como se fôssemos namorados há séculos ou amigos de eras atrás, e pede “Paga aí o estacionamento pra mim. É que não tirei dinheiro, tenho essa mania de contar só com o cartão e aqui não aceita”.

Vem cá, isso é pegadinha, né? Ivo Holanda, pode aparecer!


By Ana Fabre

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz Vida!

Ano novo, vida nova!!! Pelo menos, é o que dizem por aí. Como eu sou uma eterna entusiasta das festas de fim de ano, entro logo na onda e compro totalmente a ideia. Mal vira o ano, já começo a me empolgar com as possíveis mudanças: o emprego novo, o armário repaginado, aquela viagem dos sonhos... Ai, tããão bom!

Mas, se pararmos para analisar friamente esse lance de "Ano Novo, Vida Nova", veremos que a coisa não precisa ser bem assim. Ou seja, por que esperar por um novo ano para mudar aquilo que precisa ser mudado? Por que não começar hoje, logo, já?

Dia desses andei pensando no tema e acho que, se encarássemos a vida como um eterno "fim de ano", as coisas seriam muito melhores!!! Não que, com isso, o fim do ano precise perder seu eterno encanto. De forma alguma! Podemos continuar celebrando a virada com toda pompa que ela merece! Apenas gostaria que conseguíssemos curtir todos os dias como se fossem os últimos (ou primeiros) de nossas vidas.

Afinal, por que não comprar a casa nova hoje? Por que não dar um basta naquele relacionamento doentio que se arrasta há meses? Por que não abrir o jogo com aquele colega de trabalho que anda se metendo na sua vida e atrapalhando seu crescimento? O que estamos esperando?

Meu conselho? Comece já! Não espere mais nenhum minuto! Adote uma nova postura em sua vida neste 2011! E, principalmente, curta cada momento, porque eles são tudo o que fica, no fim das contas. Mais para frente, já velhinhos, vamos nos lembrar mesmo do que foi marcante: de como celebramos o primeiro ano de namoro, de como comemoramos aquele aniversário balzaquiano fatídico com um sorriso estampado no rosto (e nenhuma ruga de preocupação), de como quebramos tudo quando finalmente conseguimos aquele emprego dos sonhos.

Viva o hoje e curta cada momento por ele ser único! E terá, acredito piamente, não só um Feliz Ano Novo, mas uma vida absolutamente nova!

By Mari Abreu