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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Aqui também bate um coração

Eu sei.

Tenho um blog que se chama Perdeu, Playboy.

Um blog que adora malhar os homens (principalmente os sacanas, mentirosos, picaretas, babacas).

Sei também que minhas histórias são ácidas e que meu tom é de desdém.

E você aí, que me lê, imagina que por trás desse site está uma mulher forte, durona - e, quem sabe, chata, amarga, mal resolvida.

Acho que essa é a imagem que passo - e não só pra quem lê o blog.

Eu sempre fiz questão de me sacanear, antes que me sacaneassem.

Sempre passei essa imagem de alguém que não leva desaforo pra casa, de alguém inabalável.

Uma forma de me blindar das críticas, dos ataques, dos golpes baixos.

Uma forma de me preparar, na esperança de o tombo ser menor.

No fundo, nada disso resolve. Não muda a realidade.

Não muda o fato de que tenho um coração mole. Muito mole.

Choro com novelas, comerciais, gibis.

Me emociono com as cenas mais banais, mais comuns, mais batidas - um beijo, um abraço, um olhar.

Sou uma criança: sonhadora, ingênua, sempre disposta a acreditar nas pessoas.

E, se isso tem um lado muito legal (de enxergar brilho nas coisas), tem também um lado muito difícil.

Quando um cara some, finjo que não estou nem aí. Dou uma desculpa qualquer pra mim mesma. Parto pra outra. Mas o meu coração, tadinho, tá lá, caído no ringue.

Mesmo quando o cara não some. Quando apenas nos damos conta de que dali não vai sair nada, me derreto.

Mais uma frustração. Mais uma cicatriz. Ou apenas o medo de ficar sozinha. De não ser amada.

Às vezes, acho que, por causa da idade, estou safa.

Já vi de tudo um pouco. Nada mais (nem ninguém) pode me surpreender.

E aí acontece alguma coisa que me faz ver: continuo absolutamente suscetível.

Culpa desse coração mole, ingênuo, sensível, esperançoso...

Se me fosse dado o direito de riscar apenas UMA experiência do meu caderninho, aquela coisa pela qual nunca mais gostaria de passar, seriam as falsas promessas.

Pra que, meu Deus, encher alguém de esperança e depois sumir ou esquecer o que se disse?

Sabe. Você tá lá na sua. Já sabe que a coisa não vai engatar. Que é um rolo.

E vai tocando do jeito que dá.

O que a pessoa lhe oferece é pouco, mas você se agarra àquilo com todas as forças.

Tudo em troca de alguns bons momentos.

De alguma forma, você se adapta. E se blinda.

Consegue tirar dali um tantinho de felicidade.

Enquanto sonha com algo maior, algo verdadeiro.

E aí, de repente, a pessoa "se declara".

Quero você. Quero muito. Chega desse lenga-lenga. Vou levar você a sério.

E você, que sempre se protegeu direitinho, vai cedendo, vai baixando a guarda.

Permite-se acreditar e, ai meu Deus, quem sabe ser feliz!

Viver. Tentar. Se jogar.

Mas a alegria dura pouco.

No dia seguinte, ele não se lembra do que disse.

E ri, nervoso, preocupado com o que andou prometendo.

Sabe?

Se liga.

Já chega de machucar este alguém aqui.

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