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quarta-feira, 23 de março de 2011

Já não se fazem homens como antigamente

Tem um hit que não sai das paradas. É uma baladinha, em inglês, que conta a história de um cara absurdamente apaixonado por uma mulher. A música é basicamente uma lista sem fim de elogios à musa: olhos, lábios, cabelos. Tudo nela é perfeito. Para ele, ela é amazing.

Ouvindo essa música me bateu uma nostalgia daquelas. Fiquei pensando onde foi parar o galanteio, que existia na minha época de adolescente e universitária, o cavalheirismo, a gentileza, o trato fino. Em suma, o que aconteceu com os homens, com suas almas e quem são esses falsários que desfilam por aí, escorraçando minhas boas memórias?

Lembro-me do meu início de badalação e saídas. O propósito era dançar, divertir-se, e não desfilar roupas ou pegar homens. O mais curioso é relembrar como se dava a paquera. O homem a observava, aproximava-se, conversava longamente, como se você fosse a única coisa que importasse naquele momento. Eles não ousavam chamar você de gostosa, agarrar sua cintura ou roubar um beijo.

Hoje, vejo relacionamentos mornos, namoros superficiais, pessoas trocando de parceiro como quem troca de roupa. Parece que dá preguiça namorar, ficar junto, ser compreensivo, buscar o consenso. As pessoas não querem mais ter trabalho, batalhar para a coisa dar certo. É tudo muito prático e descartável. Também vejo muitos casais apáticos, que caíram totalmente na rotina, e que só continuam juntos por pura inércia. Para mim, o mal só pode estar na raiz, na forma como tudo começa, naquele primeiro approach.

Que futuro pode ter o relacionamento se o ser chega em você com três minutos de balada, puxando você pela cintura e apressado por um beijo? Um futuro nada promissor, com certeza. As pessoas não tiram tempo para se conhecer, para se apaixonar, para criar laços. Parece que está todo mundo na pista, mas todo mundo fechado, cercado por um muro, curtindo o momento, mas preservando-se de possíveis traumas e desilusões. Arriscar é papo do diabo.

Será que os homens perderam o tesão de conhecer as mulheres? O importante é a quantidade, passar o rodo? É beijar por beijar, mesmo que depois nem se lembre do nome? Se for esse o objetivo, os homens estão no caminho certo.

Na porta da boate, dia desses, ouvi detalhes da estratégia de um grupo de amigos. “Nos primeiros quinze minutos, vamos nas gatas. Se não rolar, partimos para as médias. E vamos bebendo, pois, se for preciso, agarramos as feias mesmo”. Sério? Qual a graça? E, afinal, se as coisas começam assim, o que vem depois? O inferno? Lúcifer?

Sinto muito, meninos, mas não dá para culpar as mulheres por esse comportamento de vocês. Não interessa se estamos mais fáceis, saidinhas ou até mesmo tomando a iniciativa. Nada disso justifica chutar o balde.

Só sei de uma coisa: é duro crescer sonhando com príncipes e terminar com uma marmota caolha. Talvez o melhor mesmo seja desligar o rádio.

By Mari Abreu

5 comentários:

Carlo Barcelos disse...

Tenho visto aqui, essa desilusão manifesta com o comportamento masculino. Sempre querendo que o entorno mude sem que vocês precisem mudar.

Ora, "em Roma se encontram a maioria dos romanos". É lógico, mas parece que não.

Em Pubs, boates, ou festas, é lugar de pagação. Aquele que está ali é por que quer fazer pegação. Então,se você quer outra coisa, procure em outro lugar...
Às vezes penso que vocês só vão ali para pegar material para as crônicas... E, óbvio, adoram a pegação descomprometida. rsrsrs
Com a inteligência que demonstram já se deram conta daquilo que (sempre) encontram.

Bem, as pessoas acreditam no que querem acreditar. Eu creio que sempre que misturarmos a mesma porção dos mesmos ingredientes teremos a mesma mistura de resultado.

bjos Carlo

Filipy parente disse...

SEMPRE TE OLHEI DE UM JEITO DIFERENTE!!! VOCÊ NUNCA PERCEBEU1! GOSTO DESSE CLIMA DE PAQUERA, GALANTEIOS.......

Zethi disse...

Meu amor, você já encontrou o seu príncipe! hahaha! Beijos!

Cris Stuckert disse...

Mari, adorei seu texto...inteligente, objetivo...todos os homens deveriam ler. Ainda bem que a gente já encontrou os nossos príncipes, né??! Bjs Cris

Anônimo disse...

Olha, Mariana, se vc já encontrou seu príncipe, falta só a segunda etapa: pressão!

Foi assim que eu casei.

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