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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Procura-se um amigo

A vida é feita de muitas fases.

E, no início da vida, parece que passamos por boa parte delas juntos.

Lembra das festinhas de quinze anos?

Então.

Como a gente costuma se relacionar com pessoas da mesma idade, de repente todo fim de semana tinha alguém comemorando a data.

E aí você passou um ou dois anos só indo a baladinhas assim.

Foi o mesmo com as formaturas no colégio.

A aprovação no vestibular.

Os dezoito anos, a carteira de motorista e o primeiro passo rumo à independência...

Só que, com o tempo, essas etapas da vida foram deixando de ser vividas coletivamente.

Isso ficou claro quando começaram a pipocar os primeiros casamentos.

Verdade que há uma época mais "florida", quando parece que todo mundo anda juntando os trapos.

Ainda assim, tem gente que casa com 23 anos; outros, com 40.

Com os filhos, o processo é ainda mais disperso.

E aí, de repente, você se dá conta de que aquele amigo com quem cresceu junto, comemorou aniversários, compartilhou os melhores e piores momentos, seguiu outro caminho.

O que não quer dizer que vocês deixaram de se falar.

Podem até ser mais próximos ou íntimos que antes.

Mas, como as experiências vão ficando cada dia mais individuais, em algum ponto vocês se distanciaram (nem que seja no tanto de tempo que têm pra vocês).

Eu me sinto assim.

Tenho amigos maravilhosos, mas quase nenhum vive o mesmo momento que eu.

Sou uma das poucas (nos vários grupos do qual faço parte) que ainda não casou e teve filhos.

Então, tenho muito tempo livre, para fazer o que quiser.

O que é mesmo ótimo, por um tempo.

Depois, vira um problemão - algo com o que você TEM que aprender a lidar (haja terapia).

Como sou um ser muito social, na falta de um companheiro e de um filho (ou sete), exijo mais dos amigos.

Ou exigiria.

Só que todo mundo está aí, vivendo sua vida.

E então você aprende a se virar (a não ser quando o assunto é sair para comer. Aí, não falta parceria).

Hoje, vou ao cinema sozinha sem pestanejar.

Encaro de boa um passeio de bicicleta na companhia do meu mp3.

Faço aula de dança com um monte de estranhos.

Aproveito a piscina do meu prédio (ou da casa dos meus pais) mesmo quando ninguém se junta a mim.

E até já viajei alone (mas foi difícil, confesso).

Mas e quando bate vontade de dançar? Fazer SUP? Sair pra paquerar? Tomar café da manhã naquele lugar recém-inaugurado?

Espero a vontade passar (ou o sono chegar. O que vier primeiro), com grande pesar no coração.

Aprendi a conviver com o fato de que Deus ainda não acha que está na hora de eu conhecer meu amor, mas não ter outro tipo de companhia para aproveitar certas coisas da vida que me fazem MUITO feliz parece cruel demais.

Já tentei novos amigos, novos grupos. Não funcionou.

Amizade ou empatia é uma coisa que acontece - não se força.

Resultado?

Tenho todo o tempo do mundo para fazer um monte de coisas incríveis, mas não tenho com quem viver várias dessas experiências maravilhosas.

Isn't it ironic?

Nada contra você, Alanis, mas não quero mais que sua música seja a trilha sonora dos meus dias.

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