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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não nascemos para ser a outra

Sei que muita coisa mudou e que o mundo e as pessoas já não são mais os mesmos. Não é nostalgia. É pura e simples constatação. Mas, ainda assim, afirmo: nós, mulheres, não nascemos para ser amantes – por mais “evoluído” que o mundo esteja.

Sonhamos desde cedo com o príncipe encantado; gastamos horas, dias, meses fantasiando sobre o dia do nosso casamento; sentimos borboletas no estômago só de pensar nos filhos que virão; idealizamos nossa futura casa... E nada disso existe quando nos tornamos amantes.

Parece coisa de louco, mas quanto mais evoluímos e nos tornamos independentes mais nos submetemos a coisas impensáveis. Lutamos para ser respeitadas pelas pessoas e ter o direito de escolha – seja do que for. Batalhamos para dividir com os homens as tarefas da casa. Para quê? Para ter o direito a optar conscientemente a ser amante de um cara e nunca ver nossos mais doces sonhos realizados?

É, porque o cara não vai largar a esposa, não vai abandonar os filhos, não vai trocar a segurança do lar que ele construiu por sexo picante e de qualidade. Por mais bonita, inteligente e divertida que você seja, ele vai continuar como está: com aquele anelzão no dedo, um lembretão de que ele está comprometido com alguém que não é você.

E ainda assim você insiste. Por quê? Sim, você está apaixonada. Pode ser até que esteja amando. Mas, muitas vezes, é preciso ser racional e fazer a coisa certa, por mais que o coração sangre de dor. Você, que batalha tanto para ser respeitada, é a primeira a se desrespeitar, ao ficar com um cara que é de outra mulher, ao topar se encontrar às escondidas, ao aceitar as migalhas que ele tem a oferecer.

Porque, sejamos honestas, um cara casado não pode oferecer nem metade do que queremos, nem metade daquilo com que sonhamos. E quanto mais o tempo passa, mais você se distancia de conseguir aquilo que quer, pois investe todas as fichas em uma situação sem futuro.

Se a ficha ainda não caiu, aproveite o início do novo ano para repensar sua vida. Lembre-se do quanto quer amar e ser amada, do quanto quer ter alguém com quem compartilhar o domingo, do quanto sonha com aqueles filhos fofos e com uma família linda. E se não sonha com nada disso, lembre-se apenas do quanto você vale e de como merece ser respeitada e tratada.

Antes só do que mal acompanhada. Nunca um ditado antigo valeu tanto.

5 comentários:

Carol disse...

Mari, disse tudo. Mesmo que uma mulher não tenha sonhos de casamento e filhos, NADA justifica ser amante de alguém. Não é apenas pelo moralismo, mas é pelo amor próprio e pela certeza de que se merece muito mais do que horas contadas no relógio e encontro às escondidas. Aff! 2012 libertador para quem precisa!

Fernanda disse...

Ótima visão, Mari!
Ser amante é não ter seu próprio espaço e viver uma vida alheia.
Cada um tem que buscar o que é seu para sua própria realização!

Ter dedicação exclusiva não tem preço!

Anônimo disse...

A sua racionalidade aparece de forma transparente neste texto, que é EXCELENTE. E por incrível que pareça, vc mescla racional com toda carga emocional que envolve um tipo de relacionamento que além de tudo não pode ser o ideal para nenhuma das partes, convenhamos. Entretanto, existem tantas carências, tanta solidão, tantos vazios a serem preenchidos que, muitas vezes, uma pequena migalha, pode aparentar ou representar o milagre da "multiplicação do pão". Por essas e por outras não condeno quem vive, ainda que pague um preço muito alto, na esperança e na doce ilusão de viver um grande AMOR. Lamento sim, pelos os que não poupam o próprio peito e se ralam na aspereza da perversa e dolorida desilusão.

Solange Calmon

Marcela disse...

Mari, super bem colocado! Amor próprio acima de tudo!...

Anônimo disse...

Nós precisamos sonhar! Relacionamento com um homem casado, o sonho vira pesadelo!!!!

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