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terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Primeiro Contracheque

Gente, para tudo! Que mixaria é aquele primeiro contracheque que a gente recebe?? Quer dizer, tudo bem que você não é formado, que está aprendendo e que tem pouca bagagem, mas R$ 300 não dão nem para começo de conversa!!! Principalmente na fase universitária, quando sua vida se resume a beber cerveja todos os dias nos bares mais sujos da cidade só para fazer a social e não destoar dos coleguinhas.

O mais louco é que a gente comemora o recebimento daquela coisa! Celebramos o primeiro salário, aquela primeira grana. Afinal, querendo ou não, foi uma grana batalhada, suada, bem diferente da verdinha que saía arduamente do bolso do seu pai. Aliás, quer coisa mais horrenda do que ter que pedir 20 mangos para ir ao cinema e ainda explicar seus gastos, trazer nota fiscal e dar troco? Acho que é por isso que não nos importamos tanto com a quantia!

Agora, o que jamais vou entender é como aquele dinheiro rende o mês inteiro!!! Sério! A cada dia que passa, eu gasto mais e fico mais incrédula diante de histórias de pessoas que vivem bem, felizes e inteiras (na medida do possível) com 300 reais por mês, estagiários ou não. Que que é isso?!

Tudo bem que tenho um apartamento para quitar, carro, gasolina, celular e essas coisas. Fora as roupas caras, a maquiagem de luxo e as viagens de fim de semana, com direito a jantares babilônicos e shows internacionais. Ainda assim, tirando todos esses penduricalhos, como viver com R$ 300 por mês???

Pois é, pior que tem muito brasileiro por aí vivendo com isso. Muita gente batalhadora, honesta, madrugadora (e atolada de filhos) vive com essa quantia. Ou sobrevive, porque viver mesmo não dá direito. Mas o mais surpreendente é que essas pessoas são, via de regra, felizes, sorridentes e pouco chegadas a reclamações. São pessoas que enfrentam a vida e colhem o que há de positivo – e o que não tem solução, solucionado está.

Talvez devêssemos aprender mais com elas – ou até com nós mesmos. Basta olhar para o passado. Talvez devêssemos nos lembrar de como éramos felizes e resolvidos com R$ 300. Como fazíamos quase tudo o que queríamos e não faltava nada, nunca. Como uma balada podia ser maravilhosa, mesmo sem qualquer tostão para gastar!

Tudo bem que a gente envelhece e o mundo deixa de ser tão cor-de-rosa. Não tem mais aquela liberdade da juventude. A vida agora é um mar de obrigações, amarras, tarefas, contas, problemas... Mas não nos deixemos enganar. Há várias formas de ver uma mesma cena. Quem sabe não conseguimos treinar um novo olhar e voltar a ser feliz como antes, com o pouco de antes?

Até porque não importa quanto você ganha; há sempre formas de torrar toda a grana. Melhor mesmo aprender a viver com menos.

1 comentários:

Zethi disse...

20 mangos! hahaha! Adoro a versão "mina" da minha linda! Beijos! Adorei o texto!

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