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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O primeiro término

Você nunca tinha se apaixonado por alguém antes, então não fazia ideia de como seria ficar sem a tal pessoa amada. Só que, um dia, você começa a namorar – e seu coração se perde pelo dele no prazo exato de um mês. Você, que sempre esteve solteira, agora não pode imaginar voltar à vida de antes. Não me entendam mal. Ninguém morre por ficar sozinha, ninguém é infeliz porque está solteira, mas é muito bom ter alguém (muito mesmo).

Então, você namora e descobre os encantos de estar apaixonada. Vive nas nuvens, sorrindo e, por um minuto, acha que encontrou o homem da sua vida. Mas os dias passam, as brigas aparecem, a chapa esquenta e vocês terminam. E o fim do primeiro namoro traz sensações as mais loucas e contrárias.

Por um lado, você sofre loucamente, afinal nunca terminou um namoro, nunca se apaixonou por alguém (e depois precisou aprender a ficar sem ela), jamais havia criado laços tão profundos de parceria e intimidade para depois voltarem a ser completos estranhos. E isso, além de ferir o coração virgem da gente, traz consigo um fato doloroso: os homens não são príncipes (muito menos andam em cavalos brancos), os relacionamentos dão trabalho (e estão longe de ser um poço permanente de alegria) e, bem, a decepção sempre fará parte da nossa vida, ainda que em doses controladas (outros não têm tanta sorte).

Só que, apesar dessa dor absolutamente nova e dilacerante, existe um lado positivo em tudo isso. Você conheceu profundamente uma pessoa maravilhosa, que talvez jamais cruzasse seu caminho, e essa pessoa lhe ensinou muito, lhe permitiu viver coisas maravilhosas, momentos inesquecíveis... E então você cresceu, amadureceu e seguiu em frente, em busca de novas experiências, novos amores, sorrisos, afagos. E não há nada melhor do que essa bagagem que a gente vai fazendo ao longo da vida.

Mas o melhor de tudo ainda (vocês sinceramente acharam que eu terminar o texto sem qualquer ironia?) é que, quando o primeiro namoro termina, você é ainda muito JOVEM, magra e esbelta para se preocupar com o término. Esse foi só o primeiro de muitos. Por isso, fica difícil entender por que as mulheres vão ficando tão neuróticas com esse papo de casamento, filhos ou (argh) ficar para a titia. E pode ter certeza de que, enquanto pensar assim, choverão pretendentes!

Agora, deixa só você virar balzaca e começar a ficar obcecada com desencalhar! Aí, querida, a história é outra. O fim do namoro vira dramalhão de primeira e você acha que Deus tem birra contigo. Por isso, experimente muito enquanto pode, enquanto é jovem, até mesmo para saber que tipo de homem a faz feliz, porque depois, quando já não é mais você quem dita todas as regras do jogo, o negócio é ir com a maré e se abrir para o que vier pela frente!

1 comentários:

Anônimo disse...

Boa Mari! Lírico e preciso, rara combinacão...
Me lembrei de quando era rapaz e das tantíssimas esnobadas que levei. Muitas vezes indelicadas, ásperas, vitriólicas (adoro este adjetivo...).
Com o passar do tempo me habituei a dizer, em pensamento: "tudo bem, me esnobe agora, enquanto podes. Eu, envelhecerei e ficarei grisalho e charmoso e tu, envelhecerás e ficarás... Velha!
Vez por outra me deparo com uma dessas figuras do passado. Um shopping, um restaurante, na calçada. Reparo nos rostos marcados, excesso de maquiagem, a máscara do rigor pos-botox. Barriga, bunda caída, pescoco pelancudo, braço mole. Aí olho para uma vitrine, um espelho, uma lâmina de faca. De volta me sorri, com dentes impecáveis, um homem grisalho, rosto másculo, vincado por grandes dores e grandes alegrias. Óculos finos, de lentes especiais, emolduram olhos de um negro profundo nos quais brilha intensa a chama da paixão pela vida. Ponho a mão no bolso, pego as chaves do carro esporte, e penso: eu não disse?!

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