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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E quando é você quem enfia o pé na jaca?

É muito legal conhecer aquelas pessoas moralistas, cheias de regras, que dizem que não fazem isso ou aquilo, vivem irritadas com os erros da humanidade e passam seus dias condenando as escolhas dos demais seres, tão pecadores, sujos, baixos... Eu nem as condeno, pois, muitas vezes, dou uma de moralista e saiu cuspindo regras por aí...

Mas, voltando... Digo que é muito legal porque elas parecem ter tanta clareza do que querem, de quem são, de como será o futuro, de quais problemas vão enfrentar e que ferramentas usarão para resolver tudo, mas todos sabemos que a vida é imprevisível. Quando você acha que desvendou a bichinha, ela vem e dá uma rasteira em você. E isso acontece com frequência, cotidianamente. Então, é meio hilário ver como essas pessoas asseguram ter as respostas para tudo – e, pior ainda, alardeiam isso para o mundo inteiro, orgulhosas.

Mas mais legal ainda do que conhecê-las é vê-las quebrar suas próprias regras, porque, eventualmente, acabamos cuspindo no prato que comemos. Cedo ou tarde. Fato. Mais magnífico ainda é presenciar a quebra da regra. Aí é o suprassumo.

Por exemplo, você, que nunca imaginou fazer mal a uma mosca, um dia vai e faz uma cagada daquelas. Mete os cornos no seu amado, no homem da sua vida, no cara com quem sonhava ter dois bambinos europeus – e isso após anos condenando qualquer forma de traição!

Quem diria que aquela festa iria render algum babado? Só casais, todos mais velhos, levemente sonolentos, uns até babando, em uma cena típica de chá da tarde britânico... Até que chega o melhor amigo do seu namorado, único solteiro do pedaço (e seu namorado viajando a trabalho). Ele traz vódega com energético, porque é cool ter amnésia no dia seguinte – e também porque ele sabia que só ia ter bebida de trouxa na festa.

Você dá uma de moderna e sai virando a mistura, só porque, quando tinha 20 anos, podia tomar todas e ainda terminar a balada em pé. É claro que aproveita para conversar com o amigão do namorado. É sempre bom fofocar com alguém mais jovem, afinal ninguém merece se impregnar de rugas tão cedo na vida.

Só que, óbvio, meia hora depois você está completamente bêbada. E aí, phodeu! Você começa a olhar fundo nos olhos do amigo, acha que ele está paquerando você, sobe aquele calorzão... Falar alto, gesticular como uma doida e rir escandalosamente são os próximos passos. Quando você nem sabe mais seu nome, abre o primeiro botão da blusa, enrola o cabelo e começa a fazer o olhar 43.

É claro que o amigo saca tudo, mas ele ainda pensa um pouco antes de partir para o ataque. Bom, que se dane. Vocês vão embora e ninguém pensa um minuto no coitado do namorado. No dia seguinte, tudo fica mais claro. E aí, querida, choro é pouco. Você se descabela, pensa em fugir do País, começar a ter ideias próprias de um psicopata... E, claro, implora para o amigo não contar! Mas, lá dentro, sabe que amor acabou ali. De volta à solteirice, biiiiitchhhhhhhh!

Depois da fase desespero total, você começa a se acalmar. É quando pensa em ligar para o amado e contar tudo antes que qualquer um (como fez a Carrie Bradshaw no filme, mas filme é outra coisa... Sabe como é, né?), na esperança de que ele se surpreenda com o gesto e a perdoe.

Mas não rola nada disso. Ele fica sabendo, pelo amigo, que depois de alguns meses voltará a ser tão brother como antes. E você, querida, vai ser para todo o sempre a vagabunda da história, a galinha, a safada e a mau caráter que destruiu o coração de um homem puro. Mulheres vão se revoltar ao ouvir seu nome e amaldiçoar sua existência ao saber que você estragou um cara que tinha futuro e que hoje não passa de um canalha de merdha.

Logo você que tinha repulsa da palavra traição...

É... um chifre, é o chifre, é o chifre, é o chifre.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que tenso esse texto, Mari! Mas repleto de lógica e fundamento. De fato, é mais provável o brother continuar brother do que a menina permanecer amada... Meio machista, sim. Só que muito próximo do que vemos por aí... Beijo! Emerson

Videcorando disse...

Oi
Sou a Vi, amiga da Cinde, aquela com a fita no cabelo, o blog é muito bacana!
Os textos têm um toqu de humor, que deixa a leitura agradável.
bjao
vi

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