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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Primeiro Casamento

Difícil escrever sobre o primeiro casamento. Difícil porque ele representa um milhão de coisas diferentes, da memória mais feliz à memória mais deprê, tudo dependendo da idade em que a mulher se encontra. Claro. Quer dizer, pelo menos no meu caso.

Desde pequena somos treinadas para brincar de casinha, cozinhar, arrumar o lar para o marido perfeito e se manter deslumbrante 24/7. Veja a Barbie! Que influência mais surreal. A mulher é linda, magra, vive maquiada, só tem roupas fashion, unhas feitas... E a bicha ainda é rica e manda bem em todas as áreas da vida. Pho-da!

Graças a isso, passamos anos e anos sonhando com o Ken, príncipe encantado, e com o tal do casamento, que deve ser uma coisa mesmo maravilhosa. Afinal, se a Barbie que é a Barbie casa, por que não iríamos querer destino semelhante? E aí vem aquela coisa idealizada: sonhamos com o casamento perfeitooooooooo dia e noite e nossas mães, teoricamente experientes, nos dão corda!! Deveriam ir para a cadeia por conta disso!

Até que você larga as bonecas e começa a frequentar a escola cheia de meninos. Vocês se dão bem, brincam, jogam bola, rolam na terra. Mas quando alguma amiga insinua que está na hora de dar o primeiro beijo, sua vontade é vomitar. Simplesmente colocar o enroladinho de salsicha para fora. E aí você se dá conta de que, para ter o tal casamento perfeito, você VAI ter que beijar. E é aí quando você promete para si mesma que jamais vai encostar os beiços em alguém, quanto mais trocar alianças.

Mais tarde, quando consegue se livrar do pânico do primeiro beijo e anda toda saidinha, o sonho do casamento volta à tona. Nessa fase, você está na faculdade, curtindo a vida adoidado, namorando bastante, saindo, conhecendo meninos diferentes e, de vez em quando, permite-se pensar no tema e fazer planos nada detalhados sobre o casório. Basicamente, com que idade casaria e quantos filhos teria. Só.

Aí, lá para os 24, 25 anos, você começa a ficar em estado de alerta, pois faltam só dois anos para se casar, segundo seus planos originais, apesar de ainda não ter encontrado O cara. E como se leva um ano para organizar tudo, após o pedido, o tempo anda mesmo apertado, você conclui. Pior é que falta o futuro esposo, o cara que vai pedir sua mão em casamento e vai amá-la para sempre, mesmo gorda, enrugada e baforenta e, sem ele, fica meio complexo colocar o plano em prática. Você até pensa em reservar a igreja, mas como essa é aquela fase em que ainda dá tempo de procurar alguém bacana, você decide esperar um pouco. Quem sabe alguns meses? Afinal, você é jovem, recém-formada e o mundo começa a desabrochar diante de seus olhos.

De repente, quando você menos imagina, suas amigas estão todas se casando e sua vida se resume a arrumar vestidos para as diferentes cerimônias e agendar maquiagem e cabelo. Solteira, você imagina encontrar alguém interessante nas festas, regadas de champagne e de um sentimento profundo de fé nos relacionamentos. Quer dizer, por parte das mulheres, pois os homens continuam fazendo o que sabem melhor: encher a cara e passar o rodo (ou anotar telefones para passar o rodo depois, sem testemunhas – pior que você só saca isso depois, quando já é tarde demais).

Aos 30, não é só a década nova que a deixa arrasada. Cadê a porra do anel que você já deveria ter recebido do cara que, teoricamente, vai amá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença???? Coisas como príncipe encantado, casamento dos sonhos e um ano de planejamento para a festa de desencalhe parecem coisas estapafúrdias! Afinal, com essa idade, quem liga para isso? O lance é trocar de estado de civil. O resto que se dane. E ai de quem lembrar que as amigas estão planejando ou TENDO o segundo filho!!! Morraaaaaaaaaa!

A insanidade é tamanha que você esquece o romantismo e parte para os finalmente. Toda saída é detalhadamente planejada e você parte de casa armada com listinhas de MUST HAVE para ticar, conforme conversa com os caras. O único pró dessa idade é que a lista é ridiculamente minúscula. Afinal, balzaca encalhada e desesperada não tem muito o que escolher. Basta articular palavra (qualquer uma) e ter aquilo que balança em bom estado de funcionamento. CHECK!

E a crônica termina aqui. Por quê? Porque, querida, após os 35 anos ninguém mais fala em casamento. E não porque voltamos àquela fase de curtir e aproveitar a vida, enquanto o Mr. Big não aparece. É porque viramos amebas e amebas não casam. Ou casam? Socorrooooooooooooooooooo!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Primeiro Filho

Deve ser maravilhoso ter um filho e nada me convence do contrário. Acho que é por isso que tenho vontade de ter quatro. É, isso mesmo. Quatro filhos (nesta encarnação, que fique claro). Sempre nessa hora aparece uma fila interminável de pessoas descrentes, gargalhando da minha cara, com apenas uma coisa a dizer: “Tenha o primeiro e depois a gente conversa”.

Seja como for e sem entrar no mérito sobre o número de herdeiros, o mais importante é o prazer que uma criança traz. Claro, dá trabalho, você nunca mais tem uma noite inteira e sólida de sono, o casamento pode dar uma esfriada, você nunca mais vai ter toda aquela grana para comprar roupas chiques, as saídas viram artigo raro no mercado, as viagens precisam ser uberplanejadas...

É até bem legal que hoje as coisas estão mais claras, as dificuldades são alardeadas rotineiramente e temos muita informação para decidir se queremos mesmo ter filhos. Não como antigamente, quando o filho também fazia parte do pacote "Conto de Fadas", junto com o príncipe salvador montado no cavalo branco!!

Mas como negar que sua vida muda para sempre? Ter um filho faz de você uma pessoa mais nobre, uma pessoa melhor. Afinal, para começo de conversa, você produziu um ser perfeito, com nariz, dedinhos e coração! Não é simplesmente maravilhoso? Como imaginar que de uma transa tão comum, ordinária, sai algo tão divino??

Você ajuda a criar aquele ser, formar sua personalidade, transformá-lo em um cidadão do mundo (se for menino, ensine-lhe modos, pelo bem das mulheres!). Aquela pessoa pode se tornar um presidente da República!

Mas mais do que tudo tem o que aquela criancinha ingênua e despreparada faz por você. Já percebeu como as mães são mais bonitas do que as outras mulheres (principalmente quando estão redondas de grávida)? Como são mais serenas, compreensivas, sensíveis, solidárias? São mais justas, menos egoístas, carregam sempre um olhar doce e benevolente... São, sem sombra de dúvida, mais evoluídas.

Para mim, é o filho que dá sentido à vida. Claro, acho que nos damos conta disso quando ele vem na hora certa, pois quando ele chega cedo demais, fica difícil raciocinar, quanto mais vê-lo como algo tão incrivelmente perfeito! Porém, veja bem. Passamos pelas bebedeiras, pelas farras, pelas descobertas, pelo egoísmo, pela ignorância, pela liberdade sem limites e, de repente, vem a criança reorganizar tudo. Devolver o bom senso, o equilíbrio.

Filhos, ainda não os conheço, mas já os amo muito!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O primeiro término

Você nunca tinha se apaixonado por alguém antes, então não fazia ideia de como seria ficar sem a tal pessoa amada. Só que, um dia, você começa a namorar – e seu coração se perde pelo dele no prazo exato de um mês. Você, que sempre esteve solteira, agora não pode imaginar voltar à vida de antes. Não me entendam mal. Ninguém morre por ficar sozinha, ninguém é infeliz porque está solteira, mas é muito bom ter alguém (muito mesmo).

Então, você namora e descobre os encantos de estar apaixonada. Vive nas nuvens, sorrindo e, por um minuto, acha que encontrou o homem da sua vida. Mas os dias passam, as brigas aparecem, a chapa esquenta e vocês terminam. E o fim do primeiro namoro traz sensações as mais loucas e contrárias.

Por um lado, você sofre loucamente, afinal nunca terminou um namoro, nunca se apaixonou por alguém (e depois precisou aprender a ficar sem ela), jamais havia criado laços tão profundos de parceria e intimidade para depois voltarem a ser completos estranhos. E isso, além de ferir o coração virgem da gente, traz consigo um fato doloroso: os homens não são príncipes (muito menos andam em cavalos brancos), os relacionamentos dão trabalho (e estão longe de ser um poço permanente de alegria) e, bem, a decepção sempre fará parte da nossa vida, ainda que em doses controladas (outros não têm tanta sorte).

Só que, apesar dessa dor absolutamente nova e dilacerante, existe um lado positivo em tudo isso. Você conheceu profundamente uma pessoa maravilhosa, que talvez jamais cruzasse seu caminho, e essa pessoa lhe ensinou muito, lhe permitiu viver coisas maravilhosas, momentos inesquecíveis... E então você cresceu, amadureceu e seguiu em frente, em busca de novas experiências, novos amores, sorrisos, afagos. E não há nada melhor do que essa bagagem que a gente vai fazendo ao longo da vida.

Mas o melhor de tudo ainda (vocês sinceramente acharam que eu terminar o texto sem qualquer ironia?) é que, quando o primeiro namoro termina, você é ainda muito JOVEM, magra e esbelta para se preocupar com o término. Esse foi só o primeiro de muitos. Por isso, fica difícil entender por que as mulheres vão ficando tão neuróticas com esse papo de casamento, filhos ou (argh) ficar para a titia. E pode ter certeza de que, enquanto pensar assim, choverão pretendentes!

Agora, deixa só você virar balzaca e começar a ficar obcecada com desencalhar! Aí, querida, a história é outra. O fim do namoro vira dramalhão de primeira e você acha que Deus tem birra contigo. Por isso, experimente muito enquanto pode, enquanto é jovem, até mesmo para saber que tipo de homem a faz feliz, porque depois, quando já não é mais você quem dita todas as regras do jogo, o negócio é ir com a maré e se abrir para o que vier pela frente!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E quando é você quem enfia o pé na jaca?

É muito legal conhecer aquelas pessoas moralistas, cheias de regras, que dizem que não fazem isso ou aquilo, vivem irritadas com os erros da humanidade e passam seus dias condenando as escolhas dos demais seres, tão pecadores, sujos, baixos... Eu nem as condeno, pois, muitas vezes, dou uma de moralista e saiu cuspindo regras por aí...

Mas, voltando... Digo que é muito legal porque elas parecem ter tanta clareza do que querem, de quem são, de como será o futuro, de quais problemas vão enfrentar e que ferramentas usarão para resolver tudo, mas todos sabemos que a vida é imprevisível. Quando você acha que desvendou a bichinha, ela vem e dá uma rasteira em você. E isso acontece com frequência, cotidianamente. Então, é meio hilário ver como essas pessoas asseguram ter as respostas para tudo – e, pior ainda, alardeiam isso para o mundo inteiro, orgulhosas.

Mas mais legal ainda do que conhecê-las é vê-las quebrar suas próprias regras, porque, eventualmente, acabamos cuspindo no prato que comemos. Cedo ou tarde. Fato. Mais magnífico ainda é presenciar a quebra da regra. Aí é o suprassumo.

Por exemplo, você, que nunca imaginou fazer mal a uma mosca, um dia vai e faz uma cagada daquelas. Mete os cornos no seu amado, no homem da sua vida, no cara com quem sonhava ter dois bambinos europeus – e isso após anos condenando qualquer forma de traição!

Quem diria que aquela festa iria render algum babado? Só casais, todos mais velhos, levemente sonolentos, uns até babando, em uma cena típica de chá da tarde britânico... Até que chega o melhor amigo do seu namorado, único solteiro do pedaço (e seu namorado viajando a trabalho). Ele traz vódega com energético, porque é cool ter amnésia no dia seguinte – e também porque ele sabia que só ia ter bebida de trouxa na festa.

Você dá uma de moderna e sai virando a mistura, só porque, quando tinha 20 anos, podia tomar todas e ainda terminar a balada em pé. É claro que aproveita para conversar com o amigão do namorado. É sempre bom fofocar com alguém mais jovem, afinal ninguém merece se impregnar de rugas tão cedo na vida.

Só que, óbvio, meia hora depois você está completamente bêbada. E aí, phodeu! Você começa a olhar fundo nos olhos do amigo, acha que ele está paquerando você, sobe aquele calorzão... Falar alto, gesticular como uma doida e rir escandalosamente são os próximos passos. Quando você nem sabe mais seu nome, abre o primeiro botão da blusa, enrola o cabelo e começa a fazer o olhar 43.

É claro que o amigo saca tudo, mas ele ainda pensa um pouco antes de partir para o ataque. Bom, que se dane. Vocês vão embora e ninguém pensa um minuto no coitado do namorado. No dia seguinte, tudo fica mais claro. E aí, querida, choro é pouco. Você se descabela, pensa em fugir do País, começar a ter ideias próprias de um psicopata... E, claro, implora para o amigo não contar! Mas, lá dentro, sabe que amor acabou ali. De volta à solteirice, biiiiitchhhhhhhh!

Depois da fase desespero total, você começa a se acalmar. É quando pensa em ligar para o amado e contar tudo antes que qualquer um (como fez a Carrie Bradshaw no filme, mas filme é outra coisa... Sabe como é, né?), na esperança de que ele se surpreenda com o gesto e a perdoe.

Mas não rola nada disso. Ele fica sabendo, pelo amigo, que depois de alguns meses voltará a ser tão brother como antes. E você, querida, vai ser para todo o sempre a vagabunda da história, a galinha, a safada e a mau caráter que destruiu o coração de um homem puro. Mulheres vão se revoltar ao ouvir seu nome e amaldiçoar sua existência ao saber que você estragou um cara que tinha futuro e que hoje não passa de um canalha de merdha.

Logo você que tinha repulsa da palavra traição...

É... um chifre, é o chifre, é o chifre, é o chifre.