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terça-feira, 12 de julho de 2011

O primeiro namorado

Cheguei à conclusão de que não damos nenhuma importância ao primeiro namorado, pelo menos não naquele momento. É claro que é gostoso, que ficamos felizes e radiantes, que curtimos o lance todo, mas, sendo bem sincera, ficar juntos parece uma coisa natural, espontânea, até mesmo óbvia. Você é uma garota maneira, inteligente, bonita; ele é um gato, simpático, esperto. Como poderia ser diferente? Os dois se gostam, estão solteiros... Por que não?

Ali, você jura que aquela é a coisa mais normal do universo. Mas não é. Só depois, já balzaca e encalhada, é que você se dá conta de como aquilo era a coisa mais fantástica do universo, uma bênção das grandes! Como era fácil namorar com 15, 18, 20 anos, e como se relacionar parece uma jornada quase impossível hoje em dia!

Antes, os caras decidiam, sem delongas, com quem queriam ficar; não tinham vergonha de namorar ou assumir compromisso; eram românticos e entravam de cabeça no relacionamento; não davam a mínima para as críticas masculinas sobre ficar amarrado a uma só mulher; não passavam meses decidindo entre duas ou mais mulheres; não tinham medo de dizer Eu te Amo.

Hoje, que porre! O cara precisa sair 97 vezes contigo antes de saber se quer ou não alguma coisa (e olha que essa alguma coisa nem sempre significa namoro); ele precisa beijá-la de todas as formas e prová-la, digamos assim, em centenas de posições, formas e quantidade de vezes, superando o livro-bíblia do Kama Sutra; ele precisa estar seguro de que namorá-la não vai minar a vida social dele ou arranhar a reputação que ele construiu de pegador de gatas-gostosas-incríveis-cheirosas-maneiras-inteligentes-sofisticadas-boas de cama; tem que garantir que os amigos gostem de você e, para isso, deixa-a no banho-maria até ter absoluta certeza de que assim será, mesmo que isso leve um ano inteiro! E isso só para começo de conversa. Nem vou entrar aqui na enrolação para assumi-la como namorada, a coisa ficar séria, rolar o pedido de casamento...

Enfim, preguiça total. Porque namorar, hoje, virou uma fábrica, uma indústria, o resultado mais confiável de uma idiota pesquisa. São testes e testes para garantir que você é boa o suficiente, bonita o suficiente, interessante o suficiente, como se não fosse possível sentir/sacar/saber isso com o olhar e o coração...

Por isso, se você está em seu primeiro namoro, agarre-se a esse feeling maravilhoso de ser escolhida, amada e mimada por ser como é e não por oferecer mais do que a média das mulheres. E, se possível, tente reproduzir esse padrão no futuro. Porque não há nada mais trash do que perder o que há de melhor, mais doce e mais puro na alma humana e virar um robô frio que escolhe os relacionamentos com base em cálculos, números e experimentos...

3 comentários:

Roberto disse...

Nossa, Mari, que revolta. kkkkkkk

Anônimo disse...

Nunca passei por isso.

Eu que escolhia, eu que pensava se o cara valia a pena, se queria apresentá-lo para a família, etc.

Acho que fui assim pq sempre fui feliz sozinha e nunca me cobrei nada.

Hoje sou casada com aquele tipo de homem que nem sei se ainda existe: acredita no amor, se empenha e se entrega para mantê-lo vivo!

Liza

Antônio LaCarne disse...

nossa, como seu blog é bom, cada assunto massa! quero sempre dar uma passadinha aqui.

abraços!

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