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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quando as luzes se apagam...

Você passou toda uma vida planejando seu casamento. Mesmo. Desde os 15 anos, no minuto seguinte à primeira mancha vermelha em sua calcinha, prova cabal de que virou mocinha e de que está pronta para procriar, aposto que já sabia como seriam a cerimônia, as flores, as músicas, a festa, as fotos... Você já definiu como será o clima do casório, como as pessoas estarão felizes e algumas chorarão comovidas, como o noivo suspirará ultra-apaixonado ao vê-la, como algumas “amigas” vão estar babando de inveja (essas não podem faltar!). Nos seus sonhos, os sogrinhos amam você, seus pais estão radiantes, você é fértil, todos se dão bem e o mundo é blaster feliz!

O problema é que esses seus sonhos são pura cascata, porque nada é como a gente sonha. Nada mesmo. Nunca. Não que isso seja necessariamente ruim. Mas as coisas têm vida própria. Sei lá.

O que mais me preocupa a respeito desses sonhos são essas ilusões que criamos, incentivadas pelos filmes hollywoodianos, os livros de contos de fada, as Caprichos e Atrevidas, as novelas...

Se já idealizamos o namoro, o que dirá o casamento? Eu mesminha da Silva nunca achei que namorar fosse tão difícil e complicado. É claro que tem uma parte maravilhosa, deliciosa, ainda mais quando o casal combina, se dá bem de verdade. Só que nunca é igual ao sonho. Nunca. E você se dá conta disso rápido, quando se imagina degolando o namorado pelo o que ele fez com você.

Também, como igualar uma fantasia em que o homem é um príncipe, Deus grego, montado num cavalo branco, rico, sarado, apaixonado, dono de terras e animais, fiel (isso sim é sonhar altooooooo), compreensivo, carinhoso, inteligente, divertido e bondoso?

Gentem, isso não existe! Seria necessário juntar uns 800 mil homens para conseguir extrair um príncipe desses tão perfeitinho.

E, afinal, quem quer alguém tão perfeito assim? Seria absolutamente insuportável e seguramente você o largaria no primeiro minuto juntos, porque só em estar perto dele você se lembraria de como tem defeitos, do quanto é chata, controladora, nervosinha e preconceituosa! E, convenhamos, que porre aquelas pessoas que são sempre certinhas! Blergh!

Só que você não tem ideia disso quando começa a planejar o casamento. E quando começa a ter pistas claras de que o buraco é mais baixo, finge que, com o cara certo, será diferente, que o casamento conserta tudo e que, sim, será feliz como a princesa do conto de fadas!

Beleza. A cerimônia é emocionante, a festa é um arraso. Mas e agora? Agora que são só os dois naquele quarto escuro? Agora que precisam dividir o banheiro e conhecer os fedores do outro? Agora que precisam bancar uma casa e cortar os luxos? Agora que precisam estabelecer quem tira o lixo, lava a louça e leva o cachorro para passear? Agora que precisam dar duro no trabalho e continuar atraentes e fogosos todos os dias dessa longa vida?

É, querida. O depois é que pega. E, com tantos lindos sonhos, o risco é você se casar com o cara errado, empolgada pelo frisson do pedido e da certeza próxima do desencalho (é, eu sei. Todas queremos desencalhar. Por isso é tão difícil dizer não a uma aliança dourada)!

Antes de fazer besteira, olhe para o lado e veja quem é esse cara que hoje a leva para jantar nos lugares mais gostosos, que enche você de presente, que faz suas vontades. Veja se o amor que existe entre vocês é de coração, se o companheirismo não tem a ver só com o frescor do início de um relacionamento. Veja se pensam igual quanto à criação dos filhos, se os planos para o futuro são similares, se as afinidades são verdadeiras, se compartilham os mesmos valores.

Porque quando as luzes se apagam, só sobra você e o melequento, que agora estão um apartamento mais pobres do que antes da festa e já não podem contar com os milhares de preparativos para colocar panos quentes nas dificuldades.

5 comentários:

Lili : ) disse...

Tem alguém por aqui desiludida com o amor...

Olha, encontrei o meu princípe: não é perfeito não (mas é quase), mas me ama e me atura, e olha que eu sou chatinhaaaaa....hahaha

Deus te abençoe!

Anônimo disse...

Primeiro texto coerente que li no blog. Parabéns pela clareza!

Cristina Stuckert disse...

Nenhuma relação é perfeita. Todo casamento tem seus altos e baixos, as fases boas e as ruins...o importante é que exista amor, admiração e companheirismo. Quando as luzes se apagam, começa uma nova vida...uma vida cheia de descobertas, que tem rotina, dias ruins, dias bons...mas é uma vida MARAVILHOSA! Eu amo a vida de casada. Não é hipocrisia...adoro mesmo...acordar todos os dias, dormir, almoçar, planejar o futuro do filho, as próximas férias...tudo isso é tão bom...vc vai ver Mari...seu dia está chegando...Bjsssssssss

Ju =) disse...

Acredito muito no amor. É ele q faz com q a gente aguente todos os pontos negativos do casamento: a rotina, as manias, diferente ideais... nessas horas, o amor q funciona como um queta leão. Como sabemos, nem o perfeito é bom o suficiente. A insatisfação faz parte da nossa natureza, mas ter o amor ao lado é o melhor no fim das contas.

drounde disse...

por estas e outras que eu prefiro ser o 'lobo mau' - he he he
muitas beijocas na meninas!

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