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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Surpresa é pouco

Tom estava apaixonado por Helen, mas de um jeito tão avassalador que sua vida girava em torno dela. No trabalho, na rua, em casa, nas férias. Não importa onde estava, Tom sempre pensava em Helen. Como romântico inveterado, ele também fazia mil coisas para agradá-la – o possível e o inimaginável. Todo dia, ela recebia um bilhetinho, um bombom, um agrado. Em um dos aniversários de Helen, ela recebeu mais presentes de Tom do que do restante de seus amigos e familiares junto. Um amor nunca antes visto na história desse País.

Só que Helen nunca sentiu o mesmo por ele. Ela gostava de tê-lo como amigo, mas só como amigo. E, durante as várias investidas de Tom, tratou de conversar com ele sobre o assunto e explicar-lhe que não poderiam ficar juntos. De nada adiantava. Tom continuava investindo, ultraapaixonado.

Até que um belo dia, depois de mais de um ano de tentativas frustradas, Tom disse a Helen: “Preciso de um tempo. Não quero me afastar de você, mas não vejo outra maneira. Precisamos ficar sem nos falar, para que eu possa superar esse amor, porque me dói demais te ver e não te ter”. Helen ficou sentida por terem que cortar toda e qualquer comunicação, mas decidiu ser compreensiva com o amigo e atendeu a seu pedido.

Logo no dia seguinte, os dois se encontraram, e Helen, tentando se manter fiel à promessa da noite anterior, cumprimentou-o com um protocolar “oi”. Foi o suficiente para que uma silenciosa e definitiva crise estourasse. Tom ficou decepcionado, indignado, arrasado com a atitude de Helen. Aparentemente, ele esperava que eles não se falassem em outras situações (como ficar horas ao telefone, sair para lanchar...), mas quando se encontrassem assim, na rua, poderiam passar dos cumprimentos formais. Mas como Helen deveria supor tal coisa? Para ela, o pedido foi claro: cortar qualquer forma de comunicação. Mas a coisa desandou feio...

Tom não falou mais com Helen, em situação nenhuma. Nem mesmo os protocolares “oi” e “tchau”, socialmente convenientes. Nada. Helen, que até então não sabia da chateação de Tom, foi tocando sua vida, imaginando estar fazendo a coisa certa ao respeitar o espaço pedido pelo amigo. Só bem depois é que ficou sabendo, por uma amiga, por que ele estava tão distante. Helen, claro, ficou chocada. Afinal, ela se afastara a pedido dele. E jamais imaginou que havia tantos detalhes e tantas minúcias implícitos naquela simples frase “preciso de um tempo”.

O mais bizarro de tudo é que Tom não se afastou das pessoas mau caráter, dos traíras e pilantras do trabalho, que tanta dor de cabeça lhe provocavam. Mas se afastou de Helen, seu amor. Ele não deixou de falar, tratar bem e manter o jogo de cintura social (ainda que fingido) com pessoas que tinham armado as piores sacanagens pra cima dele e de outros colegas. Mas com Helen jogou duro e a colocou no freezer para sempre.

E isso, meus caros, me deixa absurdamente indignada. Quer dizer que é isso? Devemos tratar com doçura aqueles que nos tratam mal e dar um gelo eterno em quem nos provoca as melhores sensações do mundo? É disso que se trata essa vida?

Honestamente, vendo a história de Helen, me revoltei. Eu espero muito mais das pessoas! Claro que me esforço para ser compreensiva com quem me inveja, espero poder perdoar muitas coisas nas próximas décadas, mas meu amor irrestrito definitivamente vai para aqueles que me amam e me tratam bem. Por que agradar e ser afável com os mau caráter e deixar no limbo pessoas do bem, que me trazem recompensas emocionais que o dinheiro jamais será capaz de proporcionar? I-nex-pli-cá-vel.

É por isso que jamais vou entender a raça humana.

By Mari Abreu

4 comentários:

Filipy Parente disse...

Olha, Tom sofre com este amor não correspondido. Esse amor é muito pior do que qualquer convívio com pessoas de carater duvidoso(no trabalho somos obrigados a conviver com qualquer tipo de pessoa, é inevitável). Helen deveria sim dar uma chance para esse amor. Nada mais no mundo faz tanto mal a uma pessoa quanto um amor não correspondido. Com relação ao afastamento, Tom se cansou das horas dedicadas a uma pessoa que só o quer como amiga e fraquejou quando reclamou do simples "oi" de Helen. Se ele a deseja não tem que desistir!!! E Helen é uma insensível!! E Está perdendo a oportunidade de conviver com uma pessoa que a ama e se dedica a ela!! As mulheres são tão inteligentes, mas as vezes esperam o príncipe encantado na porta da frente de casa enquanto ele está sentado no sofá!!! De bandeja!!!

Anônimo disse...

O Tom é um mané mesmo. Não por ter desistido da Helen, mas por ter paparicado essa guria. Bilhetinho, horas no telefone... que porra é essa? Isso é lá coisa de sujeito homem? Ele investiu, não rolou. Então, esquece. Deixa quieto. Concordo com o Filipy em pelo menos um ponto: melhor os traíras que você sabe que são traíras do que um estúpido amor não correspondido. A Helen que se dane!

Anônimo disse...

Filipy, voce por acaso e o Tom da estoria?

Mari Ceratti disse...

Meu palpite: Tom achou que quando pedisse o afastamento, Helen fosse sentir saudade e se jogasse aos pés dele... muitos caras fazem isso e (surreal!) dá certo.

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