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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Guia prático para levar um fora

Antes das críticas, elogios. Rendo aqui minha mais sincera homenagem aos homens e sua difícil tarefa de chegar em uma mulher. Não deve ser nada fácil! Tem que ter colhões mesmo pra olhar uma bela senhorita, se encantar com ela e iniciar uma conversa com o “simples” objetivo de traçá-la. A chance de ter sucesso é imensurável, ou seja, o cara NUNCA sabe se vai dar certo. Arriscadíssimo!

Essa incerteza quanto ao triunfo da paquera é a realidade da maioria dos representantes da raça masculina. Mas, como toda regra tem exceção, existe uma espécie que não vive na dúvida: é o tal do sem-noção que, SEMPRE, leva fora.

Não tem coisa pior do que uma cantada infeliz! Quando ouço uma idiotice ou atrocidade sem tamanho, a vontade é chorar de tristeza, socar o cara, xingar o pai e os amigos dele que não o ensinaram direito, virar a cara e fingir não existe um ser humano na minha frente, arrancar o dito cujo dele (já que ele não merece aquilo entre as pernas), entrar com um processo contra o animalzinho, enfim, fazer qualquer coisa, menos ouvir aquela imbecilidade.

Dia desses, fui fazer exame de sangue e o técnico do laboratório decidiu que aquele momento era perfeito pra me cantar. Olha que cenário romântico: agulhas, seringas, cheiro de hospital, eu em jejum de 12 horas querendo mastigar a parede, sangue saindo da minha veia, mais sangue, mais sangue, mais sangue...

- Você vem sempre aqui?
- O quê???
- Então, você costuma fazer exame aqui?
- Hein???
- Nunca te vi por aqui, acho que é a primeira vez que tiro seu sangue. Você devia me procurar sempre. Eu sou o melhor técnico aqui. Faço tudo com carinho...
- Já acabou??? (eu vou enfiar uma agulha na sua testa!)
- Viu como foi bom?
- Obrigada. Tchau! (alguém tira essas agulhas da minha frente!)
- Quando voltar, procura por mim. Vou ter o maaaaior prazer em te atender...

Que senso de oportunidade! Quanto romantismo! Eu realmente devo ser muito insensível pra não me apaixonar por essa flor de pessoa!

Outro ataque aconteceu na balada (como a gente sofre na balada!). Fazia 30 segundos que eu tinha entrado, quando o ser surgiu, do nada, na minha frente.

- Oi. Me dá um beijo!
- Hein???
- Me apaixonei! Me dá um beijo!
- A gente nem se conhece, maluco!
- Qual o seu nome?
- Ana.
- Prazer, Ana. Me dá um beijo!
- Não, maluco!
- Me dá um beijo! (e assim foi a noite INTEIRA)

Pessoa sem-noção, ao contrário dos ratos de laboratório, com quem a repetição é extremamente eficiente, com as mulheres não adianta falar 700 vezes “Me dá um beijo!”. Não vai funcionar!!!

Esse outro não pecou pelo que falou, mas sim pela quase mudez.

- Oi. Nossa! Você é linda! (começou bem! hehehe)
- Obrigada.
- Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Tudo ótimo. Então... Bom... Bem... Bom... Bem... Eu não sei nem o que falar pra você... (e se calou para todo o sempre...)

Querido mudinho, não precisa debater política, filosofar ou falar sobre a triste situação da Chechênia, mas um diálogo básico, pelo menos, você precisa conseguir desenvolver. É questão de sobrevivência! Sei que não é nada fácil chegar em alguém, mas se você não consegue nem trocar uma meia dúzia de palavras, faz um curso de oratória, terapia, vai à fonoaudióloga, anota um roteirinho, sei lá, meu amigo, se vira nos trinta!

E são muuuitas outras investidas inacreditáveis, incluindo aquelas clássicas “Eu não sabia que boneca andava”, “Essa roupa ficaria ótima toda amassada no chão do meu quarto amanhã de manhã”, “Bonito vestido, posso falar contigo fora dele?” e etc.

Por favor, nunca usem cantadas ensaiadas, nunca peçam um beijo (muito menos, sexo) nos primeiros 15 minutos, nunca tentem alguma coisa em situações inusitadas, nunca cheguem em alguém sem saber conversar, nunca façam qualquer coisa sem noção. Será que é pedir muito?

By Ana Fabre

2 comentários:

Anônimo disse...

E inacreditavel mesmo! Eu recebi uma que foi: "Oi te conheco de algum lugar"
- "Pois e, por isso mesmo que nunca voltei la"
Fala serio ne?
Adorei a materia Aninha!
Karla

Sheyla disse...

Muuuuuito bom texto, Ana! Me acabei de rir relembrando como eu tb já passei por essas e outras piores! Mas o f.... mesmo é o "pedinte" - esse "me dá um beijo" é de matar!! Tá achando que a gente faz caridade?? Helloooo!!! bjkssss

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