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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A modernidade e seus deuses mortais

Imagina o protótipo de Deus grego: alto, ombros largos, olhos amendoados de tirar o fôlego, mãos grandes, sorriso branco, malicioso. Daquelas visões que te deixam de perna bamba. Só de olhar. E o cara está parado bem a sua frente. E, inacreditavelmente, ele está te olhando. Pelo menos, é o que você acha (mas é claro que você acharia isso!). Na verdade, você está distorcendo a realidade, tamanho é seu desejo de ser cantada pelo tal Deus. Mas ele é DE-US e você é mortal e essas coisas NUNCA acontecem...

E não é que, naquele dia, aconteceu? Mas comoooooooooooooooooooo???

A boca seca, a língua trava, a perna amolece, o coração enfraquece. Se o cara chegar agora, já pode enterrar, porque você já tá morta. E ele chega. Aproxima-se confiante (afinal, como não ser confiante? O cara é um Deus grego!). Toma um gole do drinque. Te olha. Anda mais um pouco. Dá um sorriso discreto. Para. Fala alguma coisa com o amigos. Eles te olham. Se olham. Mais um sorriso maroto. Você tenta disfarçar: conversa com as amigas, dança, olha para os lados. Mas você tá é morrendo por dentro!

E eis que a figura chega. "Oi. Tava te olhando. Você é linda!" (Eu? Linda?). Tudo bem, ele é míope. Claro que tinha que ter um defeito. Mas esse defeito tá mais é parecendo qualidade (afinal, está bem claro quem é o lindo da história)! Aproveita, colega, aproveita! Antes que ele se arrependa. Você já está pronta para beijar o tal Deus - dane-se se ele é desempregado, mora com os pais e nunca lavou uma cueca.

Mas, aí, surpresa (surpresa boa, já aviso, só no Kinder Ovo)! "Então, véeeeeeeeeeeiiiiiiiiiii. O que você faz da vida, véeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiii? Eu sou economista, véeeeeeeeeeiiiiiiii. Mas tô trabalhando em outra área, véeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiii. Sabe como é, né, véeeeeeeiiiiiiiii? Concursado, véeeeeeiiiiiiiiiiiiii". Para tudo!! Morri! Que desgosto! Como assim? Deus grego tem que ser perfeito! Não pode falar véeeeeeiiiiiiiiii. Não pode!!! Ah, que desperdício! Eu mal respondo. Na verdade, faço grunhidos, que remetem à comunicação onomatopéica da era das cavernas.

Enquanto ele conversava, eu traçava estratégias de fuga! Ai, que inferno!!! Calada, pensativa, ele vem: "Fala alguma coisa, véeeeeiiiiiii. Só eu falo. Pô, também sou tímido, véeeeeeiiiiiiii. Se esforça". Eu só olho, dou aquela risadinha doce, mas, no fundo, quero mesmo assassiná-lo.

Até que enfim, consigo fugir. Sem dar muitas explicações. Como é bom estar livre!

Em menos de 15 minutos, o Brad Pitt teen me acha. Ai, que lindo! Ai, que chato! Ele recomeça com as cantadas, todas fatidicamente intercaladas por véeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Ai, que saco! Sem paciência, mas mantendo a postura lady de ser, digo: "Você não incomoda não (ele tinha perguntado se incomodava. Precisava perguntar?), fulano, mas, sabe, não vou ficar com você". Ele não entende. Eu repito. "Blá, blá, blá, caixinha de fósforo". Ele me olha e, desapontado, sai (Deus grego também leva fora, honey).

Caráaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiii, véeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Achei que ele não fosse se tocar NUN-CA!

By Mari Abreu

3 comentários:

Anônimo disse...

Mari, é muito complicado ser mulher! Você quer que o cara além de bonitão seja um deus da comunicação? Difícil... Para homem é algo assim, só de ser bonita já vale a pena, em regra. Ainda que não seja para misturar meus sagrados genes, mas a coisa vai. Flui. Ainda gostei especialmente dessa coisa de deus grego também poder se dar mal... Ainda bem. Mas acredito que ele leva mil vezes menos tocos do que caras como eu! Beijo, Mari. Aqui é o Emerson, da FaC.

Lígia do Biel disse...

Vc e sua blog-amiga estão muuuito exigentes... pense, mesmo o Brad Pitt original, sim, aquele DA Angelina Jolie, solta pum, faz um cocô fedidinho, tem cecê sem desodorante, e mau hálito ao acordar... dá um desconto, vaaai, veeeeeeiiiiii! Rs!!!

Ju disse...

Maricota....
esse cara só pode ser baiano veeeeiiiiiiiii...
Huahuhauhauhauhauhauhauhuahuha

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